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Petróleo

- Publicada em 24 de Outubro de 2017 às 18:40

Leilão do pré-sal terá ágio e interessados para todas as áreas

Estatal bateu meta de produção de 2,145 milhões de barris por dia

Estatal bateu meta de produção de 2,145 milhões de barris por dia


/STÉFERSON FARIA /STÉFERSON FARIA/AGÊNCIA PETROBRAS/DIVILGAÇÃO/JC
Os preços estipulados pelo governo para os blocos das 2ª e 3ª Rodadas de Áreas do Pré-sal, marcadas para sexta-feira, consideram principalmente a renda que será dada ao governo com as vendas, o chamado "goverment stake", afirmou o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone. Ele rebateu críticas feitas por alguns analistas de que os preços estipulados para o óleo-lucro (produção menos os custos), participação que o comprador oferece ao governo pelo bloco, estariam muito baixos para a venda de um ativo tão cobiçado como o pré-sal.
Os preços estipulados pelo governo para os blocos das 2ª e 3ª Rodadas de Áreas do Pré-sal, marcadas para sexta-feira, consideram principalmente a renda que será dada ao governo com as vendas, o chamado "goverment stake", afirmou o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone. Ele rebateu críticas feitas por alguns analistas de que os preços estipulados para o óleo-lucro (produção menos os custos), participação que o comprador oferece ao governo pelo bloco, estariam muito baixos para a venda de um ativo tão cobiçado como o pré-sal.
Segundo ele, é possível que os preços tenham ágio, como ocorreu na 14ª Rodada de Licitações de blocos para exploração de petróleo e gás natural, realizada no mês passado, apesar da confiança na definição dos valores apresentados.
"O bônus calculamos de forma matemática, profissional, com o objetivo que o Estado tenha, entre bônus e alíquota, 75% de participação na renda do petróleo, esse é o principal objetivo na área do pré-sal", explicou Oddone.
Na 14ª rodada, o governo conseguiu ágio de mais de mil por cento sobre os preços mínimos estabelecidos inicialmente. "Na sexta-feira, vamos ter todas as áreas do pré-sal com interessados e vai ter ágio nas principais áreas", afirmou Oddone. "Poucos lugares do planeta têm produção de 40 mil barris por dia como vemos no pré-sal brasileiro", completou.
Oddone rechaçou críticas sobre o preço de venda das áreas do pré-sal e disse que "o mercado é quem vai definir se está barato". Ele comentou estudo de consultores da Câmara dos Deputados, que classificam como "muito baixos" os percentuais de petróleo que deverão ser entregues ao governo pelos vencedores dos leilões. "Se não vendermos todas as áreas, é porque estava caro. Se vendermos pelo preço mínimo, foi justo. E se tiver disputa, é porque o mercado está disposto a pagar", disse ele.
A ANP vai oferecer oito áreas do pré-sal nos leilões. O bônus de assinatura por elas é fixo - somadas, elas valem R$ 7,75 bilhões -, e a disputa será vencida pela empresa ou pelo consórcio que se comprometer a entregar o maior volume de petróleo ao governo, depois de descontados os custos, o chamado óleo-lucro.
O estudo da consultoria legislativa da Câmara compara condições econômicas de uma mesma reserva, que já está em operação e terá parte da jazida oferecida na sexta-feira. Eles tomam como exemplo o campo de Sapinhoá, na bacia de Santos, hoje o segundo maior produtor de petróleo do País. A parte já em produção transferiu ao governo, no segundo trimestre, o equivalente a 28,67% da receita líquida do projeto a título de participação especial.
Na área do Entorno de Sapinhoá, que trata-se de uma extensão da mesma jazida, o percentual mínimo do óleo-lucro é de 10,34% - portanto, quase dois terços menor. O valor varia ao longo do contrato de acordo com a produtividade dos poços e o preço do petróleo.
Considerando a cotação atual e uma produtividade acima de 24 mil barris por dia, como ocorre em Sapinhoá, a nova área pagaria hoje 15,56% da produção do óleo-lucro, pouco mais da metade que a Petrobras e seus sócios recolhem em participação especial.
Oddone argumentou que os preços são definidos com o objetivo de garantir ao governo uma participação de 75% na riqueza gerada por cada projeto, considerando royalties e impostos. "Isso significa que, retirando os custos, sobra um montante, e, desse montante, o governo fica com 75%", explicou.
No caso dos contratos de concessão, a média de participação governamental fica abaixo dos 70%, disse ele, mas o percentual sobe em campos de grande produtividade, como Sapinhoá, que pagam a participação especial. Também presente ao evento, o secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Márcio Felix, disse que os valores propostos para as áreas do pré-sal foram discutidos com o Ministério da Fazenda e com o Tribunal de Contas da União (TCU). "Passou pelo crivo de muita gente", defendeu. Ele disse que, para o leilão do ano que vem, os preços serão calibrados de acordo com os resultados da oferta de sexta-feira.

Rodadas são consideradas importantes para São Paulo e para o Brasil, afirma a ANP

O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone, afirmou que as duas rodadas previstas para sexta-feira, de áreas do pré-sal, serão importantes para a retomada da indústria de petróleo e gás no Brasil. "As rodadas do pré-sal serão importantes para São Paulo e para o Brasil."
Segundo ele, ainda existem muitas travas para a indústria nacional de petróleo. Mas ressaltou que principalmente a indústria de gás natural está passando por mudanças no País, e que vai se intensificar ainda mais com o fim do contrato com a Bolívia, em 2019.
"Caminhamos para um mundo que não fala mais de pic-oil (pico do petróleo), temos que aproveitar o potencial gigantesco que a indústria possui enquanto o petróleo ainda tem valor e tratar enquanto é tempo dos três ambientes exploratórios no Brasil", disse, durante o evento OTC Brasil.

Petrobras garante que parcerias serão bem-vindas

O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou que parcerias "são bem-vindas" nas próximas rodadas de leilões de áreas de pré-sal que acontecerão na sexta-feira.
Segundo o executivo, as restrições financeiras da companhia farão com que a Petrobras seja seletiva na escolha das áreas pelas quais vai apresentar oferta. A empresa apenas vai fazer lances nos blocos que considera de maior potencial.
Parente disse ainda que a retirada de sua participação na Braskem do plano nacional de desestatização definida pelo governo na semana passada facilita o desinvestimento na petroquímica, em que é sócia com a Odebrecht. As duas conversam sobre mudanças no controle acionário que vai permitir a venda da participação da Petrobras na petroquímica.
Segundo o executivo, a meta de desinvestimentos da empresa de US$ 21 bilhões até 2018 está mantida, apesar das contestações na Justiça, em sua maioria vindas dos sindicatos de petroleiros. "Todos os processos de desinvestimento sofrem esse tipo de processo, que atrasa, mas não impossibilita", afirma.
O presidente da Petrobras evitou comentar sobre um possível adiamento da oferta inicial de ações da BR Distribuidora, mas o presidente do Conselho de Administração, Nelson Silva, anteriormente já havia afirmado que o IPO aconteceria em dezembro deste ano.
"Não podemos definir uma data ainda, porque é uma decisão do conselho. Mas o IPO vai acontecer tão cedo quanto possível", disse Parente.