Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

- Publicada em 16 de Outubro de 2017 às 14:24

Bolsas da Europa fecham sem direção única com política guiando mercados

Agência Estado
Os mercados acionários europeus fecharam sem direção única nesta segunda-feira, 16, com a queda do euro ajudando ações de companhias exportadoras diante de questões políticas na União Europeia e da possibilidade do Banco Central Europeu (BCE) continuar com uma política de compra de ativos vista como forte em 2018. O índice pan-europeu Stoxx-600 fechou em alta de 0,01% (+0,03 ponto), aos 391,45 pontos.
Os mercados acionários europeus fecharam sem direção única nesta segunda-feira, 16, com a queda do euro ajudando ações de companhias exportadoras diante de questões políticas na União Europeia e da possibilidade do Banco Central Europeu (BCE) continuar com uma política de compra de ativos vista como forte em 2018. O índice pan-europeu Stoxx-600 fechou em alta de 0,01% (+0,03 ponto), aos 391,45 pontos.
Eventos políticos se uniram a discursos de autoridades monetárias e direcionaram o movimento dos mercados de ações em solo europeu nesta segunda-feira. Em um dia esvaziado de indicadores, os agentes digeriram eleições na Alemanha e na Áustria, não deixando de monitorar notícias relacionadas ao processo de saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit).
No domingo, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, sofreu uma nova derrota às vésperas do início da negociação de uma coalizão de seu novo governo. A União Democrata Cristã, de Merkel, obteve 33,6% dos votos e foi derrotada na Baixa Saxônia, perdendo um dos Estados chave no país para o oposicionista Partido Social Democrata (36,9%).
O resultado na Baixa Saxônia pode complicar ainda mais as negociações para a formação de um governo em nível nacional e, com Merkel enfraquecida, também perde força o plano do presidente francês, Emmanuel Macron, de promover uma maior integração na União Europeia.
O projeto de Macron também pode sofrer uma forte oposição na Áustria. Também no domingo, ocorreram eleições legislativas no país, onde a direita se sagrou vitoriosa, com o Partido Conservador do Povo, liderado por Sebastian Kurz, de 31 anos, obteve 31,7% dos votos. Com o resultado, Kurz deve se tornar o líder mais jovem da história da União Europeia.
Já o Partido da Liberdade, de extrema-direita, conquistou o seu melhor desempenho desde 1999, com 26% dos votos. Durante a corrida eleitoral, Kurz prometeu uma repressão à imigração e uma revolução no establishment político austríaco. Ele deseja, ainda, reduzir os benefícios sociais para refugiados e restringir o acesso ao Estado de bem-estar social dos trabalhadores de outros países da UE. Nesse cenário, o índice ATX, da Bolsa de Viena, fechou em queda de 0,08%, aos 3.372,99 pontos.
"Kurz recentemente saudou a iniciativa de Macron para uma reforma na zona do euro, mas ele só deseja 'mais Europa' na política de segurança. Em termos concretos, Kurz está contra um ministro das Finanças Europeu e se opõe a uma maior comunitarização da dívida, além de exigir maior adesão aos regulamentos originais estabelecimentos no Tratado de Maastricht", disseram estrategistas do Commerzbank em nota a clientes. Para eles, é improvável que um orçamento comum da zona do euro seja defendido por Kurz ou por seu partido.
No Reino Unido, o Brexit volta a dirigir os mercados. A libra ganhou força nesta segunda-feira com a notícia de que a primeira-ministra britânica, Theresa May, irá interferir diretamente nas negociações sobre o processo de divórcio ao jantar com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e o principal negociador da UE, Michel Barnier, em Bruxelas.
A libra mais forte impôs um teto às negociações na praça londrina, com o índice FTSE-100 fechando em baixa de 0,11%, aos 7.526,97 pontos. A queda foi moderada devido aos fortes ganhos de mineradoras, que acompanharam o rali dos metais básicos, após a China informar que seu índice de preços ao produtor esperou as expectativas na comparação anual de setembro. BHP Billiton subiu 1,43%, Glencore saltou 1,86% e Rio Tinto, que divulga o relatório de operações do terceiro trimestre na noite desta segunda-feira, teve expansão de 0,75%.
As questões políticas também direcionaram os negócios em solo madrilenho, com a praça destoando das demais e fechando no vermelho. O presidente regional da Catalunha, Carlos Puigdemont, tinha até a manhã desta segunda para responder a uma solicitação do governo central espanhol sobre se declarou independência ou não.
O líder, no entanto, se esquivou da pergunta em uma carta endereçada ao primeiro-ministro Mariano Rajoy e pedir por conversas com a Espanha. Rajoy, por sua vez, afirmou que Puigdemont tem até quinta-feira para retirar os planos de tornar a região independente. Nesse cenário, o Banco de Sabadell recuou 2,97% e o BBVA cedeu 2,01%. Já o índice Ibex-35 fechou em queda de 0,75%, aos 10.181,40 pontos.
O mau humor espanhol contagiou os negócios de Portugal, com o índice PSI-20, da Bolsa de Lisboa, em baixa de 0,10%, aos 5.452,53 pontos.
Na sexta-feira (13), relatos de que o Banco Central Europeu (BCE) poderia reduzir pela metade a sua compra de ativos a partir de janeiro fez com que os preços dos títulos europeus saltassem, reduzindo os rendimentos dos bônus e fazendo o euro enfrentar uma pressão vendedora. "Os investidores esperavam um corte mais agressivo e o plano que vazou na semana passada foi visto como 'dovish' (mais leve) pelo mercado", destacou o estrategista de juros do Macquarie Group, Thierry Wizman.
Nesta segunda-feira, a flexibilização quantitativa (QE, na sigla em inglês) do BCE continuou no radar dos investidores, com o retorno do Bund alemão de 10 anos caindo de 0,404% na sexta-feira para 0,376%; já o juro do OAT francês de 10 anos recuou de 0,667% para 0,636%.
Em ocasiões anteriores, o BCE já havia insinuado a diminuição de suas compras e a sinalização impulsionou um rali do euro. Na reunião de política monetária de 26 de outubro, é esperado um anúncio do plano da autoridade monetária para o QE, onde pode haver visões opostas entre integrantes do Conselho considerados mais 'dovish', como o economista-chefe do BCE, Peter Praet, e integrantes mais 'hawkish' (mais duro), como o presidente do Bundesbank, o banco central alemão, Jens Weidmann. A economia da Alemanha, aliás, foi tema de um discurso de Weidmann, ao afirmar que o país "certamente não precisa de nenhum estímulo fiscal" e que, caso haja algum, há o risco de superaquecimento.
No fim de semana, o presidente do BCE, Mario Draghi, afirmou, no evento do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, que a instituição precisa ser paciente e persistente diante do quadro de inflação fraca na zona do euro. "Temos que ser persistentes em nossa política monetária", comentou.
Draghi se mostrou confiante de que a inflação irá aumentar de forma sustentável e gradual, mas ponderou que isso irá "levar tempo". O vice-presidente do BCE, Vítor Constâncio, chamou a evolução da inflação como "subjugada" apesar da "dinâmica de crescimento favorável".
Com o euro mais fraco e a possibilidade de manutenção dos estímulos por parte do BCE, os investidores continuaram indo às compras. O índice DAX, da Bolsa de Frankfurt, fechou na máxima histórica novamente, em alta de 0,09%, aos 13.003,70 pontos.
"As condições favoráveis do mercado, o alívio nas tensões da secessão catalã na Espanha e as taxas de juros baixas combinadas com o QE ajudaram a impulsionar o mercado acionário alemão", afirmou o analista Fawad Razaqzada, da Forex. O câmbio favoreceu ações de exportadoras, como a Daimler, que subiu 0,81%.
O índice FTSE-MIB, da Bolsa de Milão, fechou em alta de 0,07%, aos 22.428,31 pontos. Já em Paris, o índice CAC-40 avançou 0,21%, aos 5.362,88 pontos. (Com informações da Dow Jones Newswires)
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO