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Economia

- Publicada em 13 de Outubro de 2017 às 18:04

Petros decide vender por R$ 650 milhões sua participação na Eldorado

Petros vai embolsar R$ 650 milhões com o negócio, depois de ter investido R$ 272,2 milhões na Eldorado

Petros vai embolsar R$ 650 milhões com o negócio, depois de ter investido R$ 272,2 milhões na Eldorado


MARCOS VITAL/FUTURAPRESS/FOLHAPRESS/JC
O fundo de pensão Petros, dos funcionários da Petrobras, decidiu vender a participação de 8,53% que possui na Eldorado Celulose, vendida pela holding J&F, dos irmãos Wesley e Joesley Batista, à empresa holandesa Paper Excellence no início de setembro por R$ 15 bilhões.
O fundo de pensão Petros, dos funcionários da Petrobras, decidiu vender a participação de 8,53% que possui na Eldorado Celulose, vendida pela holding J&F, dos irmãos Wesley e Joesley Batista, à empresa holandesa Paper Excellence no início de setembro por R$ 15 bilhões.
O fundo de pensão investe na Eldorado por meio de cotas do fundo de investimento FIP Florestal. A Petros vai embolsar R$ 650 milhões com o negócio, depois de ter investido R$ 272,2 milhões na Eldorado, em dois aportes feito no FIP Florestal entre 2009 e 2010.
De acordo com comunicado do Petros, a decisão de vender a participação foi tomada na última quarta-feira pelo Conselho Deliberativo e será feita através da alienação da cota de 24,76% que o fundo de pensão possui no FIP. Assim, a Petros exerce o seu direito de tag along, deixando a Eldorado após a companhia ser adquirida por um investidor que não fazia parte da sociedade.
A Funcef, fundo de previdência dos funcionários da Caixa Econômica Federal, também já havia anunciado, no início de outubro, que venderia sua participação de 8,53% na Eldorado. O valor da operação é o mesmo: R$ 650 milhões.
Em nota, a Petros informa que realizou um amplo processo de avaliação interna e externa do ativo e, por isso, solicitou à Paper Excellence extensão do prazo para responder ao exercício do direito de tag along. O prazo vencia no último dia 5 de outubro.
"Esse trabalho foi importante para balizar a decisão e identificar se as condições contratuais e o valor obtido com a venda estavam em linha com o investimento inicial no ativo, ajustado pela meta atuarial. Todo esse estudo foi submetido ao Comitê de Investimentos e ao Conselho Deliberativo da Petros", destacou o presidente do Petros, Walter Mendes, na nota.
Segundo a Petros, a avaliação de sua participação na Eldorado, feita por um administrador contratado pelo fundo, estaria atualmente em R$ 388 milhões. Para Walter Mendes, a venda proporcionará maior liquidez ao fundo. "Essa decisão está totalmente aderente à política de investimentos estabelecida para o perfil maduro do plano", explicou na nota.
Após a decisão do Conselho Deliberativo, a Petros concluirá as negociações com a Paper Excellence, diz a nota. Com a compra da participação dos fundos de pensão, a Paper Excellence conclui a primeira fase da aquisição da Eldorado. O negócio será concluído em 12 meses e a companhia holandesa terá 100% do capital da Eldorado. Com a compra da participação dos fundos, a Paper Excellence terá cerca de 34% da companhia.
Apesar de ter sede na Holanda, a Paper Excellence tem uma conexão familiar com o grupo indonésio Asia Pulp and Paper (APP), que também atua no segmento de celulose e foi apontado como um dos interessados na Eldorado. A empresa pertence a Jackson Widjaja, que é filho de Teguh Widjaja, presidente do Sinar Mas Group e controlador da APP. Portanto, as duas empresas pertencem à mesma família.
O Grupo J&F iniciou um programa de venda de ativos depois da delação premiada de seus controladores e do acordo de leniência da J&F, que prevê o pagamento de multa de R$ 10,3 bilhões. O desinvestimento tem como objetivo fazer frente ao pagamento desta multa.
A Eldorado comunicou ao mercado, em setembro, ter firmado termo de adesão ao acordo de leniência da J&F Investimentos, fechado em 5 de junho com o Ministério Público Federal (MPF). Em fato relevante, a companhia informou que a adesão ocorreu ?no melhor interesse da companhia?, resguardando-a dos impactos financeiros do acordo, que serão totalmente assumidos pela J&F.
O acordo de leniência do grupo J&F chegou a ser parcialmente suspenso por decisão do juiz Vallisney Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, em setembro. Mas o juiz determinou que o acordo fosse suspenso apenas nas possíveis repercussões penais de pessoas ligadas ao grupo, mas que não integram a lista de delatores incluídos no acordo de delação da JBS. O mercado chegou a especular que as vendas de empresas do grupo correriam risco, mas nenhum negócio foi desfeito até agora. Na última quarta-feira, o próprio juiz Valliney revalidou o acordo dando suporte à venda de ativos.
Apenas neste ano, a holding dos irmãos Batista já vendeu a Alpargatas, por R$ 3,5 bilhões, para a Itaúda e o Fundo Cambuhy; e a Vigor, por R$ 5,7 bilhões, para o grupo mexicano Lala. A JBS, principal empresa dos irmãos Batista, também vendeu seus frigoríficos no Mercosul por R$ 1 bilhão.
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