Anunciada nesta tarde pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, a suspensão da importação de leite do Uruguai para o Brasil animou o setor no Rio Grande do Sul. A medida atende reivindicação de indústrias e produtores de leite gaúchos, penalizados há pelo menos dois anos com o ingresso excessivo do insumo uruguaio no Estado.
A medida foi comemorada pelo setor, que acusa industrias uruguaias de estarem fazendo “triangulação” para entrada irregular do produto no Brasil, enviado para ao País também leite argentino, por exemplo. Enquanto a Argentina tem limite de envio do produto para o Brasil, e o Uruguai não, produtores argentinos estariam enviado leite para cá via país vizinho.
O presidente do do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat), Alexandre Guerra, celebrou a medida. “É uma ação concreta e importante. É o que estávamos esperando do governo para poder apurar os fatos”, pontuou, alertando que o setor "vem enfrentando concorrência desleal no mercado" e está unido pedindo apoio em Brasília.
A suspensão, de acordo com ministério, valerá até que seja concluída a rastreabilidade do produto e só será revertida se conseguirem comprovar que 100% do volume exportado ao Brasil são produzidos no Uruguai. De acordo com o Sindilat, o Uruguai produziu 1,7 bilhão de litros de leite em 2016 e consumiu 700 milhões de litros.
Segundo dados divulgados pelo próprio país, o saldo, se convertido em pó, renderia 120 mil toneladas. Só o Brasil recebeu 100 mil toneladas de leite em pó e 18 mil toneladas em queijos do país vizinho, o que representa praticamente todo o volume restante.