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Indústria

- Publicada em 04 de Outubro de 2017 às 17:33

Desempenho industrial cai, mas tendência é de retomada

Setor de máquinas e equipamentos foi um dos oito com crescimento

Setor de máquinas e equipamentos foi um dos oito com crescimento


ARQUIVO GERDAU/ARQUIVO GERDAU/DIVULGAÇÃO/JC
Depois de subir 1,5% em julho, o Índice de Desempenho Industrial do Rio Grande do Sul (IDI-RS), divulgado ontem pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), caiu 0,9% em agosto, na comparação com o mês anterior (com ajuste sazonal).
Depois de subir 1,5% em julho, o Índice de Desempenho Industrial do Rio Grande do Sul (IDI-RS), divulgado ontem pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), caiu 0,9% em agosto, na comparação com o mês anterior (com ajuste sazonal).
"A queda do IDI não surpreendeu, pois foi influenciada pela forte retração nas compras industriais, embora os demais indicadores tenham registrado resultados positivos. Isso reproduz, mais uma vez, o padrão oscilatório compatível com o processo de retomada cíclica da atividade do setor em curso", explica o presidente da Fiergs, Gilberto Petry.
O IDI-RS leva em conta o desempenho de seis indicadores. Repetindo o mês anterior, as compras industriais (-6,2%) exerceram grande contribuição no resultado, contrariando o sinal positivo apresentado pelos demais indicadores na comparação com julho, na série livre de influências sazonais. O faturamento real registrou aumento (1,4%), assim como as horas trabalhadas na produção (2,5%) e a utilização da capacidade instalada (UCI - 0,7%, com o uso da capacidade produtiva alcançando 79,1% em agosto). Também cresceram no mercado de trabalho industrial o emprego (0,3%) e a massa salarial real (0,6%).
Um sinal de tendência de retomada do setor fica evidente nas comparações anuais de agosto. O índice de atividade, por exemplo, cresceu 1% ante o mesmo mês do ano passado, marcando a segunda taxa positiva seguida, fato que não ocorria desde dezembro de 2013.
No acumulado dos oito primeiros meses de 2017, o desempenho setorial também expressou a oscilação verificada no IDI-RS: oito segmentos registraram crescimento, e nove recuaram relativamente ao mesmo período do ano passado. Destaque para a expansão dos setores de máquinas e equipamentos (3,3%), impulsionado pelo segmento agrícola (14,4%), produtos de metal (4,9%) e tabaco (14,7%). As quedas mais importantes foram verificadas em alimentos (-2,8%), veículos automotores (-2,5%) e móveis (-2,4%).
Também de janeiro a agosto, na comparação com o mesmo período de 2016, a variação negativa do IDI-RS manteve a trajetória de desaceleração e chegou a -0,4%, o melhor resultado em 2017.
O faturamento real (1,4%), a massa salarial real (2,5%) e a UCI (0,4%) mostraram evolução, diferentemente das compras industriais (-1,4%), das horas trabalhadas na produção (-2,1%) e do emprego (-1,5%).
De acordo com o presidente da Federação das Indústrias gaúchas, a tendência futura do setor continua ascendente, ainda que de forma muito lenta diante da duração e intensidade das quedas acumuladas. Entre os fatores que sustentam esse prognóstico de perspectiva positiva estão a melhora nas condições da economia e a maior estabilidade política no País, além do fim da maior recessão já registrada.

Custos crescem 0,8% no 2º trimestre puxados por tributos

Os custos industriais cresceram 0,8% no segundo trimestre deste ano, na comparação com os três primeiros meses do ano, quando desconsiderados os efeitos sazonais. Em relação ao segundo trimestre de 2016, a alta é de 0,9% no índice. O dado é da pesquisa Indicador de Custos Industriais, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O indicador de custos industriais é formado por custos tributários, custos com capital de giro e com a produção. O componente que teve maior impacto no indicador no trimestre foi o custo tributário, com aumento de 3,5%. Segundo a CNI, "associado ao alto peso desse componente no custo total", houve uma influência de alta no indicador total. A pesquisa não detalha os fatores que levaram à alta do custo tributário.
O custo com produção teve alta de 0,5% em igual período. O custo de produção leva em conta o custo com pessoal, que subiu 2,4% no período; o custo com energia, que teve retração de 1,1%; e o custo com bens intermediários, que ficou estável no trimestre.
Dentro do custo com bens intermediários, o custo com intermediários nacionais caiu 0,9%, enquanto o custo com produtos intermediários importados, influenciado pela desvalorização do real no segundo trimestre, subiu 5,8%. A CNI destaca que o peso dos produtos domésticos no custo total é superior ao peso dos intermediários importados. Por isso, a queda compensou o aumento dos importados.
O crescimento do indicador de custos industriais também foi minimizado pela queda de 7,5% no custo com capital de giro. A entidade avalia que o movimento de redução das taxas de juros, com a redução da Selic, continua a se refletir no custo de capital de giro. Na comparação com o segundo trimestre de 2016, o custo com capital de giro acumula queda de 19,5%.
Além da alta de 0,8% nos custos industriais no trimestre, houve uma retração de 0,8% nos preços dos produtos manufaturados no Brasil. Isso, na avaliação da CNI, indica uma perda de margem de lucro pelas empresas industriais no trimestre. Apesar disso, destaca a CNI, a indústria ainda apresenta aumento na margem de lucro em relação ao segundo trimestre de 2016.