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Economia

- Publicada em 28 de Julho de 2017 às 00:20

Venda de ações do Banrisul pode render R$ 2,6 bilhões ao Estado

Carlos Müller fez projeção de potencial de captação somente com volume e valores de fechamento

Carlos Müller fez projeção de potencial de captação somente com volume e valores de fechamento


GERAL INVESTIMENTOS/DIVULGAÇÃO/JC
Patrícia Comunello
O fato relevante do Banrisul oficializando que vai vender ações do Estado na instituição até o limite do controle acionário já colocou o mercado a fazer contas. A medida é anunciada pouco mais de 10 anos após o lançamento inicial de ações, feito em 2007. Quanto a venda dos papéis - ainda mais das ações ordinárias (com direito a voto) que hoje não são negociadas - pode render ao banco, leia-se ao governo estadual, que busca atacar o rombo do seu caixa?
O fato relevante do Banrisul oficializando que vai vender ações do Estado na instituição até o limite do controle acionário já colocou o mercado a fazer contas. A medida é anunciada pouco mais de 10 anos após o lançamento inicial de ações, feito em 2007. Quanto a venda dos papéis - ainda mais das ações ordinárias (com direito a voto) que hoje não são negociadas - pode render ao banco, leia-se ao governo estadual, que busca atacar o rombo do seu caixa?
O analista-chefe da Geral Investimentos, o economista Carlos Müller, projeta em mais de R$ 2,6 bilhões o potencial do negócio, considerando o valor nominal das ações no fechamento dessa terça-feira (3) e o volume de papéis. O Estado anunciou, em coletiva à imprensa na manhã desta quarta-feira (4) no Palácio Piratini, que venderá 49% das ações ordinárias e todas as preferenciais. Com isso, o Estado ficará com 51% do capital, mantendo o controle e ainda tendo uma folga de papéis, pois a regra é 50% mais uma ação para ter controle.
Müller buscou o volume e valores dos papéis pertencentes ao Estado - 204.199.859 de ações ordinárias (ON) BRSR3 - 99,58% do total do papel (outros acionistas minoritários são Fundação Banrisul e IPERGS), 2.721.484 de preferenciais (PNA) BRSR5 - 77,45% dessa ação, e 26.086.957 de ações preferenciais (PNB) BRSR6 - 13,02% do total dessa ação - esta é a mais negociada no pregão da bolsa. No anúncio, o banco explicou que vai transformar as preferenciais BRSR5 em BRSR6.
O Estado, leia-se os gaúchos, detém 56,97% dos ativos totais do banco, representando 233.008.300 das 408.974.477 existentes. O analista da Geral Investimentos fez a estimativa com base no comunicado e no anúncio. Com a oferta completa, o Estado passaria a 25,57% do capital total, bem menos da metade do que tem hoje.   
Pela projeção de Müller, levando em conta os valores de fechamento das ações dessa terça, tem-se um potencial de venda de R$ 2,111 bilhões com as ONs, R$ 53,75 milhões com a BRSR5 e R$ 453,65 milhões com a BRSR6. A ON valia R$ 21,20, a BRSR5 estava em R$ 19,75 e a BRSR6 fechou em R$ 17,39. Em 2017, a BRSR6, que é a mais negociada, já se valorizou 75,56% na bolsa de valores. 
"O valor está em alta, mas tem potencial para subir mais. O papel ficando mais líquido, abre mais espaço para subir e atrair investidores maiores. Mas tem de manter a gestão com entrega de resultados sem muita interferência do governo", adverte o governador. A tramitação agora prevê registro na bolsa, roadshow, apresentação a investidores no Exterior e depois a oferta no pregão. Não é oferta inicial, mas emissão secundária, pois são papéis que já existem, explica Müller. O banco disse que vai estruturar a operação até a divulgação do balanço do terceiro trimestre, previsto para 9 de novembro e completar até fim de dezembro.
Além disso, o anúncio ocorre em um momento de mercado aquecido na bolsa de valores. O principal índice chegou a 76.762 pontos nessa terça. Em 30 de dezembro de 2016, a negociação ficou em 60.227 pontos. Müller lembra ainda que o setor bancário é um dos que apresentam melhor desempenho nas cotações.  

A aposta no mercado financeiro 

A inclusão da venda das ações do banco no pacote de renegociação da dívida com a União foi o trunfo revelado nesta quarta-feira (4). O governador José Ivo Sartori (PMDB) liderou o anúncio no Palácio Piratini, tendo ao lado a diretoria do banco e secretários. "Esta medida preserva o Banrisul como banco público. Vou repetir: preserva o Banrisul como banco público. Queremos concluir este trabalho até o fim do ano", avisa o governador. 
O banco divulgou às 8h30min o fato relevante em seu site que aponta a venda até o limite para manter o controle do capital. Contrariando o que poderia ser o efeito do anúncio, a valorização dos papéis na bolsa, o pregão abriu com queda do valor. É esperar o andamento do dia.
Hoje a ação mais negociada é a ação preferencial (PNB) BRSR6. Também está na bolsa a preferencial BRSR5, mas que tem pouca liquidez. A possibilidade de vender os ativos já estava na mira do mercado, diz o analista-chefe da Geral Investimentos. As sucessivas manifestações de integrantes do governo de que o banco poderia ser incluído no pacote de renegociação da dívida com a União fomentava a previsão de venda de capital. "A gente sabia que vinha, mas não que seria tão rápido", observa Müller. A operação de venda ficou fora do pacote de ajuste. Ou seja, será dinheiro novo para reduzir o antigo déficit bilionária. 
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