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Conjuntura

- Publicada em 02 de Outubro de 2017 às 19:37

Inflação deve fechar o ano abaixo de 3%

Dyogo Oliveira acredita que indicador será o mais baixo do Plano Real

Dyogo Oliveira acredita que indicador será o mais baixo do Plano Real


/FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL/JC
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, prevê que a inflação oficial no País, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), encerre o ano abaixo de 3%, piso da meta estabelecida pelo governo. O resultado obrigaria o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, a se justificar em carta oficial ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, prevê que a inflação oficial no País, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), encerre o ano abaixo de 3%, piso da meta estabelecida pelo governo. O resultado obrigaria o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, a se justificar em carta oficial ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
Dyogo, entretanto, considerou que a carta seria escrita, desta, vez por um motivo "salutar". "Deve ser o nível de inflação mais baixo desde o início do Plano Real, e as projeções para 2018 também estão caindo, próximas de 4%. Isso deixa espaço para um processo de política monetária mais benigno", avaliou o ministro do Planejamento, durante lançamento da coleta de dados do Censo Agropecuário 2017, na sede do IBGE, no Rio de Janeiro.
Segundo o ministro, é importante ressaltar que a recuperação em curso da economia é ampla, gradual, porém contínua. "O que estamos presenciando é um processo muito saudável de recuperação da economia brasileira, porque está se dando em bases puramente reais, e não com base em estímulos do governo. Pelo contrário, o governo tem sido bastante comedido a respeito de incentivos para a economia", afirmou.
A questão fiscal ainda é um desafio para a equipe econômica do governo do presidente Michel Temer, reconheceu Dyogo. "Não resta dúvida de que a questão fiscal permanece um desafio a ser superado pelo País. Não há nenhum ganho, nenhuma grande vantagem para o País apresentar déficit de R$ 159 bilhões. Isso não é resultado positivo, não pode ser visto dessa maneira, e ainda mais a previsão de sete anos de resultados negativos", avaliou.
Segundo o ministro, o governo continua empenhado com questão do ajuste fiscal e do equilíbrio das contas públicas. "Não será possível fazer isso num período muito curto. Levará algum tempo até termos equilíbrio das contas do governo federal. O principal elemento desse processo é a reforma da Previdência", defendeu ele. "Não tem superávit, tem um grande déficit, que vem crescendo muito rápido e desequilibrando as contas públicas, tem consumido todo o orçamento", completou.
Questionado sobre a tramitação da reforma da Previdência no Congresso, que também se vê às voltas com a nova denúncia contra o presidente Temer e ministros do governo, Dyogo disse que é preciso respeitar o tempo do Legislativo, mas que o texto aprovado na comissão é satisfatório. "Há uma série de pautas em discussão no Congresso. Havia a reforma política, que aparentemente foi concluída; mas, do nosso ponto de vista, a reforma da Previdência continua a ser prioridade", afirmou. O ministro do Planejamento disse não ter conhecimento de que empresas que cometeram crimes e conseguiram fechar acordo de leniência possam ser beneficiadas por uma alteração na medida provisória que institui o novo Refis. Segundo o ministro, ele soube do assunto pela imprensa, mas a questão já deve estar sendo analisada por técnicos da Receita Federal e procuradores.
A mudança feita no artigo 1º da medida provisória no Congresso, pelo deputado Newton Cardoso Júnior (PMDB-MG), relator da medida, prevê que, além da Receita Federal e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), os débitos apurados pela Procuradoria-Geral da União (PGU) também possam ser parcelados dentro do programa. A alteração no texto poderia abrir uma brecha para que dívidas de empresas que fecharam acordo de leniência sejam parceladas nas mesmas condições favoráveis que serão dadas a débitos tributários.

Alta do PIB de 2017 sobe de 0,68% para 0,70%, diz Focus

Os economistas do mercado financeiro alteraram suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2017 e 2018. A expectativa de alta para o PIB deste ano foi de 0,68% para 0,70% no Relatório de Mercado Focus divulgado ontem. Há um mês, a perspectiva estava em 0,50%. Para 2018, o mercado elevou a previsão de expansão da economia, de 2,30% para 2,38%. Quatro semanas atrás, a expectativa estava em 2,00%.
Em 21 de setembro, o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) trouxe as projeções atualizadas do BC para o crescimento do PIB: 0,7% em 2017 e 2,2% em 2018. Posteriormente, o Ministério do Planejamento também divulgou sua projeção para o PIB deste ano, de alta de 0,5%.
No Focus, a projeção para a produção industrial deste ano permaneceu com avanço de 1,05%. Há um mês, estava em 0,50%. No caso de 2018, a estimativa de crescimento da produção industrial seguiu em 2,40%, ante 2,16% de quatro semanas antes.
Já a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2017 foi de 52,15% para 52,20%. Há um mês, estava em 52,00%. Para 2018, a expectativa no boletim Focus foi de 55,65% para 55,70%.
Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o resultado deficitário, tanto em 2017 quanto em 2018. A mediana das previsões para o IDP em 2017 manteve-se em US$ 75,00 bilhões. Há um mês, estava no mesmo patamar. A projeção atual do BC para este ano também é de IDP de US$ 75 bilhões.
Para 2018, a perspectiva de volume de entradas de investimento direto, de acordo com o Focus, foi de US$ 77,50 bilhões para US$ 75 bilhões, ante os mesmos US$ 75,00 bilhões projetados quatro semanas antes. Já o BC calcula US$ 80,00 bilhões de IDP para o próximo ano.
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Condução da política monetária foi decisiva para a inflação em queda

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse ontem, durante evento da Universidade de São Paulo, na capital paulista, que "a condução da política monetária foi decisiva para colocar a inflação em trajetória de queda". Segundo ele, as condições de ociosidade da economia já estavam presentes em meados de 2016, mas o processo de desinflação somente se iniciou após a ancoragem das expectativas. "Uma análise da dinâmica da inflação que ignora a condução da política monetária pode, na melhor das hipóteses, dar uma visão parcial da questão", defendeu o presidente do BC. "Desta forma, acreditamos que a estratégia de ancorar as expectativas de inflação antes de flexibilizar a política monetária contribuiu para mudar do binômio inflação e recessão para desinflação e recuperação."
Estes comentários de Ilan Goldfajn surgem em um momento em que o IPCA - o índice oficial da inflação - tem probabilidade razoável de terminar 2017 abaixo dos 3% - portanto, abaixo do piso da meta de inflação perseguida pelo BC (intervalo entre 3% e 6,0%, com centro em 4,5%). Desde agosto, ele vem defendendo em eventos públicos que o IPCA em 12 meses somente começou a recuar com força a partir do fim de 2016 e que, neste ano, o recuo surpreendeu em função da derrocada dos preços de alimentos.
No mercado financeiro e em setores da iniciativa privada e do próprio governo, porém, a avaliação é de que o BC teria demorado em intensificar o processo de cortes da Selic, o que teria levado a inflação para níveis próximos de 3%.
O presidente do Banco Central repetiu que o conjunto de indicadores se mostra compatível com recuperação gradual da economia. Segundo ele, "é importante observar os dados de atividade nos próximos meses para que possamos verificar o ritmo de recuperação econômica que se desenha". Ilan Goldfajn afirmou ainda, em sua apresentação, que, "apesar do ambiente de elevada volatilidade pelo qual o País tem passado, nossa situação econômica vem apresentando avanços". "Depois de um crescimento de 1% no primeiro trimestre deste ano, em comparação aos três meses anteriores, a economia brasileira teve um crescimento adicional de 0,2% no segundo trimestre", pontuou o presidente do BC. O consumo avançou 1,4% no segundo trimestre, primeiro resultado positivo desde o quarto trimestre de 2014.