Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Energia

- Publicada em 10 de Outubro de 2017 às 21:16

Aneel diz ao TCU que não monitora o impacto da bandeira tarifária para o consumidor

Em 2015, a cobrança extra rendeu R$ 1,1 bilhão; no ano passado, apesar das elevações, houve um déficit

Em 2015, a cobrança extra rendeu R$ 1,1 bilhão; no ano passado, apesar das elevações, houve um déficit


/ALF RIBEIRO/FOLHAPRESS/JC
Questionada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as "mudanças no comportamento de consumo" após a implementação do sistema de bandeiras tarifárias na conta de eletricidade, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) respondeu, na semana passada, que não era possível avaliar esses impactos, pois não tem monitorado os resultados.
Questionada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as "mudanças no comportamento de consumo" após a implementação do sistema de bandeiras tarifárias na conta de eletricidade, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) respondeu, na semana passada, que não era possível avaliar esses impactos, pois não tem monitorado os resultados.
Segundo a agência, ela "não dispõe e não tem conhecimento de estudos dessa natureza". Esse é um dos principais questionamentos do tribunal, que pretende medir a efetividade das bandeiras. No dia 20 setembro, o TCU anunciou que faria uma auditoria na cobrança extra, pois identificava indícios de que, na prática, o aumento de taxas não tem inibido o consumo da população para prevenir eventuais racionamentos.
O receio da corte era de que a medida estava funcionando apenas como mais uma ferramenta de arrecadação de recursos. Quando o regime entrou em operação, em maio de 2015, o que se esperava é que essa cobrança mensal desse um "sinal de preço" para a população, ou seja, que sensibilizasse o usuário para reduzir seu consumo.
Pelas regras atuais, há quatro bandeiras em vigor. Na bandeira verde, não há taxa extra. A faixa amarela custa R$ 2,00 para cada 100 kilowatts (kWh) consumidos. Esse valor sobe para R$ 3,00 na bandeira vermelha "patamar 1" e para R$ 3,50 na bandeira vermelha "patamar 2".
A agência reguladora declarou que, apesar de não ter informações sobre os efeitos da cobrança no consumidor, "o impacto das bandeiras tarifárias sobre o efeito médio dos reajustes e revisões tarifárias aprovados pela Aneel é uma informação bastante consistente para se avaliar o funcionamento do sistema".
Em 2015, as cobranças extras produziram um superávit de R$ 1,1 bilhão em relação às previsões iniciais, mas, no ano passado, apresentaram um déficit de R$ 1,6 bilhão. A missão básica das bandeiras é cobrir os rombos financeiros causados pelo "risco hidrológico", termo usado para classificar o nível de água nos principais reservatórios das hidrelétricas, situação que obriga o acionamento das usinas térmicas, que são mais caras.
Daí a criação das bandeiras para pagar essa geração de energia de custo mais elevado. As bandeiras tarifárias foram criadas no embalo do que o governo batizou de "realismo tarifário". O que se fez foi retirar do Tesouro Nacional o ônus de bancar as contas bilionárias do setor elétrico - resultado do desarranjo causado durante o processo conturbado de renovação das concessões -, passando essa dívida para as contas de luz.
 

Gás da Petrobras vai aumentar segurança energética, diz MME

Para secretário do Ministério de Minas e Energia, se pedido não for atendido

Para secretário do Ministério de Minas e Energia, se pedido não for atendido "não é o fim do mundo"


/AGENCIA PETROBRAS/DIVULGAÇÃO/JC
O pedido do governo federal para que a Petrobras forneça gás natural para as termelétricas que estão desligadas - a fim de aumentar a geração de energia térmica para poupar os reservatórios das hidrelétricas - é apenas uma das alternativas do governo para aumentar a segurança energética do País, informou o secretário executivo de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix.
Em meio a uma das maiores secas da história do Brasil, Félix garante que existem outras alternativas para abastecer o mercado de energia elétrica e que, se a estatal não conseguir atender ao pleito, "não é o fim do mundo, existem coisas paralelas", afirmou. "A Petrobras tem que ver as questões comerciais dela, está avaliando", limitou-se a dizer o secretário sobre o fornecimento de gás.
Há duas semanas, a estatal informou que poderá fornecer o gás se não houver prejuízo para a companhia, concessão de subsídios ou impedimento jurídico. Félix lembrou que o Brasil já está importando energia de países vizinhos, como Argentina e Uruguai. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) prepara também uma campanha para economia de energia pelo consumidor.
Os reservatórios das hidrelétricas do subsistema Sudeste/Centro-Oeste estão operando com apenas 23,1% do seu nível, enquanto os do Nordeste já estão reduzidos a 8,8%. A situação das usinas hidrelétricas da região Sul é a mais confortável, com 35,4% de água nos reservatórios, enquanto o Norte opera com 29,9%. As usinas hidrelétricas, na semana passada, foram responsáveis por 63% da energia elétrica gerada no País (há um ano, totalizavam 72%), seguida das usinas térmicas, com 34,49%. As usinas eólicas geraram 11,74% do total consumido, e a geração solar ainda engatinha, com apenas 0,28%.