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Política

- Publicada em 26 de Setembro de 2017 às 21:51

'Pior dia da minha vida', diz executivo sobre prisão

Otávio Marques de Azevedo, ex-Andrade Gutierrez, falou em público

Otávio Marques de Azevedo, ex-Andrade Gutierrez, falou em público


/HEULER ANDREY/AFP/JC
O empresário Otávio Marques de Azevedo sobe ao palco; a tornozeleira, escondida embaixo da calça social. Desde que foi preso pela Lava Jato, esta é a primeira vez que o ex-presidente da Andrade Gutierrez fala em público - agora, sobre a vida no cárcere.
O empresário Otávio Marques de Azevedo sobe ao palco; a tornozeleira, escondida embaixo da calça social. Desde que foi preso pela Lava Jato, esta é a primeira vez que o ex-presidente da Andrade Gutierrez fala em público - agora, sobre a vida no cárcere.
"Foi o pior dia da minha vida", lembra, sobre a prisão, em 2015. Aos 66 anos, o executivo, que foi presidente da Telebras, fala sobre o futebol na cadeia, as orações, a comida dividida e o "frio para danado" na prisão em Curitiba, onde passou sete meses. Ele foi convidado a falar sobre "efeitos da prisão", durante o Encontro Estadual dos Conselhos da Comunidade, que atuam dentro dos presídios para atender demandas dos presos.
Azevedo emociona-se algumas vezes. "Você entra de um jeito e sai de outro; não melhor ou pior, mas diferente". É a última pergunta da plateia que mais o abala: "Eu não vi, na sua fala, um arrependimento pelo que o senhor fez pelo Brasil. O senhor tem algum?".
Parte dos ouvintes aplaude a pergunta. Ele respira fundo e responde: "Frases de efeito não compram arrependimento. Eu não tenho nenhum tipo de atitude bonita. Não vou chegar aqui, me ajoelhar e dizer: 'Eu me arrependi'. São meus atos, é o que eu faço no dia a dia que pode dizer se tenho arrependimento ou não".
Na palestra, o empresário afirma que "pagou, paga e está pagando" pelo que fez, e que exercia uma posição de liderança na Andrade Gutierrez "que tinha determinadas obrigações". Ao final, provoca: "Essas palmas que você (ouvinte) recebeu, muitas vezes, vêm para mim em forma de vaia. Porque aparentemente o egresso tinha mesmo é que desaparecer."
Conversando com jornalistas, foi enfático: "Não tenho nenhum arrependimento". Mas e a delação premiada, em que admitiu e apontou crimes de corrupção? "Eu discorri sobre situações que eu vivi." Organizadora do evento, a advogada Isabel Kugler Mendes, em público, defende Azevedo: "Algumas pessoas estão pagando não pelo que fizeram, mas por aquilo que eram responsáveis". Ele, com os olhos marejados, a abraça.
Depois de fazer acordo de delação, Azevedo saiu da prisão em fevereiro de 2016 e estruturou uma assessoria empresarial. Condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, ficará até o final do ano em regime semiaberto. Após, passará dois anos em regime aberto. Depois, será considerado livre.
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