O tema da privatização da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) voltou ao debate no Parlamento gaúcho. Por proposição do deputado Adão Villaverde (PT), a Comissão de Segurança e Serviços Públicos recebeu, na manhã desta quinta-feira, o secretário de Minas e Energia, Artur Lemos (PSDB), e o presidente da CEEE, Paulo de Tarso Gaspar Pinheiro Machado, para prestar esclarecimentos sobre as medidas adotadas pelo governo com o objetivo de cumprir os parâmetros mínimos de sustentabilidade econômico-financeira, previstos na renovação do contrato de concessão por mais 30 anos, realizada no final de 2015.
Pinheiro Machado afirmou que, mesmo com as restrições impostas pelo cenário macroeconômico, pela falta de recursos orçamentários e de financiamentos, a empresa está conseguindo reverter indicadores que ele classificou de sofríveis. É o caso do desempenho técnico. Neste ranking, integrado por 63 empresas, a CEEE Distribuidora passou da 59ª posição para o 4º lugar.
Apesar dos avanços técnicos, obtidos, conforme o presidente, por um esforço de gestão, a sustentabilidade financeira da empresa corre risco. Em resposta a questionamentos de representantes dos eletricitários, Lemos afirmou que, se o governo tivesse a intenção de privatizar a CEEE, "já teria feito em 2015, não renovando a concessão por deficiência de serviço". A presidente do Sindicato dos Eletricitários do Rio Grande do Sul (Sinergisul), Ana Spadari, considera que não há justificativa plausível para privatizar a companhia. "A CEEE é viável e deve permanecer pública."