Tudo indica que a greve dos professores estaduais deve seguir por tempo indeterminado. Marcada para esta sexta-feira, a assembleia geral da categoria deve optar pela continuidade da paralisação. Mesmo depois de uma reunião entre a presidência do Cpers/Sindicato e a Secretaria Estadual da Educação (Seduc), os docentes não ficaram satisfeitos.
A reunião, que durou cerca de 40 minutos, não envolveu apresentação da nova proposta. O secretário Ronald Krummenauer apenas garantiu que a promessa do governador José Ivo Sartori de depositar os salários de todos os servidores que recebem até R$ 1.750,00 nesta sexta-feira será cumprida. Segundo o governo, esse primeiro repasse contempla 47% dos professores estaduais. Os funcionários cujos vencimentos são de até R$ 4 mil recebem no dia 11 de outubro, e os demais, no dia 17. Com o pagamento dos salários até R$ 4 mil, 90% da categoria será contemplada.
Embora tenha visto com bons olhos a tentativa de negociação, a presidente do Cpers, Helenir Schüler, convidou professores de outros municípios a comparecerem à assembleia geral desta sexta-feira. "Acabou o parcelamento, mas começou o atraso de salários. Vamos continuar nossa greve. Não podemos aceitar menos que o nosso direito", afirmou.
A pasta entregou aos professores um documento elencando 14 medidas que foram tomadas durante o governo Sartori para contornar a crise financeira no Rio Grande do Sul. Assinado pelo secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Branco, e por Krummenauer, o texto relembra as medidas de ajuste fiscal e salienta que, mesmo diante da escassez, se propôs a reformar 600 escolas até 2018. "Pedimos, em nome da sociedade, que as aulas sejam retomadas e que continuemos com um canal permanente de diálogo para tratar de questões específicas", afirma o texto. Branco também acrescentou que não pode garantir o pagamento em dia neste ano, mas que, no primeiro semestre de 2018, a situação deve melhorar.
A greve dos professores foi deflagrada no dia 5 de setembro como uma reação ao parcelamento de salários, medida adotada desde que Sartori assumiu o governo, em 2015. Em agosto, foram pagos apenas R$ 350,00 na primeira parcela. O fracionamento do 13º salário e os juros cobrados pela linha de crédito do Banrisul ao funcionalismo também estão entre os motivos da paralisação.