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Publicada em 02 de Setembro de 2017 às 17:30

Cavalo crioulo conquista o Brasil

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Um dos produtos que o Rio Grande do Sul exporta a todo o País é cavalo crioulo. A raça tem 85 anos de existência e é genuinamente gaúcha, destaca o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Crioulo (ABCCC), Eduardo Moglia Suñe, que participou do programa Leite com Café, na Casa do JC na Expointer, em Esteio.
Um dos produtos que o Rio Grande do Sul exporta a todo o País é cavalo crioulo. A raça tem 85 anos de existência e é genuinamente gaúcha, destaca o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Crioulo (ABCCC), Eduardo Moglia Suñe, que participou do programa Leite com Café, na Casa do JC na Expointer, em Esteio.
Na feira, o Freio de Ouro já é atração por apresentar os cavalos com melhores qualidades da raça. Exemplares que vencem a disputa em diversas provas e análises costumam elevar sua cotação. Há casos de negócios milionários. O crioulo também puxa as vendas de animais na Expointer.
"O Freio chegou a 35 anos e é uma das maiores provas de seleção de raça do mundo. Pode ser comparado ao que é a Fórmula 1, para o automobilismo", diz Suñe, considerando o teste que os concorrentes são submetidos. "O Freio projetou a raça para o País."
Fora do Rio Grande do Sul, a raça cresce 20% este ano frente a 2016. Acima de São Paulo, o crescimento é mais robusto, diz o presidente da ABCCC. "O foco é atingir este mercado para cima, mostrar que o cavalo pode ser usado em lazer, esporte e para lida no campo", observa, no bate-papo. Há no País 101 núcleos de criadores, uma disseminação invejável que explica o crescimento. "Estamos em quase todos os estados. Hoje temos dois extensionistas que visitam as regiões para mostrar o produto e a estrutura da ABCCC." 
Suñe observa que o crioulo, admirado pela beleza pelo público que visita a feira, não foi sempre assim. Ele já foi mais grosseiro, não era bonito. O que define as qualidades é a linha do lombo forte que sustenta os arreios, bom tórax, osso, boa garupa e boas angulações, detalha. "Além disso, tem a docilidade, o poder de recuperação. Não precisa ficar em cocheira, por isso ele se torna mais barato, é um animal rústico."  
A capacidade de atuar na lida do campo é uma das virtudes do crioulo. Suñe conta que na seleção da raça, além da morfologia e do freio de ouro, há a marcha de resistência. Na prova, os animais correm 750 quilômetros em 15 dias alimentados apenas de pasto e água. "É proibido dar medicação e suplementação", adverte o dirigente. São duas marchas por ano. uma em Jaguarão, berço da marcha, e outra que a ABCCC leva a núcleos que pedem para sediar o teste de resistência.
Por ano, nascem 40 mil potros, que são a aposta para abastecer o mercado. Neste caso, compradores que pagarão entre R$ 5 mil a R$ 10 mil por um cavalo para atividades que vão do trabalho na propriedade a atividades de lazer. O que é diferente do que representa o ápice da feira de Esteio, com seus leilões de alto valor. "A Expointer é vitrine, quem quer comprar genética é o melhor lugar é aqui. Os que chegam a Expointer passam por 5 mil concorrentes. Isso explica que um animal alcance valores de mais de R$ 7 milhões."
Suñe explica que o perfil de quem adquire os cavalos envolve desde quem tem propriedade a profissionais liberais, que querem para cavalgadas e enduro. O laço é um dos esportes que mais cresce. Além disso, o crioulo não exige muita estrutura, como cocheiras e estábulos, que elevam o custo. 

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