Chegam a Porto Alegre neste mês os equipamentos para um novo procedimento na luta contra a obesidade. Chamada de gastroplastia redutora endoscópica primária, a técnica promete a redução de estômago de uma forma bem menos invasiva. O Hospital Ernesto Dornelles fez um investimento inicial de R$ 100 mil e será pioneiro na tecnologia no Estado.
A previsão do chefe da Unidade da Endoscopia Bariátrica da instituição, o gastroenterologista Guilherme Becker Sander, é que os primeiros pacientes sejam operados ainda neste ano. Por enquanto, o procedimento é apenas particular, e os interessados podem agendar uma avaliação na unidade.
Aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no final do ano passado, a gastroplastia endoscópica diminui entre 50% e 60% o tamanho do estômago, gerando saciedade. Mais de 3 mil pacientes já foram submetidos ao procedimento, em diversos países, em 2016.
Sander explica que não há cortes e que o procedimento pode ser revertido. "O procedimento é semelhante ao balão intragástrico", diz ele. A sutura endoscópica é feita com um endoscópio flexível, uma câmera de alta resolução e uma agulha. O estômago é grampeado e reduzido por suturas.
Outras vantagens são a recuperação mais rápida e a baixa taxa de complicações pós-operatórias. O paciente recebe alta no mesmo dia e pode retomar as atividades em até uma semana. Assim como em todos os tratamentos de obesidade, o paciente deve ter acompanhamento multidisciplinar, com nutricionista e psicólogo, e com visitas regulares ao médico, por pelo menos dois anos.
Para se submeter ao procedimento, o paciente não precisa apresentar obesidade mórbida. Obesos leves e moderados, com Índice de Massa Corporal (IMC) de 30, também podem fazê-lo. Segundo estudos iniciais, o índice de perda média nos mais de 500 pacientes que já realizaram o procedimento é de 20% a 30% do peso total inicial.