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Trabalho

- Publicada em 27 de Setembro de 2017 às 22:31

Desemprego na RMPA é o menor desde junho de 2016

Vanessa está há dois anos desempregada e busca uma vaga com carteira assinada

Vanessa está há dois anos desempregada e busca uma vaga com carteira assinada


PATRÍCIA COMUNELLO /ESPECIAL/JC
O desemprego recuou na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) pelo quarto mês consecutivo ao ficar em 10,3% em agosto, abaixo dos 10,4% de julho. Foi a menor taxa desde junho de 2016, que também havia ficado em 10,3%. Segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada, na manhã de ontem, 188 mil pessoas estavam sem trabalho no mês passado, 2 mil a menos que julho. A auxiliar de limpeza Vanessa Alves Fialho, 27 anos, está na lista e cumpriu a maratona semanal em postos de oferta de vagas. Há dois anos ela se habilita a postos.
O desemprego recuou na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) pelo quarto mês consecutivo ao ficar em 10,3% em agosto, abaixo dos 10,4% de julho. Foi a menor taxa desde junho de 2016, que também havia ficado em 10,3%. Segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada, na manhã de ontem, 188 mil pessoas estavam sem trabalho no mês passado, 2 mil a menos que julho. A auxiliar de limpeza Vanessa Alves Fialho, 27 anos, está na lista e cumpriu a maratona semanal em postos de oferta de vagas. Há dois anos ela se habilita a postos.
No posto do Sine estadual, na área central de Porto Alegre, Vanessa diz que tem um sonho. "Quero um emprego com carteira assinada", revela a auxiliar de limpeza. Ela diz que o marido trabalha como autônomo na construção civil e que antes de ficar desempregada também estava na informalidade. "Quero carteira assinada para ter meus direitos, significa muito para conseguir mais coisas para meus filhos", resume a jovem, citando entre vantagens a aposentadoria e férias. Para isso, ela busca vaga de doméstica com carteira. Pela PED, a profissão teve alta de 5,4% nas vagas em agosto, com mais de 5 mil postos. O setor doméstico foi o mais promissor que o autônomo do marido de Vanessa, que cortou 12 mil vagas, queda de 4,7%.  
A economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE) Iracema Castelo Branco analisa que há redução do desemprego e até aumento de ocupação recentemente, mas ainda de forma lenta, sob efeito da atividade econômica. Até mesmo o ritmo da expansão da População Economicamente Ativa (PEA) - contingente com trabalho e quem busca, acabou sendo em ritmo menor, gerando menos pressão por vagas. "No segundo semestre de 2017, a gente deve ter comportamento de mais estabilidade do desemprego e até pequenas reduções, com menor ingresso de pessoas no mercado", reforça Iracema.
Foi decisivo para amenizar o desemprego, o aumento da ocupação - mais de 3 mil pessoas conseguiram colocação, (alta de 0,2%) - acima da entrada de mais candidatos a trabalho na região. A RMPA tem 1,636 milhão de ocupados. Houve aumento de postos na indústria de transformação (mais 6 mil ocupados, ou 2,2%), no comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (mais 4 mil, ou 1,2%) e na construção (mais 3 mil, ou 2,7%). O resultado negativo se deu no setor de serviços (menos 7 mil ocupados, ou -0,8%). O rendimento médio real aumentou nos ocupados em 2,2% e assalariados e autônomos em 1,3% cada um. A economista da FEE Cecília Hoff reforçou que a perspectiva é de retomada do mercado. "Segue a recuperação lenta da economia e pode atrair mais gente para a PEA", diz Cecília. Mas para 12 meses, FEE, Dieese e Fgtas apontam queda de desocupação e mesma tendência na ocupação e renda.    

Economista aponta elevado tempo de procura por emprego

Enquanto verifica-se um recuo do desemprego, apontado ainda como fraco mas em linha com a reação geral da economia, uma preocupação dos analistas da PED é com o descompasso entre o período que alguém demitido fica com a proteção do seguro-desemprego, que dura cinco meses, e o tempo para conseguir outra vaga. O acompanhamento da PED mostra que a procura média é de 39 semanas, quase 10 meses. "Ou seja, termina o prazo, e o trabalhador continua desempregado", adverte Iracema Castelo Branco, da FEE. Este quesito é importante para mostrar que o mercado de trabalho ainda é bastante desfavorável à mão de obra.
Os dados de vagas nos serviços de intermediação do Sine estadual, onde Vanessa Alves comparece toda a semana na esperança de conseguir vaga, também indicam que há desperdício da oferta de postos pelo sistema público ou de expectativas por quem recorre ao canal. A Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (Fgtas) registrou que foram ofertadas 3.358 vagas em agosto, ao lado de mais de 13 mil pessoas que se habilitaram. O problema é que apenas 483 trabalhadores conseguiram colocação. Diretoria da Fgtas aponta que a baixa escolaridade e inadequação de perfil provocam a desproporção entre oferta e efetiva contratação.
Na conjuntura de desemprego mais elevado, que se intensificou desde o segundo semestre de 2016, percebe-se a diferença no confronto com o mesmo mês do ano passado. Foram ofertadas menos vagas - 2.631 oportunidades na RMPA, para 13.074 candidatos. O êxito na contratação alcançou 1.050 das pessoas que estavam desempregadas. Para melhorar o aproveitamento de vagas, a Fgtas vai promover ações em 71 agências do Sine no Estado nesta sexta-feira para trabalhadores com deficiência e reabilitados do INSS. Estes segmentos são apontados como os que têm baixo aproveitamento e há mais dificuldades para inclusão no mercado.