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Contas Externas

- Publicada em 26 de Setembro de 2017 às 19:29

Ativos no exterior chegam a US$ 456 bilhões

Estatísticas levaram em conta também a repatriação, afirma Rocha

Estatísticas levaram em conta também a repatriação, afirma Rocha


/ELZA FIÚZA/ABR/JC
O Banco Central (BC) informou que o estoque de ativos brasileiros no exterior atingiu US$ 456,6 bilhões no fim de 2016, uma alta de 3,08% em relação a 2015. O BC atualizou, nesta terça-feira, em seu site na internet, as estatísticas referentes a Capitais Brasileiros no Exterior (CBE).
O Banco Central (BC) informou que o estoque de ativos brasileiros no exterior atingiu US$ 456,6 bilhões no fim de 2016, uma alta de 3,08% em relação a 2015. O BC atualizou, nesta terça-feira, em seu site na internet, as estatísticas referentes a Capitais Brasileiros no Exterior (CBE).
Do total, US$ 335,4 bilhões (73,4%) dizem respeito a Investimento Brasileiro Direto - ou seja, investimento produtivo direto feito por empresas brasileiras em outros países. Nesta rubrica, US$ 307,6 bilhões referem-se a participações no capital e US$ 27,8 bilhões a operações intercompanhias.
Dentro do estoque total de ativos, outros US$ 31,3 bilhões dizem respeito a investimento em carteira feitos por brasileiros no exterior: são US$ 22,3 bilhões em ações e US$ 9,0 bilhões em ativos de renda fixa. Derivativos (US$ 737 milhões) e outros investimentos (US$ 89,2 bilhões) completam o montante total. Na rubrica outros investimentos, destaque para o volume de moeda e depósitos que os brasileiros mantêm no exterior: US$ 45,3 bilhões.
De acordo com o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, as estatísticas de CBE também foram atualizadas em função do Regime Especial de Regularização Cambial e Tributária (Rerct), também conhecido como programa de "repatriação". Por ele, famílias e empresas puderam regularizar, no ano passado, recursos não declarados no exterior até 31 de dezembro de 2014. Essa regularização exigiu uma declaração retificadora de CBE ao BC, sendo que os novos dados foram incorporados, agora, às estatísticas.
Segundo Rocha, houve um crescimento de US$ 53,6 bilhões do volume de ativos brasileiros no exterior de 2013 para 2014 em função do Rerct. Deste total, US$ 32,2 bilhões (60%) referem-se a Investimento Brasileiro Direto. "Ou seja, aqueles brasileiros que aderiram ao Rerct mostraram que os instrumentos que detinham no exterior eram empresas que abriram por lá", explicou Rocha. A segunda rubrica mais relevante no caso do Rerct é de moedas e depósitos mantidos no exterior, em um total de US$ 6,4 bilhões (11,8%).
O BC informou ainda onde estavam, no exterior, os ativos regularizados por meio do Rerct. Do total de US$ 53,6 bilhões, um montante de US$ 14,4 bilhões (26,9%) estava nas Ilhas Virgens Britânicas. Outros US$ 9,3 bilhões (17,4%) estavam no Panamá,
US$ 7,7 bilhões (14,4%) nas Bahamas, US$ 6,6 bilhões (12,3%) na Suíça e US$ 3,8 bilhões (7,1%) nas Ilhas Cayman. "Como esperado, a parte expressiva onde estavam os ativos era de paraísos fiscais", destacou Rocha.

Aumento do déficit em conta-corrente em 2018 está em linha com retomada

Fernando Rocha, chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, afirmou que a elevação do déficit em conta-corrente esperada para 2018 está em linha com o crescimento econômico projetado. O BC estima déficit em conta de US$ 16,0 bilhões em 2017 e de US$ 30,0 bilhões em 2018.
Em grande parte, essa diferença se deve às projeções para a balança comercial. Com a economia em recuperação, espera-se que as importações aumentem em 2018, reduzindo o superávit comercial. As projeções do BC são de superávit comercial de US$ 61,0 bilhões em 2017 e de US$ 51,0 bilhões em 2018. "O superávit comercial, que deve ser recorde em 2017, vai para US$ 51,0 bilhões em 2018. Ainda assim, será o segundo maior da série", disse. "É natural que, com a recuperação da atividade, as importações subam."
No caso da conta de serviços, o principal destaque é a previsão de aumento do déficit em viagens, de US$ 13,5 bilhões em 2017 para US$ 17,3 bilhões em 2018. Também é de se esperar, conforme Rocha, um aumento na remessa de lucros e dividendos de 2017 para 2018 - de US$ 23,0 bilhões para US$ 25,5 bilhões, conforme as projeções do BC. Isso também estaria ligado à melhora da atividade, com as empresas tendo mais espaço para remeter ganhos.
 

Conta de viagens está deficitária em US$ 1,079 bilhão

O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, informou que a conta de viagens internacionais em setembro, até o dia 22, está deficitária em US$ 1,079 bilhão. Isso é resultado de US$ 291 milhões de receitas e US$ 1,370 bilhão de despesas.
Questionado a respeito da alta dos gastos líquidos com viagens em 2017, Rocha voltou a afirmar, durante entrevista coletiva, que isso se deve, em parte, à taxa de câmbio mais favorável para quem vai viajar. Além disso, há uma melhora da renda das famílias, em função da baixa inflação.
Ao mesmo tempo, a redução das receitas com viagens em agosto (US$ 455 milhões), na comparação com o mesmo mês do ano passado (US$ 602 milhões), está em parte ligada ao efeito da Olimpíada, ocorrida no meio de 2016.
Rocha afirmou que o Investimento Direto no País (IDP) em agosto, de US$ 5,138 bilhões, foi um pouco abaixo do que esperava o BC (US$ 6,500 bilhões), mas que os ingressos continuam sólidos. Em setembro, até o dia 22, já entraram no País o equivalente a US$ 5,1 bilhões em IDP. Já a projeção do BC para o IDP no mês é de US$ 5,8 bilhões.
Segundo Rocha, a projeção para a conta-corrente brasileira em setembro é de leve superávit de US$ 300 milhões. "O valor é muito próximo de zero. Esperamos algo entre estabilidade e ligeiro superávit", afirmou.
Com isso, lembrou Rocha, deverá permanecer a trajetória de redução dos déficits acumulados em 12 meses. Conforme os números divulgados ontem pelo BC, o déficit em 12 meses até agosto foi de US$ 13,457 bilhões, o equivalente a 0,68% do Produto Interno Bruto (PIB).
Rocha afirmou que, em setembro, até o dia 22, o pagamento de juros está em US$ 452 milhões. Já as remessas de lucros e dividendos somam US$ 408 milhões.
No mesmo período, o ingresso de recursos no País por meio de ações está em US$ 1,053 bilhão, enquanto a rubrica de renda fixa registra saídas de US$ 373 milhões. Já a taxa de rolagem em setembro até dia 22 está em 215%, sendo 290% para títulos de longo prazo e 143% para empréstimos diretos.