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Economia

- Publicada em 20 de Setembro de 2017 às 23:16

Bolsa em alta atrai novos investidores em ações

Fator psicológico de ver os ganhos com ações estimula, e muito, novas adesões

Fator psicológico de ver os ganhos com ações estimula, e muito, novas adesões


NELSON ALMEIDA/AFP/JC
Thiago Copetti
Uma sequência de quase três meses de bons números nos negócios realizados na B3 (a Bolsa de Valores de São Paulo) é fator direto de atração para novos investidores no mercado de capitais. Ainda que, em tese, esse seja o momento errado de entrar no negócio, o fator psicológico de ver os ganhos (dos outros) no segmento estimula, e muito, novas adesões. E bons números para aguçar os desejos de ganhos maiores não faltam. Em fevereiro de 2016, há apenas um ano e meio, o Ibovespa (principal indicador da B3) estava com cerca de 37 mil pontos, menos da metade do registrado nesta semana, quando chegou a 76 mil.
Uma sequência de quase três meses de bons números nos negócios realizados na B3 (a Bolsa de Valores de São Paulo) é fator direto de atração para novos investidores no mercado de capitais. Ainda que, em tese, esse seja o momento errado de entrar no negócio, o fator psicológico de ver os ganhos (dos outros) no segmento estimula, e muito, novas adesões. E bons números para aguçar os desejos de ganhos maiores não faltam. Em fevereiro de 2016, há apenas um ano e meio, o Ibovespa (principal indicador da B3) estava com cerca de 37 mil pontos, menos da metade do registrado nesta semana, quando chegou a 76 mil.
Com a sequência de nove semanas de altas, mesmo em um cenário político turbulento, a B3 ultrapassou os 73 mil pontos alcançados em meados de 2008. Mas, apesar da alta expressiva, se levarmos em conta a relação entre pontuação e dólares, há espaço para crescer. Em 2008, aqueles 73 mil pontos equivaliam a US$ 42 mil dólares, ante os atuais US$ 24 mil de equivalência, calcula o presidente da Apimec-Sul, José Junior de Oliveira. "Apenas neste ano, a alta é de 20%. E o que nos mostra a análise em dólar é que, apesar de terem passado os picos anteriores, ainda não voltaram ao mesmo patamar", explica Oliveira.
A expectativa de que ainda existe bom espaço para que a Bolsa de Valores brasileira siga em alta também está escorada na queda da Selic, que chegou a alcançar 14,25% ao ano há pouco tempo e pode chegar ao final do ano abaixo de 8%. Com isso, os títulos de investimento em renda fixa rendem menos, estimulando a busca de melhores retornos, mesmo com mais riscos. O risco, ressaltam especialistas, é parte inseparável de um investimento em ações, e quem ingressar deve estar 100% consciente disto. "Com a Selic em quase 15%, para que correr riscos? Não valia a pena; mas, com a queda, uma parcela dos investidores desse mercado migra para as ações, muitos deles pela primeira vez", avalia o presidente da Apimec-Sul.
Apesar de ser inerente ao mercado de ações, o risco de perda, ou o tamanho dela, pode ao menos ser minimizado por um sistema chamado de stop programado. É um sistema que limita o valor até quanto o investidor tolera a queda na cotação, e o mesmo pode ser feito para disparar automaticamente a venda. Entre algumas tendências de alta, avalia Oliveira, está a Vale, apesar da recente tragédia da Samarco em Mariana, pelo ingresso no Novo Mercado, que impõe novas regras de governança. A companhia já se valorizou quase 40% neste ano e também ganha com as boas perspectiva para o minério de ferro no mercado mundial, diz o presidente da Apimec.
Diretor do Grupo L&S, Alexandre Wolwacz também acompanha Oliveira no otimismo para os próximos meses, ressalvado as sempre possíveis turbulências inesperadas, e opina que três setores têm boas perspectivas de valorizações em breve: consumo, construção civil e financeiro. "Empresas destes três segmentos estão com perspectivas de expansão, parte disso ligada à queda na Selic. No caso da construção civil, por exemplo, o juro menor estimula os lançamentos e obras por construtoras", explica Wolwacz.
O executivo da L&S avalia que os atuais 76 mil pontos devem ter alguma queda em breve e que o mercado espera "apenas uma justificativa" para isso. Assim como a alta atrai novos investidores, também é o momento de os mais antigos realizarem seus lucros, vendendo as ações que já se valorizam. "É a hora de o investidor colocar dinheiro no bolso", sintetiza Wolwacz, ressaltando algumas "distorções" de ganhos recentes, como da Magazine Luiza, que teve valorização superior a 8.000% desde 2015.
Jaques Diskin, Educador Financeiro do DSOP, reforça o coro dos otimistas com os próximos passos do mercado de capitais e diz que, ainda que haja certa tendência de queda em breve, o futuro é positivo. Diskin trabalha com duas pontas de referências: 69 mil pontos e 90 mil pontos. "Há muito mais espaço para cima do que para baixo."
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