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Economia

- Publicada em 17 de Setembro de 2017 às 19:23

Setor agrícola europeu se mobiliza para tentar barrar acordo com Mercosul

Na reta final das negociações comerciais entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, o setor agrícola europeu se lança contra a abertura do mercado do bloco aos produtos agrícolas exportados pelo Cone Sul. A meta de Bruxelas e de Brasília é de se ter um acordo em dezembro, depois de quase 20 anos de negociações. Mas, à medida que o momento da troca de ofertas se aproxima em outubro, o lobby protecionista europeu se mobiliza para convencer diferentes governos do bloco a impedir uma abertura.
Na reta final das negociações comerciais entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, o setor agrícola europeu se lança contra a abertura do mercado do bloco aos produtos agrícolas exportados pelo Cone Sul. A meta de Bruxelas e de Brasília é de se ter um acordo em dezembro, depois de quase 20 anos de negociações. Mas, à medida que o momento da troca de ofertas se aproxima em outubro, o lobby protecionista europeu se mobiliza para convencer diferentes governos do bloco a impedir uma abertura.
Na semana passada, reuniões técnicas entre negociadores de ambos os lados do Atlântico mostraram que as dificuldades ainda existem para se chegar a um entendimento. Mas todos indicaram que a possibilidade de um entendimento até o final do ano é real. O Mercosul, ainda assim, alertou mais uma vez que não vai apresentar uma oferta mais ampla de seu mercado para bens industriais europeus enquanto não houver um compromisso de que carnes e etanol estejam no pacote de liberalização da Europa.
Outro setor de interesse exportador do Mercosul é o do açúcar, ainda que, mesmo em Brasília, se admita a dificuldade de exigir uma ampla abertura dos europeus nesse segmento. Um estudo realizado por um dos órgãos da Comissão Europeia indicou que, "em 10 anos, a indústria do açúcar na Europa enfrentou uma fase de dolorosa consolidação". "Quase metade das fábricas fecharam, levando a uma perda de capacidade de produção de 4,5 milhões de toneladas, mais de 24 mil postos de trabalhos e 165 mil fornecedores em fazendas", apontou.
Encontros decisivos estão marcados para ocorrer a partir do dia 2 de outubro em Brasília. Mas, até lá, uma forte movimentação ocorre em diversas capitais para evitar que os negociadores em Bruxelas apresentem uma proposta de abertura.
Nos últimos cinco dias, foi apurado que uma rede de lobistas passou a atuar em Paris, Varsóvia, Budapeste e em outras capitais para deixar claro a seus governos que não estão dispostos a aceitar um acordo "ambicioso" com o Mercosul.
Em Dublin, tradicional opositora do acordo com o Mercosul, a Indústria da Carne da Irlanda chegou a emitir um comunicado alertando que um tratado comercial com o bloco sul-americano era "totalmente inaceitável". "Um acordo com o Mercosul que permita qualquer volume adicional de importação de carne deve ser evitado", apelou o diretor da entidade, Cormac Healy.
"Estamos pedindo ao governo (da Irlanda) que bloqueie gestos da Comissão Europeia para completar o acordo comercial com o Mercosul", declarou. A poderosa entidade que reúne todas as federações agrícolas do Velho Continente também reagiu. "Um acordo comercial com o Mercosul teria um impacto severo para a agricultura da Europa, especialmente o setor de carnes", disse o presidente das Cooperativas Agrícolas da Europa, (Copa/Cogeca), Jean-Pierre Fleury. Segundo ele, o consumo de carne na Europa já caiu em 20% nos últimos 10 anos, e o impacto do Brexit é uma incógnita para o setor. "Temos padrões de qualidade e de segurança alimentar que esses países (do Mercosul) não têm", disse. "Registramos os movimentos individuais de animais do dia que nascem até a morte, enquanto no Mercosul apenas 10% do tempo de vida de um animal é, de fato, acompanhado", afirmou.
"Lamentamos o fato de que a Comissão Europeia tenha planos de incluir carnes em uma oferta de abertura comercial com o Mercosul", declarou o secretário-geral da entidade, Pekka Pesonen. Segundo ele, um novo estudo do impacto do acordo com a Europa apontaria para consequências "catastróficas" de um entendimento com o Mercosul que inclua carnes. Para ele, cotas precisam ser estabelecidas. "Não podemos mais aceitar usar esse setor da agricultura da Europa como moeda de barganha para outras áreas", disse.
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