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Economia

- Publicada em 10 de Setembro de 2017 às 21:29

Compra emergencial de leite é prioridade do setor lácteo no País

Problemas já afastaram 19 mil agricultores da atividade no Estado

Problemas já afastaram 19 mil agricultores da atividade no Estado


MARCO QUINTANA/JC/MARCO QUINTANA/JC
Thiago Copetti
Sem o avanço nos pleitos para barrar a entrada de leite em pó uruguaio no Brasil, produtores e indústrias do setor lácteo vão se centrar e unir suas forças em torno da compra governamental. A medida emergencial é considerada fundamental para aliviar o setor, e a pressão concentrada terá início nesta terça-feira, em um encontro entre representantes do setor e de diferentes ministérios, todos em torno da mesa que deverá ser capitaneada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha.
Sem o avanço nos pleitos para barrar a entrada de leite em pó uruguaio no Brasil, produtores e indústrias do setor lácteo vão se centrar e unir suas forças em torno da compra governamental. A medida emergencial é considerada fundamental para aliviar o setor, e a pressão concentrada terá início nesta terça-feira, em um encontro entre representantes do setor e de diferentes ministérios, todos em torno da mesa que deverá ser capitaneada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha.
O setor está em crise mais acentuada desde o início do ano devido, em boa parte, ao produto que entra do Uruguai, sem limites de cotas. O baixo preço do leite uruguaio está sorvendo o lucro e dominando uma parcela considerável do mercado nacional. De acordo com a Carlos Joel da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag), nos últimos dois anos, 19 mil pessoas já deixaram a produção no Estado.
A justificativa é o preço, que, desde o início do ano, caiu cerca de R$ 0,30 por litro, colocando no ralo cerca de R$ 100 milhões mensais que deveriam ir para o bolso do produtor. O cálculo é do presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat), Alexandre Guerra. De acordo com o executivo, outros R$ 200 milhões deixam de ser faturados pela indústria gaúcha a cada mês, e vai piorar se o governo não fizer nada, diz o executivo.
"Isso tudo é dinheiro que deixa de girar na economia local. A indústria pode começar a fechar portas em 2018. Como a questão com o Uruguai não avança, o governo precisa fazer uma compra emergencial, para ontem, para equilibrar o mercado, ou terá problemas para abastecer o mercado interno logo, logo", alerta Guerra.
No encontro com Padilha, agendando pelo deputado federal Covatti Filho (PP-RS), também participarão representantes do setor e deputados do Paraná e de Santa Catarina. A ideia é convencer o governo federal a comprar 50 mil toneladas de leite em pó e 400 milhões de litros UHT para escolas e projetos sociais, por exemplo, o que daria vazão aos estoques.
"É por isso que estará lá, também, um representante do Ministério do Desenvolvimento Social, por exemplo. Agora, estamos entrando em uma fase de urgência, e a prioridade é garantir essa aquisição, e por um valor acima do que o governo tem como base, R$ 11,80 o quilo do leite em pó, isso mal cobre o custo. Precisamos de no mínimo R$ 14,30 para o produto em pó e R$ 2,20 para o fluído", alerta o presidente do Sindilat.
Ainda que o foco mais urgente seja a compra governamental, o grupo também buscará uma solução para a questão internacional, por meio do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Covatti Filho ressalta que, em breve, vencerá o acordo de cotas estabelecido para ingresso de leite em pó argentino no Brasil, agravando um cenário inundado pelo leite uruguaio.
"Os argentinos já sinalizam que querem a mesma liberdade uruguaia para vender para cá. Antes que tenha de abrir mercado aos dois e quebrar indústria e produtor, é melhor que o governo dê um jeito de limitar a importação do Uruguai", defende Covatti Filho.
Para o presidente da Fetag, que também ressalta a necessidade de compras governamentais urgentes, outra ação que pode ser adotada pela União é segurar licenças de importações, emergencialmente. "Assim estancará um pouco essa entrada. Se continuar entrando o que ingressou nos últimos meses, mais produtores vão seguir parando com a produção", diz Silva.
De acordo com o presidente da Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do Estado (Apil), Wlademir Dall'Bosco, falando sobre o tema durante a Expointer, entre 10 mil e 15 mil produtores gaúchos ainda devem deixar a atividade leiteira em dois anos se não houver solução para o caso neste ano.
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