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Economia

- Publicada em 06 de Setembro de 2017 às 18:53

Selic a 8,25% derruba rentabilidade da caderneta de poupança

Agência Estado
Com o corte de 1 ponto porcentual na taxa de juros básico da economia, a Selic, o Comitê de Política Monetária (Copom) aciona o gatilho de rentabilidade da caderneta de poupança, que passa a render menos sempre que a Selic for igual ou inferior a 8,5%.
Com o corte de 1 ponto porcentual na taxa de juros básico da economia, a Selic, o Comitê de Política Monetária (Copom) aciona o gatilho de rentabilidade da caderneta de poupança, que passa a render menos sempre que a Selic for igual ou inferior a 8,5%.
Na prática, a caderneta de poupança, que até então tinha valorização de 0,5% ao mês, mais a Taxa Referencial (TR), passa agora a render 70% da Selic, mais a TR.
Na ponta do lápis, o desempenho do investimento trará resultados inferiores aos verificados atualmente. Mas isso não significa que as demais aplicações de renda fixa, como o Tesouro Direto, CDBs e similares tornem-se mais atraentes.
Segundo os especialistas, antes de tomar uma decisão, o investidor precisa comparar a rentabilidade no final da operação Essa é opinião, por exemplo, do professor Joelson Sampaio, da Fecap. "A taxa de administração é que vai determinar se o investimento vai ficar ruim ou não", diz.
Sampaio explica que, com a incidência de Imposto de Renda e a taxa de administração, o investidor pode receber menos em produtos de renda fixa do que se deixasse na poupança, mesmo ela rendendo 70% da Selic mais a TR. Ele diz que em um cenário de juros de 8,5%, apenas os fundos de renda fixa com taxas administrativas de 0,5% ganham da poupança.
Diante dessa realidade ruim para quem está nos fundos, o gatilho tende a baixar as taxas de administração desses investimentos, acredita Angela Nunes, planejadora financeira pela Planejar.
No caso do Certificado de Depósito Bancário (CDB), o professor de finanças da Saint Paul Escola de Negócios, Alan Ghani, aconselha olhar para os prazos para saber se a incidência de Imposto de Renda não irá comprometer muito da rentabilidade.
Ele explica que, para um prazo de seis meses, a poupança ganha do CDB que paga até 90% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), balizado pela Selic. Para quem vai investir durante um prazo entre um e dois anos, o ideal é recorrer ao CDB que pague mais de 85% do CDI. Já para o investidor que pretende deixar o dinheiro rendendo mais de dois anos, vale a pena um CDB com retorno acima de 83% do CDI. Caso contrário, melhor deixar na poupança.
A planejadora financeira Letícia Camargo lembra que as vantagens da poupança "antiga" também dependem das movimentações da Selic. "Hoje ela possui bons rendimentos, mas quando a taxa básica de juros estava em 14%, por exemplo, a pessoa que tinha esse tipo de investimento perdeu dinheiro", explica. Segundo ela, é preciso avaliar quanto foi perdido e quais os ganhos atuais para saber se o poupador está em uma situação realmente vantajosa a partir de agora.
Por mais que a caderneta possa ser mais atrativa em muitos casos, Angela Nunes alerta que não adianta sacar o dinheiro fora do aniversário da poupança, senão perde a rentabilidade. Ou seja, se fizer uma aplicação dia 5 de abril e outra dia 15 de abril, a primeira terá rendimento no próximo dia 5 enquanto a segunda no próximo dia 15. Aplicações menores que 30 dias, também não recebem nenhum retorno. Angela pondera que a poupança é um bom instrumento para aprender a poupar, principalmente pela facilidade. "Algum esforço é melhor do que esforço nenhum", diz
Joelson Sampaio, da Fecap, lembra que o dinheiro também não pode ser esquecido na poupança. Caso os juros voltem a subir, elas se torna um mau investimento se comparado aos fundos de renda fixa. Isso ocorre porque se a Selic estiver alta, os retornos nesses investimentos serão maiores, enquanto que a poupança volta a pagar na modalidade anterior, ou seja, 0,5% por mês mais a TR.
A regra da poupança mudou em maio de 2012, quando os juros da economia estavam em 9% e o governo de Dilma Rousseff tinha a intenção de baixá-los ainda mais. Na época, sem as alterações na poupança, a queda poderia comprometer a emissão de títulos públicos pelo Tesouro Nacional, que são usados como empréstimos para o governo, além de outros investimentos em renda fixa.
Para não prejudicar as pessoas que já tinham dinheiro investido na poupança, foram criadas as divisões "velha" e "nova" poupança.
O rendimento referente aos valores depositados até 3 de maio de 2012 foram incorporados ao saldo da "poupança antiga" e passaram a render segundo as regras antigas. Para quem tem dinheiro nas duas modalidades, os saques passaram a ser feitos prioritariamente do ‘dinheiro novo’ e o banco passou a identificar no extrato os saldos referente às poupanças "velha" e "nova".
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