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Relações Internacionais

- Publicada em 04 de Setembro de 2017 às 22:03

Brics condena proteção e políticas isolacionistas

Líderes de Brasil, Rússia, China, África do Sul e Índia discutiram os rumos do bloco no balneário de Xiamen

Líderes de Brasil, Rússia, China, África do Sul e Índia discutiram os rumos do bloco no balneário de Xiamen


DMITRY AZAROV/DMITRY AZAROV/SPUTNIK/AFP/JC
Políticas isolacionistas podem afetar as perspectivas de crescimento global e a confiança dos mercados. Por esta razão, é necessário estar vigilante. Esta foi uma das principais mensagens econômicas do comunicado final da 9ª Cúpula do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) realizada no balneário de Xiamen. A avaliação é a de que, apesar dos sinais de recuperação, incertezas e riscos persistem sobre a economia mundial.
Políticas isolacionistas podem afetar as perspectivas de crescimento global e a confiança dos mercados. Por esta razão, é necessário estar vigilante. Esta foi uma das principais mensagens econômicas do comunicado final da 9ª Cúpula do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) realizada no balneário de Xiamen. A avaliação é a de que, apesar dos sinais de recuperação, incertezas e riscos persistem sobre a economia mundial.
"Ao notar as incertezas e os riscos que persistem, destacamos a necessidade de estar vigilante contra políticas isolacionistas que pesem sobre as perspectivas de crescimento global e a confiança dos mercados", diz o comunicado final do encontro. O grupo também defendeu o combate firme ao protecionismo e a importância de uma economia mundial mais aberta e inclusiva, que permita que todos os países e povos compartilhem os benefícios da globalização. Estas têm sido bandeiras empunhadas, sobretudo pelos chineses, desde a eleição do norte-americano Donald Trump.
Na presidência do Brics este ano, os chineses não mediram esforços para se apresentar como líderes do bloco. Talvez por esta razão os negociadores do texto final, sobretudo indianos e brasileiros, tenham feito questão de eliminar a maioria de expressões normalmente usadas pelos chineses em seus comunicados, como "win-win", conceito que repetem em todos os seus discursos e textos para se referir aos ganhos de todas as partes em uma negociação. Observadores afirmaram que ficou claro o esforço da China de embutir no Brics iniciativas suas como "um cinturão, uma rota", o nome de um programa ambicioso de investimentos inicialmente no que seria a "rota da seda" e hoje tem projetos que vão da Europa até a América Latina.
"O Brics tem que ser uma plataforma para que todos tenham voz nas questões internacionais. Não é para um só país. Todos têm os seus interesses", disse um diplomata que acompanhou as negociações.
Na abertura da cúpula, o presidente da China, Xi Jinping, defendeu que há um grande espaço para novos investimentos entre os países do Brics e pediu foco para que estes recursos fossem destinados ao desenvolvimento do grupo. Ele alertou que apenas 5,7% dos US$ 197 bilhões que os cinco países aplicaram mundo afora em 2016 ficaram dentro do Brics.
"Houve muitos progressos na cooperação nos últimos 10 anos. Mas ainda temos que atingir o potencial completo", disse o líder chinês em seu discurso, o único transmitido pelo telão da cúpula já desde o fórum empresarial do Brics realizado no domingo (durante todo o dia, o telão na sala dos jornalistas passa imagens de Xiamen).
Xi anunciou que a China vai destinar US$ 76 milhões em um plano de cooperação econômica e técnica para a facilitação de trocas políticas e de comércio e investimentos. Outros US$ 4 milhões, segundo ele, serão aplicados no Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) para operações de negócios de longo termo do banco. Ele voltou a dizer que o Brics precisa iniciar uma nova década de ouro, expressão que acabou ficando no comunicado final do evento, e defendeu uma "participação mais ativa em governança global".
Na reunião restrita, apenas com a presença dos cinco líderes, o presidente Michel Temer defendeu a instalação da nova filial regional do Novo Banco do Desenvolvimento, o banco do Brics, no Brasil. Esta era uma das principais demandas do País durante as negociações sobre o comunicado final da 9ª Cúpula do Brics. Mas, como não houve uma decisão dos líderes sobre o cronograma de instalação, a menção ficou fora do documento. No entanto, a ideia é que o novo escritório fique pronto em até dois anos, quando o Brasil assumirá a presidência do Brics.
 

OMC volta atrás e diz que Estados Unidos não violaram regras

A Organização Mundial do Comércio (OMC) reverteu uma decisão anterior, de novembro de 2016, sobre um caso envolvendo a Boeing, e afirmou que o subsídio recebido pela fabricante de aeronaves pago pelo governo norte-americano não viola as regras de comércio internacional.
O caso faz parte de um processo maior, sobre o qual os Estados Unidos e a Europa vêm travando batalhas sobre supostos subsídios pagos às suas respectivas fabricantes de aeronaves, a Boeing e a Airbus. As disputas acontecem desde 2004, quando os EUA expressaram suas preocupações à OMC. Em seguida, os europeus entraram com um processo em resposta, alegando financiamento estatal ilegal à Boeing.
A OMC disse ontem que "rejeitou as reivindicações da União Europeia de que alguns incentivos fiscais concedidos pelo estado de Washington à indústria aeroespacial constituiriam subsídios proibidos".
A decisão é um grande revés para a Europa. Em novembro, a Airbus havia comemorado a sentença anterior como um "nocaute". Caso a decisão tivesse se mantido, os EUA teriam que retirar a isenção fiscal.

Trump defende reduzir 'dramaticamente' os impostos

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu em artigo no diário Milwaukee Journal Sentinel seu projeto de reforma tributária. Segundo ele, as mudanças podem cortar "dramaticamente" os impostos pagos por trabalhadores e pelas famílias americanas em geral.
"Nosso plano reduzirá dramaticamente o imposto de renda para os trabalhadores e as famílias americanas. Ele irá quase dobrar a dedução padrão para ajudar as famílias a seguir adiante. Tornará nosso complexo código tributário em um mais simples e justo. Colocará dinheiro nos bolsos das pessoas que o merecem", afirmou Trump. "E isso trará de volta empregos americanos ao tornar nossos negócios novamente competitivos", argumentou.
A reforma defendida pela Casa Branca é "pró-crescimento, pró-empregos, pró-trabalhador e pró-americana", disse Trump. Segundo ele, todos os partidos deveriam "se unir em nome do bom senso" na questão.
O artigo de Trump foi enviado especificamente ao jornal. Um porta-voz da Casa Branca disse que o Wisconsin era "o coração da América" e que "a imprensa local e regional tende a dar mais tempo para discutir os temas que são de maior preocupação das famílias americanas, como empregos e impostos", de acordo com a página do próprio jornal. Trump tem uma relação conflituosa com boa parte da imprensa.