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Economia

- Publicada em 04 de Setembro de 2017 às 15:25

Mercado Livre passa a gerir estoque de vendedor

Agência Estado
O Mercado Livre lança esta semana um serviço de armazenamento de produtos e distribuição. O movimento, embora restrito ao campo da logística, é decisivo diante do atual cenário competitivo de multiplicação do número de empresas que ofertam plataformas de "marketplace", um shopping virtual em que outros vendedores comercializam produtos.
O Mercado Livre lança esta semana um serviço de armazenamento de produtos e distribuição. O movimento, embora restrito ao campo da logística, é decisivo diante do atual cenário competitivo de multiplicação do número de empresas que ofertam plataformas de "marketplace", um shopping virtual em que outros vendedores comercializam produtos.
Lidar com estoque nunca foi parte da rotina do Mercado Livre. Uma das maiores do e-commerce no Brasil, a companhia não tem produtos próprios. Seus clientes são vendedores que disponibilizam mercadorias para comercialização na plataforma.
O modelo muda com o lançamento pela companhia do "fulfillment", um serviço que realiza a gestão do armazenamento, da embalagem e entrega de produtos de diversos vendedores a partir de um centro de distribuição, incluindo também o serviço de pós-venda e atendimento ao cliente. As operações no centro de distribuição e o transporte são feitos por empresas parceiras, mas a gestão passa a ser responsabilidade da companhia de e-commerce e não mais do vendedor.
Com um centro de distribuição em Louveira (SP), na região de Campinas, o Mercado Livre começará atendendo 130 vendedores entre os que mais vendem em volume de itens. O produto continua pertencendo a outros, mas o novo serviço aproxima a operação da companhia à de outros gigantes.
"Começaremos pequenos, mas podemos escalar rápido", disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, Leandro Bassoi, diretor do Mercado Envios, braço logístico do grupo. "Vemos uma parcela importante da nossa venda no futuro vindo desse negócio", afirmou, acrescentando que investimentos em outros centros de distribuição no País poderiam ocorrer no futuro.
B2W, Via Varejo e Magazine Luiza têm estoque próprio, mas vêm reforçando suas operações de marketplace. A nova iniciativa do Mercado Livre começa a tornar esses modelos - antes díspares - mais parecidos. A B2W já oferta uma estratégia de "fulfillment" desde 2015, voltada para armazenagem, distribuição e atendimento ao cliente.
O Mercado Livre movimentou em transações no segundo trimestre um total de US$ 2,7 bilhões em todos os países onde atua. Não há dados específicos para o Brasil, mas a companhia afirma que o País representa em média metade do total de seus resultados.
Segundo Bassoi, o "fulfillment" deve permitir uma redução "significativa" do prazo médio de frete. O novo serviço, no entanto, não deve gerar receita. A companhia decidiu não cobrar dos vendedores, o que é visto como um investimento para que o negócio ganhe escala.
O Mercado Livre tem uma verba de R$ 1 bilhão para este ano, a qual está sendo gasta em diferentes iniciativas destinadas a gerar volume de vendas. A empresa tem ofertado frete grátis, navegação gratuita em seu aplicativo e, agora, lança a gestão de estoque grátis para os clientes.
O lançamento ocorre ainda num momento em que cresce no mercado a expectativa de que a Amazon lance no Brasil o seu "marketplace". Analistas e empresários do setor de comércio eletrônico afirmam que a gigante norte-americana já sondou vendedores no Brasil sobre o lançamento de sua plataforma.
Bassoi diz não ver, no entanto, a Amazon como uma ameaça. "Naturalmente buscamos aumentar nossa participação e, de alguma forma, defender o nosso mercado", afirmou. "Mas não nos pautamos pela Amazon", acrescentou.
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