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Cultura

- Publicada em 04 de Outubro de 2017 às 08:12

Jornada de Passo Fundo debate ícones da literatura nacional

Affonso Romano de Sant'Anna está em atividade que discute Scliar, Suassuna, Drummond e Clarice

Affonso Romano de Sant'Anna está em atividade que discute Scliar, Suassuna, Drummond e Clarice


ARQUIVO/UPF/DIVULGAÇÃO/JC
Ricardo Gruner
A noite de hoje é de celebração na Jornada Nacional de Literatura, em Passo Fundo. Os escritores Affonso Romano de Sant'Anna, Bráulio Tavares, Cintia Moscovich e Nádia Battella Gotlib se reúnem no encontro Centauro, pedra, rosa e estrela: Scliar, Suassuna, Drummond, Clarice - como entrega o nome, é dedicado aos quatro homenageados pela 16ª edição do evento. A atividade ocorre a partir das 19h, na Universidade de Passo Fundo, acompanhada do espetáculo de dança Não me toque estou cheia de lágrimas - Sensações de Clarice Lispector. As inscrições já estão esgotadas.
A noite de hoje é de celebração na Jornada Nacional de Literatura, em Passo Fundo. Os escritores Affonso Romano de Sant'Anna, Bráulio Tavares, Cintia Moscovich e Nádia Battella Gotlib se reúnem no encontro Centauro, pedra, rosa e estrela: Scliar, Suassuna, Drummond, Clarice - como entrega o nome, é dedicado aos quatro homenageados pela 16ª edição do evento. A atividade ocorre a partir das 19h, na Universidade de Passo Fundo, acompanhada do espetáculo de dança Não me toque estou cheia de lágrimas - Sensações de Clarice Lispector. As inscrições já estão esgotadas.
Além de figuras importantes no contexto literário contemporâneo, os convidados têm em comum estudos e proximidade com a obra dos ícones em questão - os quais cumprem décadas de nascimento ou morte em 2017. Com trânsito pela ficção científica, literatura de mistério e cultura da oralidade, Tavares, por exemplo, escreveu ABC de Ariano Suassuna - publicado há 10 anos, quando o autor de Auto da compadecida completou oito décadas de vida. Recentemente, desenvolveu também o texto do musical Suassuna - o auto do reino do sol, também com inspiração na trajetória do paraibano, célebre defensor da cultura nacional.
Já Affonso Romano de Sant'Anna tem uma ligação intensa com as obras de Drummond e Clarice. Drummond o gauche no tempo, sua tese de doutorado sobre a importância primeiro, possui várias edições já publicadas, além dos prêmios recebidos. Sobre a segunda, escreveu Com Clarice ao lado da esposa, a também escritora Marina Colasanti - uma das atrações da Jornada amanhã, no debate Por elas: a arte canta a igualdade.
"São dois autores que exploram as fronteiras da nossa literatura", afirma ele, que conheceu ambos. "São mestres, cada um ao seu modo. Clarice é dúvida. Drummond é pensamento em forma de poesia", define ele, comentando também a força dos versos na contemporaneidade: "Toda vez que um ensaísta tenta dizer algo, coloca um poema".
Para o futuro, Affonso Romano de Sant'Anna prepara Quase diário - 2000-2010, continuação de Quase diário: 1980-1999, nas lojas desde o primeiro semestre. Um dos tópicos do primeiro volume é justamente um encontro com Drummond - entre outras personalidades citadas.
Outra convidada que tem intimidade com a obra da autora de A hora da estrela e A maçã no escuro é Nádia Battella Gotlib. A pesquisadora tem em seu currículo os livros Clarice, uma vida que se conta, leitura de vida e obra da escritora e Clarice Fotobiografia - que reúne 800 imagens -, além de trabalhos como Teoria do conto e ensaios e artigos diversos.
Para falar de um gaúcho foi convocada uma conterrânea: Cíntia Moscovich contribuiu com a obra O viajante transcultural: leituras da obra de Moacyr Scliar e é profunda conhecedora da bibliografia do responsável por O exército de um homem só. "Ele tinha um olhar muito bem-humorado, intransigente, sobre o mundo, algo que faz uma falta danada. As pessoas têm se levado muitíssimo a sério, principalmente aqui no Rio Grande do Sul", afirma a escritora.
"Também se fala no olhar judaico do Scliar. Se tu observar o quão universal é o judaísmo, como os judeus estão espalhados pelo mundo, tu vais entender o quão universal é a obra dele", ressalta ela, a respeito de um dos temas mais lembrados quando se discute a carreira literária de Scliar. "Mas, para escapar do adjetivo: ele era um cidadão do mundo. A escrita dele serve para todas as pessoas em qualquer lugar."
Cintia ainda cita Um centauro no jardim como um livro que as pessoas precisam ler. "Faz nós refletirmos, rirmos. E fala das verdades ambíguas, inerentes à humanidade. Metade selvageria, metade civilização", complementa.
Assim como nas outras três mesas da programação da Jornada - que segue até sexta-feira -, a coordenação dos debates fica por conta de um trio formado Alice Ruiz, Augusto Massi e Felipe Pena. Já o espetáculo que também integra a programação da noite é uma realização da Geda Cia. de Dança Contemporânea.
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