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- Publicada em 14 de Setembro de 2017 às 22:46

A maior banda de rock

Detalhe da capa do livro sobre os Rolling Stones

Detalhe da capa do livro sobre os Rolling Stones


REPRODUÇÃO/JC
The Beatles é a banda mais importante, melhor e mais criativa que já pintou. Sargent Peppers Lonely Hearts Club Band é o CD mais interessante da história do rock. Mas não dá para negar que os Rolling Stones é a maior banda de rock da história. Em longevidade, shows, impacto e tudo mais a banda originada do encontro predestinado de Mick Jagger com Keith Richards é a maior.
The Beatles é a banda mais importante, melhor e mais criativa que já pintou. Sargent Peppers Lonely Hearts Club Band é o CD mais interessante da história do rock. Mas não dá para negar que os Rolling Stones é a maior banda de rock da história. Em longevidade, shows, impacto e tudo mais a banda originada do encontro predestinado de Mick Jagger com Keith Richards é a maior.
Acaba de ser publicada a biografia O sol & a lua & os Rolling Stones (Zahar, 392 páginas, tradução de Marcelo Schild Arlin), do consagrado jornalista e escritor norte-americano Rich Cohen. Autor dos best-sellers do New York Times Tough Jews e The Avengers, Cohen colabora com as revistas Vanity Fair e Rolling Stone e já escreveu para a The New Yorker, The Atlantic e Harper's Magazine, entre outros. Ganhou os prêmios Great Lakes Book, Chicago Public Librarys 21st Century e Ascap Deems Taylor.
Tudo começou no encontro de Jagger e Richards numa plataforma de trem em 1961 e veio o convívio por décadas. Cohen dá atenção especial ao período de ouro dos Stones, o dos álbuns Beggar's Banquet (1968) e Exile on Main Street (1972), o auge de sua força criativa. Desculpando o lugar-comum, o livro é desses que dá vontade de ler ouvindo as canções.
Cohen, jornalista apaixonado que criou a série Vinyl, circulou muito com os Stones, especialmente em 1994 com a turnê do grupo pelos Estados Unidos e traz os altos e baixos da banda. Suas entrevistas mostram novas faces do fenômeno. São momentos em que os integrantes dos Stones criaram não só canções, mas revolucionaram os costumes e se tornaram símbolos de aspectos de nossa cultura.
Cohen mostra como os talentosos músicos formados no blues, para ele os mais inovadores de sua geração, enfrentaram os altos e baixos de uma carreira de mais de cinquenta anos e, com um realismo que os Stones não gostam, revela os bastidores deles. "Diga-me você. Eu não sei. Como é viver em mundo no qual os Stones sempre existiram? Para você, sempre houve o sol e a lua e os Rolling Stones" - palavras de Keith Richard que estão na epígrafe. Segundo o San Francisco Chronicle, a obra é da lista seleta de livros que realmente valem a pena sobre os Stones.
O volume tem fotos em preto e branco, farta bibliografia, lista de entrevistas e índice. É obra referencial para os fãs dos Stones e para os que querem saber sobre a maior banda de rock da história, que ainda agita as massas por aí.

lançamentos

  • Cabeças - Relicário do Pensamento (Editora AGE, 126 páginas) traz fotos de Fernanda Zago e textos de André Venzon, Caé Braga, Paulo Amaral, Paulo Flávio Ledur, Paulo Silvestre Ledur, Rualdo Menegat e Vinicius Vieira sobre o grande escultor alemão João Otto Klepzig, que veio para o Brasil com 10 anos e construiu longa e bela carreira nas artes plásticas, com esculturas em bronze e terracota, principalmente. A obra é o catálogo da exposição de João no Margs, até dia 24/09/2017.
  • Histórias de vento, mar e amor (Concha, 104 páginas), coletânea de contos organizada pela professora e escritora Joselma Noal, traz trabalhos dos alunos de sua oficina literária: Alison Guedes Altmayer; Eliane Macedo; José Antonio Altmayer, K.V. França; Marcela Wanglon Richter, Murilo Sedrez, Paula Canabarro e Tomás Mendes sobre vento, mar e amor. Voz própria e forma e conteúdo bem tralhados estão na obra, junto com poesia, humor e ironia.
  • Treze (Samba, 166 páginas), com textos da caxiense Jéssica De Carli, Luiz Carlos Ponzi e Rodrigo Lopes, é um belo livro, com cuidadosa edição encadernada, com lindas fotos em cores, sobre o lendário Bar Treze, que há 50 anos faz parte da história de Caxias do Sul. Há textos de Marco Verdi, Pedro Horn Sehbe, Giulia SantAnna, Matheus Chemello, Nivaldo Pereira e Mara de Carli dos Santos sobre boemia, gastronomia e outros tópicos do mágico Bar Treze.

San Francisco

O Tony Bennet, as torcidas do Flamengo, do Barça, do Juventus e dos gloriosos Internacional e Grêmio deixaram seus corações em San Francisco (SF) da Califórnia, como diz a "signature song" do melhor cantor do mundo, Tony Bennett, segundo a opinião insuspeita do maior cantor do século XX, Frank Sinatra, the voice. Dizem que a mãe do Frank dizia: canta direito, guri, canta como o Tony. Nos anos 1960/1970, SF foi o centro hippie e a capital da contracultura e quem não se emociona até hoje com a linda canção If you are going to San Francisco do Scott McKenzie, que pedia para você usar algumas flores na cabeça se fosse para lá, onde iria encontrar pessoas gentis com flores na cabeça e um verão cheio de amor. Palco da geração beat e de muitas ideias arejadas e renovadoras, SF é berço do mundial Uber, a maior locadora de automóveis do mundo que não é dona de nenhum, e de novidades tecnológicas e muitas startups. O Vale do Silício é perto.
SF cresceu muito e rápido com a corrida do ouro em 1849, foi destruída por um furacão em 1906 (e logo reconstruída) e sofreu outro em 1989, mas a "Paris do West" segue impávida, com apenas e adequados 800.000 habitantes e segue uma das cidades mais visitadas por turistas americanos e estrangeiros. É uma cidade rica, mas com o bom gosto e o comedimento impedindo ostentações, exageros e rasgação de dinheiro à toa. Cidade elegante e distinta, recebe todos com carinho e é considerada, sem exagero, como a cidade mais feliz dos EUA.
Tem outros Rios de Janeiro americanos, como New Orleans, por exemplo, mas SF é imbatível na gentileza, na falta de pressa e na ausência de buzinaços, correrias, gritos, stress e empurrões. Não que a galera de lá não trabalhe, não é isso. As pessoas se movimentam, vivem, trabalham, mas num ritmo razoável, civilizado, sem reclamar se o bondinho chegou atrasado. No hotel não reclame se o seu omelete levou quinze ou vinte minutos para chegar à mesa. Qual o problema? O que você iria fazer com aqueles 15 ou 20 minutos que usou para observar as pessoas e a cidade e ler calmamente o San Francisco Chronicle? Relaxe, você está em San Francisco, terra da Golden Gate e da inimitável Lombard Street.
Há pouco Lady Gaga escolheu a cidade para apresentar-se pela primeira vez num estádio. Trinta e nove mil e quinhentas pessoas assistiram ao show histórico, no AT&T Arena e, no final, Gaga, em atitude única, convidou sua mamãe para vir ao palco. Tony Bennet, o cantor de SF, deu aquele upgrade para Gaga, que agora canta como nunca.
O grande jornalista norte-americano Charles Cronkite resumiu como ninguém o que é San Francisco. "Estar em SF é como reencontrar uma velha e querida namorada e aí você não quer parar de se despedir dela." É isso mesmo, SF tem uma bela história, um presente radiante e, com certeza, um futuro sempre novo. Para quem gosta de coisas mais cinematográficas ou de jogos e badalação, Los Angeles e Las Vegas ficam perto, através daquela estrada fantástica na beira do pacífico.

a propósito...

Este texto não é só uma declaração de amor à SF e exaltação à metrópole do bondinho, coisas que ela nem precisa. É mais para falar de um lugar que ainda é, tipo assim, paz-e-amor, cultiva a natureza e os bons modos, recebe as pessoas com gentileza e inspira novas ideias, novos pensamentos e criatividade para o bem. Uma cidade que tem importantes universidades, SF segue sendo um bom exemplo e uma esperança para esse planeta. Em SF existe Alcatraz, o presídio chamado de The Rock, de onde ninguém fugiu vivo, ao que se saiba, nem o Clint Eastwood no filme. Trinta e seis fugiram. Só três nunca foram achados. Al Capone tirou uma temporada por lá. É exemplo de cana duríssima que SF dá para uns meliantes que andam por aí.