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Jornal da Lei

- Publicada em 08 de Setembro de 2017 às 14:12

Alienação parental: o mal familiar da sociedade contemporânea

A alienação parental tornou-se um evento recorrente na sociedade atual que se caracteriza por um número elevado de separações e divórcios. Uma vez dissolvida a união matrimonial, os filhos são os mais afetados pelo sentimento de abandono e acabam por se tornar instrumentos de vingança na mão do genitor que detém a guarda, sendo impedidos de conviver com o outro progenitor.
A alienação parental tornou-se um evento recorrente na sociedade atual que se caracteriza por um número elevado de separações e divórcios. Uma vez dissolvida a união matrimonial, os filhos são os mais afetados pelo sentimento de abandono e acabam por se tornar instrumentos de vingança na mão do genitor que detém a guarda, sendo impedidos de conviver com o outro progenitor.
Este tipo de prática sempre existiu, porém há pouco tempo vem sendo observada com a devida atenção. Quando da separação, os filhos na maioria das vezes, ficam sob a guarda da mãe que acaba se convencendo que possui direitos exclusivos sobre a família abandonada e acaba por utilizar-se de diversas artimanhas com a finalidade de destruir qualquer tipo de vínculo entre o filho e o outro progenitor, assumindo o controle total da prole. Com o fim do convívio, os laços de afetividade entre pai e filho ficam cada vez mais distantes e a verdade do cônjuge alienador passa a ser verdade para o filho, o que chamamos de falsas memórias.
Neste contexto se manifesta a Síndrome de Alienação Parental, onde o cônjuge alienador transforma a consciência dos filhos com o intuito de destruir seus vínculos com o outro cônjuge, sem que existam reais motivos. Os filhos, como mecanismos de autodefesa, negam o conflito, acreditando que rejeitam o pai por crença própria, e não por induzimento do genitor guardião.
Os efeitos que a Síndrome de Alienação Parental podem causar nos filhos variam conforme diversos fatores tais como idade e tipo de personalidade e sua detecção costuma ser difícil e demorada, sendo muitas vezes percebida quando já se encontra em etapa avançada. A síndrome não é uma situação irreversível, desde que tratada de forma eficaz e com a intervenção de profissionais especializados no assunto, por meio da adoção conjunta de medidas legais e terapêuticas.
Neste sentido, cabe lembrar que não se espera que o advogado seja o pacificador de crises familiares, mas que tenha consciência e sensibilidade para perceber que em conflitos familiares como nas situações de separações litigiosas, todos acabam perdendo já que não tiveram seus sonhos e desejos mais profundos realizados, devendo, portanto, não alimentar o ódio entre as partes.
As leis foram criadas para normatizar as relações humanas, mas em se tratando de Direito de Família, importante considerar o fato de que as relações são permeadas por sentimentos, interesses, motivações, vontades e frustrações que passam mais por aspectos psicológicos do que pelos jurídicos. A Alienação Parental é uma forma grave de abuso e deve ser combatida por profissionais preparados para enxergar e escutar além do que se lhe apresenta nos conflitos familiares, efetivando sempre o melhor interesse do menor.
Advogada Especialista em Direito Civil e Processo Civil
 
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