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Aviação

- Publicada em 21 de Setembro de 2017 às 21:37

Única que não cobrava, a Avianca passa a ter tarifa para as bagagens

Com fim de despacho incluído na passagem cenário de aeroportos sofreu mudança

Com fim de despacho incluído na passagem cenário de aeroportos sofreu mudança


/JOÃO MATTOS/ARQUIVO/JC
A Avianca Brasil, única entre as grandes companhias aéreas brasileiras que vinha resistindo a cobrar envio de bagagem separadamente do valor da passagem, decidiu que a partir de agora também terá opções de preços diferente para o viajante que quer despachar a mala. A empresa anunciou sua nova política de preços na semana passada. Atualmente, quem compra passagem pela Avianca já tem opções diferentes de preços, as chamadas classes tarifárias. Mas a gradação não abrangia as bagagens.
A Avianca Brasil, única entre as grandes companhias aéreas brasileiras que vinha resistindo a cobrar envio de bagagem separadamente do valor da passagem, decidiu que a partir de agora também terá opções de preços diferente para o viajante que quer despachar a mala. A empresa anunciou sua nova política de preços na semana passada. Atualmente, quem compra passagem pela Avianca já tem opções diferentes de preços, as chamadas classes tarifárias. Mas a gradação não abrangia as bagagens.
As faixas mais baixas de preços cobram taxas de alteração mais elevadas e acumulam menos pontos de milhagens. Já as versões mais caras oferecem benefícios como isenção de taxas de alteração, desconto para crianças e mais pontos de milhagens. Até a semana passada, todo passageiro que fazia voos domésticos pela Avianca tinha embutido no preço da passagem o direito de levar uma bagagem de mão de 10 quilos e despachar um volume de 23 quilos.
Desde segunda-feira desta semana, a empresa passou a oferecer três opções: duas permanecem iguais, ou seja, o consumidor compra sua passagem já com o valor da bagagem incluso, e a nova opção tem um preço diferente para o passageiro que não quer despachar as malas. De acordo com a empresa, essa passagem sem opção de despacho de mala será mais barata.
Quando a Justiça liberou a cobrança pelo despacho de bagagem em voos domésticos, no fim de abril, as maiores empresas do setor, Latam, GOL e Azul, definiram rapidamente suas novas políticas de preços. A Avianca a princípio disse que não mudaria sua política. A decisão estaria em linha com o posicionamento da empresa no mercado.
A menor dentre as grandes companhias brasileiras, a Avianca trabalha sua imagem para tentar se reconhecida por oferecer diferenciais, como um tratamento mais personalizado ao passageiro e mais opções de entretenimento de bordo. Nos últimos meses, executivos da empresa vinham dando sinais de que a Avianca também iria aderir à cobrança da bagagem, mas a mudança não aconteceu.
A nova regra para bagagens em voos domésticos, que segue os padrões praticados na Europa e nos Estados Unidos, foi recebida com grande polêmica no Brasil desde que foi aprovada pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), em dezembro do ano passado. O caso foi parar na Justiça e teve idas e vindas até ser definitivamente liberado em abril deste ano.
De acordo com as empresas e entidades do setor, a medida ajuda a reduzir os preços para os passageiros que viajam só com a bagagem de mão, mas é questionada por entidades de defesa de consumidores. Os resultados ainda não foram comprovados com exatidão, mas a Abear (associação que reúne empresas aéreas) divulgou na semana passada que o valor das passagens tiveram quedas de 7% a 30% entre junho, quando a cobrança entrou em vigor, e o início deste mês. A grande variação deve-se às rotas e modo de operar de cada empresa.

Cresce o número de viajantes aéreos sem mala

O brasileiro está despachando um número menor de malas quando viaja de avião. A conclusão foi divulgada pela Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas). Foi o primeiro diagnóstico das companhias aéreas desde que começou a valer a medida da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) que permite separar do valor da passagem o custo para o despacho de bagagem.
A entidade também concluiu que a tarifa média teve quedas de 7% a 30% entre junho - quando a nova medida começou a ser praticada - e o início deste mês. No entanto, os dados precisam ser olhados com cautela. Não é possível afirmar com precisão qual parte da redução nos preços se deve especificamente à mudança na política de bagagem ou à recessão.
A queda de preços já havia aparecido no relatório de tarifas divulgado antes pela Anac - e ela é anterior à implementação da medida. No primeiro semestre deste ano, a tarifa aérea média doméstica real ficou em R$ 323,62, valor 2,6% menor do que o registrado no mesmo período de 2016, em valores atualizados pelo IPCA de junho de 2017.
O IPCA mostra que os preços das passagens já vinham caindo desde 2015, quando a crise se aprofundou e atingiu a demanda por viagens. Em sua apresentação dos primeiros resultados da desregulamentação da franquia de bagagem, a Abear mostra cautela com as palavras, usando expressões como "sinaliza" e "tendência" para comunicar a queda de preços observada.
Eduardo Sanovicz, presidente da Abear, afirma que há outros fatores que impactam o preço das passagens, como câmbio e combustível. A Azul mostra redução de 38,4% no preço do trecho Brasília-Recife entre julho do ano passado e julho deste ano na tarifa que ela já cobrava mais barato. Na Latam, a tarifa piso no mesmo trecho apresentou queda semelhante (33%). Na Gol, a maior baixa de preços aconteceu no trecho Galeão-Salvador (30,4%).
A Gol foi a única empresa que informou a variação na quantidade de viajantes que não despacharam mala desde que a nova política foi implementada. A empresa registrou um aumento de 50% após as mudanças. Latam e Azul informam que o número subiu, mas não especificam o tamanho da variação. Atualmente, a parcela dos passageiros que viajam só com bagagem de mão é de 63% na Latam, 60% na Azul e 65% na Gol.