Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Mobilidade

- Publicada em 14 de Setembro de 2017 às 21:53

Trem de levitação da UFRJ espera validação internacional

Veículo carioca é mais confiável, menos pesado e tem volume menor

Veículo carioca é mais confiável, menos pesado e tem volume menor


/LASUP/UFRJ/ DIVULGAÇÃO/JC
Um trem de levitação magnética por supercondutividade, testado no Rio de Janeiro há um ano e sete meses, está à espera do resultado de um pedido de certificação internacional, que poderá abrir caminho para a sua produção industrial e comercialização. O veículo, criado pela Coppe/UFRJ e em funcionamento na Cidade Universitária, na Ilha do Fundão, é o primeiro no mundo a transportar passageiros com essa tecnologia.
Um trem de levitação magnética por supercondutividade, testado no Rio de Janeiro há um ano e sete meses, está à espera do resultado de um pedido de certificação internacional, que poderá abrir caminho para a sua produção industrial e comercialização. O veículo, criado pela Coppe/UFRJ e em funcionamento na Cidade Universitária, na Ilha do Fundão, é o primeiro no mundo a transportar passageiros com essa tecnologia.
A composição, que circula sobre trilhos imantados, com baixo consumo de energia e sem emissão de poluentes, já despertou o interesse da China, que discute um acordo de cooperação com a universidade. Desde fevereiro de 2016, o Maglev-Cobra já transportou cerca de oito mil pessoas.
As viagens pela linha experimental de 200 metros são às terças-feiras e ligam dois prédios do Centro Tecnológico da UFRJ. No trecho, ele atinge 12km/h, mas, em área urbana, poderá chegar a 100km/h. Nos testes, o projeto da Coppe/UFRJ não apresentou problemas. A próxima etapa, a de certificação, é conduzida por um órgão independente.
"O processo de certificação tem um custo relativamente alto. Recorremos a um fundo de apoio do Bndes. A proposta está em avaliação", explica o professor da Coppe/UFRJ Richard Stephan, coordenador do projeto. O Inmetro ainda não está preparado para esse tipo de certificação, mas a TÜV, da Alemanha, poderia fazê-lo.
O Maglev-Cobra está no nível sete da escala TRL, que vai até nove e é adotada pela Nasa para medir o grau de amadurecimento de uma nova tecnologia. Atingir o nível máximo indica que o projeto está pronto para ser comercializado.
A tecnologia criada pela Coppe/UFRJ dá sinais de que pode ser uma das soluções para a mobilidade urbana no mundo. O Japão, a Coreia do Sul e a China já dispõem de veículos de levitação magnética em operação comercial. Mas há diferenças entre o Maglev-Cobra e os trens da Ásia.
"Ele usa uma técnica de levitação estável que dispensa controladores, sensores e atuadores (dispositivos que movimentam uma carga). É um sistema mais confiável, com menos peso e volume", explica Stephan. Hoje, trens semelhantes em operação comercial no mundo usam levitação eletromagnética, que exige um sistema complexo para manter a distância correta entre o trilho e o veículo.
A suavidade da operação do Maglev-Cobra impressiona, principalmente quem está acostumado com as composições da SuperVia e do metrô. "Parece que estamos dentro de algo muito leve. Não faz barulho. É uma viagem muito suave", disse Sara Braga, de 15 anos, aluna da rede estadual, que visitou a Coppe na semana passada.
Segundo Stephan, o Maglev-Cobra poderia começar a rodar no Rio de Janeiro ligando, por exemplo, a Rodoviária Novo Rio ao metrô da praça Onze ou do Estácio. Outra possibilidade seria circular entre o shopping Nova América e a Ilha do Governador. Num segundo momento, do Recreio à Barra ou na Linha Amarela. Especialistas da Coppe já avaliam essas possibilidades.

Fortaleza terá primeira ciclovia-modelo

Os ciclistas de Fortaleza terão um novo espaço de trânsito na capital a partir de um projeto-piloto elaborado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Ministério das Cidades e a prefeitura da capital.
O projeto-piloto corta quatro bairros, faz parte do Programa de Mobilidade de Baixo Carbono, elaborado após o Acordo de Paris de combate às alterações climáticas no mundo, e do compromisso do Brasil de reduzir as emissões de carbono até 2030.
Fortaleza receberá a ciclovia-modelo por já ter uma ampla malha cicloviária, de 214 quilômetros, e contar com o Plano Diretor Cicloviário Integrado (PDCI). Atualmente, os dois programas de bicicletas compartilhadas ativos na cidade (o Bicicletar, que dá uma hora de uso gratuito, e o Bicicleta Compartilhada, que permite passar 14 horas com o veículo) disponibilizam aos ciclistas mais de mil unidades.
Somente o Bicicletar registra mais de 1,5 milhão de viagens desde sua implantação, em 2014. "Com esta ciclovia e o caderno técnico de referência, planeja-se criar um benchmark (processo de comparação de produtos, serviços e práticas empresariais) para todo o País, do planejamento à construção de uma ciclovia que promova a mobilidade urbana sustentável", afirma Karisa Maia Ribeiro, especialista sênior em transportes do BID.
Um dos critérios para escolher as avenidas que receberão a ciclovia-modelo foi a possibilidade de integração com outras ciclovias e ciclofaixas da região. Segundo o coordenador de Gerenciamento de Programas e Projetos da Secretaria da Infraestrutura de Fortaleza, os 7 quilômetros do projeto-piloto vão se somar a 20 quilômetros da estrutura existente, integrando o trecho da orla da avenida Vila do Mar, no litoral Oeste de Fortaleza.