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Montadoras

- Publicada em 06 de Setembro de 2017 às 16:09

Rota 2030 terá a implementação dividida em fases seguindo modelo da Inovar-Auto

Em estágio avançado, valorização será por eficiência energética, independentemente do tamanho do motor

Em estágio avançado, valorização será por eficiência energética, independentemente do tamanho do motor


/Marcelo Camargo/ABR/JC
Em meio à retomada de produção e vendas no setor automotivo, montadoras e governo definem os detalhes do Rota 2030, plano que define o futuro da fabricação de veículos no Brasil e que sucederá o programa Inovar-Auto, condenado pela OMC (Organização Mundial do Comércio) por desrespeitar regras internacionais de comércio.
Em meio à retomada de produção e vendas no setor automotivo, montadoras e governo definem os detalhes do Rota 2030, plano que define o futuro da fabricação de veículos no Brasil e que sucederá o programa Inovar-Auto, condenado pela OMC (Organização Mundial do Comércio) por desrespeitar regras internacionais de comércio.
Governo e montadoras devem fechar um acordo híbrido entre o que há hoje e o que é considerado ideal do ponto de vista técnico. De acordo com montadoras ouvidas pela reportagem, o Rota 2030 deverá seguir o padrão do Inovar-Auto quanto ao anúncio de metas: primeiro, haverá um patamar mais baixo a ser atingido; depois, uma segunda fase, com exigências maiores.
A primeira etapa deverá ser dividida por cilindrada (capacidade volumétrica do motor dos veículos), como ocorre atualmente, mas com penalidades para os menos eficientes.
Por exemplo: um carro com motor 1.0 que apresente dados de consumo e emissões de poluentes ou CO2 maiores que as médias exigidas pelo Rota 2030 não terá os mesmos benefícios fiscais que um outro veículo também 1.0 que atenda ou supere os requisitos considerados ótimos.
Dessa forma, o impacto na arrecadação poderia ser atenuado, pois motores acima de 1.0 de alta eficiência continuarão pagando taxas mais elevadas de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), como ocorre hoje, tendo direito a reduções ou majorações de tarifas de acordo com o nível de consumo e emissões.
Ainda de acordo com empresas ouvidas pela reportagem, fases mais avançadas do Rota 2030 deverão ser baseadas puramente pela eficiência energética, calculada em megajoule, independentemente do tamanho do motor.
Atualmente, as alíquotas de IPI sobre o valor do carro estão em 7% para carros com motor de até 1,0 litro, de 11% e 13% para os acima dessa capacidade volumétrica até o limite de 2,0 litros, e de 18% e 25% para os acima de 2,0 litros. As diferenças ocorrem de acordo com o combustível - carros flex pagam menos.
Ganhos de eficiência na cadeia produtiva também serão considerados, como tratamento de resíduos por parte das fábricas e a capacidade de gerar energia limpa para as linhas de produção.
Durante o anúncio de investimentos de R$ 2,6 bilhões na fábrica da Volks em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo), em agosto, o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, afirmou que as bases do Rota 2030 seriam divulgadas "em dois ou três meses". As primeiras informações são aguardadas para outubro.

Exportações fazem a produção de caminhões crescer após três anos

Indústria considera que chegará ao final do ano com números semelhantes aos de 2016

Indústria considera que chegará ao final do ano com números semelhantes aos de 2016


/Marcelo Camargo/ABR/JC
Depois de três anos seguidos de queda na produção, a indústria de caminhões começa a dar sinais de recuperação, puxada pelo crescimento das exportações. Entre janeiro e julho deste ano, foram fabricados 43,2 mil caminhões, aumento de 22,4% na comparação com o mesmo período de 2016, quando saíram das linhas de produção 36,3 mil unidades.
A fabricação de veículos pesados ainda está bem abaixo de 2013, quando, nos sete primeiros meses, foram produzidas 110 mil unidades. Entretanto os dados atuais são vistos como um alento para as montadoras que atuam no setor. "Estamos vendo sinais de recuperação, e a venda de caminhões é um termômetro para toda a economia", afirma Roberto Cortes, presidente da MAN Latin America.
No entanto são as exportações que estão garantindo o aumento na produção. Considerando os sete primeiros meses deste ano na comparação com o mesmo período de 2016, as vendas de caminhões ao exterior subiram 47,4%, enquanto as comercializações no mercado interno caíram 14,1%.
"O licenciamento ainda vai seguir negativo por alguns meses, porque há um atraso de 30 a 90 dias entre a compra e o emplacamento. Após adquirir um veículo pesado, é necessário colocar implementos (baú, carroceria ou tanque, por exemplo), e isso leva tempo", afirma Bernardo Fedalto, diretor de caminhões Volvo no Brasil, no Uruguai, no Paraguai e na Bolívia.
De acordo com Wellington Damasceno, diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, as exportações e o agronegócio ajudaram a cobrir parte da ociosidade nas fábricas atualmente, e as montadoras começam a repor postos de trabalho. A Scania, por exemplo, contratou cerca de 500 profissionais para sua unidade em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo). "Como temos um produto global e fábricas padronizadas em todo o mundo, foi possível direcionar o volume para atender à demanda de outros países", explica Marcelo Gallão, vice-presidente de Logística da Scania Latin America.
Na Iveco, houve um aumento de 144% nas exportações de veículos comerciais no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2016. A produção, por sua vez, subiu cerca de 15%. Nos últimos três anos, a empresa teve crescimento de 236% nos envios ao exterior.
"A montadora se adaptou à nova realidade econômica do País, fazendo os ajustes necessários e mantendo os investimentos; e se preparou para atender às demandas interna e externa dos setores de transportes de cargas e de passageiros (vans e ônibus)", afirma Ricardo Barion, diretor de marketing da Iveco para a América Latina.
Na Ford, o ano começou abaixo do esperado. "Os meses de janeiro e fevereiro foram os piores da indústria nos últimos 15 anos. A reação começou a partir de março, atingindo o que tínhamos planejado", diz João Pimentel, diretor da Ford Caminhões América do Sul.
"Em 2017, trabalhamos basicamente uma semana por mês para ajustar os estoques. Ou seja, estamos produzindo caminhões três dias por semana", conta Pimentel. Para a adequação da produção, a Ford lançou o Projeto Fusão, que permite que os funcionários da fábrica de caminhões trabalhem na linha de automóveis nos outros dois dias da semana.
Para Pimentel, o segundo semestre deste ano terá um crescimento de cerca de 15% sobre o que foi produzido no mesmo período do ano passado. Diante dos resultados em vendas, representantes das montadoras consideram que 2017 fechará com dados semelhantes ao que foi comercializado durante 2016, o que, segundo eles, será um bom desempenho, considerando o fraco primeiro bimestre.