A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) prestou depoimento nesta segunda-feira no Supremo Tribunal Federal (STF) para prestar esclarecimentos sobre a ação penal que apura se ela teve a campanha de 2010 financiada com dinheiro desviado da Petrobras. No depoimento, a parlamentar negou ter recebido o dinheiro e acusou o Ministério Público Federal (MPF) e o Judiciário de terem aberto o processo para atender a clamor público.
"Acho que tem alto grau de politização (na denúncia). Quando fui denunciada, havia muita influência do Judiciário e do Ministério Público. Ele (o procurador-geral da República, Rodrigo Janot) fez uma denúncia e foi premido pela opinião pública", declarou.
Também presta depoimento hoje o marido da senadora, o ex-ministro Paulo Bernardo, que responde ao mesmo processo. É a ação penal da Lava-Jato aberta no STF que está mais adiantada. A expectativa é de que o julgamento final ocorra ainda neste ano na Segunda Turma do tribunal. O colegiado é composto de cinco ministros.
"Neguei o que estão me acusando, corrupção passiva e lavagem. Nunca tive relação com Paulo Roberto Costa. Não tem nenhuma prova, e já estou sendo julgada e condenada. Eu não precisava pedir dinheiro para minha campanha de 2010. Sou vítima de perseguição política em razão de Alberto Youssef e de seu advogado, que foi assessor de Beto Richa. Não tem prova desse dinheiro chegando a mim", disse a senadora ao sair da sala de depoimentos do STF.