Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Governo Federal

- Publicada em 27 de Agosto de 2017 às 22:29

Maggi nega denúncia de suborno a deputados

Blairo Maggi está sendo alvo de inquérito

Blairo Maggi está sendo alvo de inquérito


JONATHAN HECKLER/JC
A política acabou dominando boa parte do roteiro do ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), na visita que fez, neste fim de semana, na Expointer, em Esteio. Em entrevista a jornalistas no Parque de Exposições Assis Brasil, os temas relacionados ao agronegócio perderam espaço para questionamentos sobre a denúncia de que teria autorizado o pagamento de suborno a deputados estaduais quando governou o Mato Grosso, entre 2003 e 2010.
A política acabou dominando boa parte do roteiro do ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), na visita que fez, neste fim de semana, na Expointer, em Esteio. Em entrevista a jornalistas no Parque de Exposições Assis Brasil, os temas relacionados ao agronegócio perderam espaço para questionamentos sobre a denúncia de que teria autorizado o pagamento de suborno a deputados estaduais quando governou o Mato Grosso, entre 2003 e 2010.
O ministro da Agricultura alegou que as irregularidades teriam sido cometidas por integrantes do Poder Legislativo, e não por ele. Na última semana, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, autorizou a abertura de mais um inquérito para apurar o caso.
Maggi admitiu, no entanto, que poderia ter "denunciado" o caso e relatado ao também ex-governador (2011-2014) Silval Barbosa (PMDB). O até então aliado do ministro disse que Maggi seria o comandante de uma "organização criminosa" instalada no alto escalão daquele estado, principalmente a partir de 2006, envolvendo políticos e empresários para a manutenção da governabilidade e para o pagamento de dívidas de campanhas política e criando uma espécie de "mensalinho" a deputados estaduais.
"Isso é coisa de quem fala qualquer coisa para fechar acordo de delação premiada e sair ou não ir para a cadeia. Estava em meu primeiro mandato e não tinha muita noção de política, havia deixado o campo pela primeira vez para assumir um cargo político. Se fosse hoje, teria outra visão e denunciaria o caso", alegou Maggi.
Essa é a terceira denúncia envolvendo o ministro. Em abril, Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), já havia autorizado a abertura de inquérito contra o ministro da Agricultura por suspeita de ser o destinatário de um pagamento de R$ 12 milhões durante sua campanha à reeleição em 2006, de acordo com delatores da Odebrecht. Na época, em nota, o ministro negou ter recebido doações da Odebrecht e disse que não tem, nem teve, relação com a empresa e seus dirigentes.
Questionado se essa nova acusação colocaria em risco sua permanência na pasta, disse que "isso não seria problema, que não depende do cargo" para sobreviver. "Sou produtor, não vivo da renda de ministro, não preciso do cargo. Se o presidente se sentir desconfortável e me pedir, eu saio, sem problema. Mas posso dizer que me dedico até demais à pasta, trabalho muitas horas mais do que deveria", assegurou o ministro.
 

Temer convoca reunião ministerial para tratar das privatizações antes de embarcar para a China

O presidente Michel Temer (PMDB) convocou para hoje uma reunião ministerial no Palácio do Planalto. O encontro acontece um dia antes de Temer embarcar para a China, onde participará da reunião da cúpula do Brics, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O presidente só retorna ao Brasil no dia 6 de setembro.
A última reunião convocada por Temer com os ministros ocorreu em julho, em meio às articulações para superar a denúncia por corrupção passiva que enfrentou no plenário da Câmara. Na ocasião, o presidente pediu aos ministros que trabalhassem em suas bancadas para conseguir votos para sepultar a denúncia e disse ter certeza de que não seria condenado, ainda que o plenário autorizasse a investigação e ele fosse temporariamente afastado do cargo.
Segundo ministros e assessores, Temer fará um balanço das medidas mais recentes tomadas pelo governo, em especial, os anúncios de privatizações, como a Eletrobras e os anúncios de concessões de aeroportos.
Na reunião desta segunda, o presidente também deve, segundo interlocutores, "alinhar o discurso" de defesa do governo e das pautas prioritárias de sua gestão, já que ficará fora do Brasil por uma semana, junto com, pelo menos, seis ministros.
"Será um pedido mais político, de maior defesa do governo, porque o governo entra agora em uma fase decisiva de recuperação e aprovação de propostas importantes. Além disso, o componente eleição de 2018 começa a atravessar o caminho do governo, e a oposição começa a se organizar", afirmou, de forma reservada, um ministro de Temer.
O presidente também tratará das pautas de interesse do governo no Congresso, como a necessidade de urgência na aprovação do projeto que altera as metas fiscais de 2017 e 2018. A proposta precisa ser aprovada nos próximos dias, porque o governo tem que enviar ao Congresso o Orçamento de 2018 até a próxima quinta-feira, 31 de agosto.
Outro projeto que é acompanhado com preocupação pelo Planalto é a medida provisória que cria a TLP, nova taxa de juros para empréstimos do Bndes. A matéria já passou pela Câmara, mas precisa ser votada no Senado até o dia 6 de setembro, ou perderá validade.
Temer também deve abordar no encontro a reforma da Previdência. Principal bandeira de seu governo, a reforma está parada no Parlamento e, segundo líderes da base, hoje tem poucas chances de ser aprovada nos moldes do que Temer e a equipe econômica queriam.
A comitiva para a China contará com a presença de seis ministros: Aloysio Nunes (Relações Exteriores), Maurício Quintella Lessa (Transportes), Blairo Maggi (Agricultura), Fernando Coelho Filho (Minas e Energia), Marcos Pereira (Indústria e Comércio Exterior) e Osmar Terra (Desenvolvimento Social). O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, ainda não está confirmado, segundo o Palácio do Planalto. Inicialmente cotado para ir, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) ficará em Brasília. Ele é responsável pela agenda econômica no Congresso e acompanha de perto os prazos para aprovar as propostas.