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- Publicada em 22 de Agosto de 2017 às 16:19

Tasso Jereissati diz que não vai deixar comando do PSDB no País

Jereissati ironizou também os pedidos para que ele entregue o posto

Jereissati ironizou também os pedidos para que ele entregue o posto


PEDRO FRANÇA/PEDRO FRANÇA/AGÊNCIA SENADO/JC
O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), defendeu ontem que os deputados tucanos insatisfeitos com sua gestão à frente da sigla procurem o senador Aécio Neves (PSBD-MG), presidente licenciado da legenda, para pedir sua saída do cargo. Jereissati voltou a dizer que não vai entregar o posto e negou que esteja fazendo prevalecer suas convicções na direção partidária.
O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), defendeu ontem que os deputados tucanos insatisfeitos com sua gestão à frente da sigla procurem o senador Aécio Neves (PSBD-MG), presidente licenciado da legenda, para pedir sua saída do cargo. Jereissati voltou a dizer que não vai entregar o posto e negou que esteja fazendo prevalecer suas convicções na direção partidária.
"Eles que vão ao Aécio e digam: Aécio, tira o homem que ele não nos representa. E provem que são majoritários. É tão fácil. Se não tivesse um presidente efetivo, tivesse que ir para a executiva, aí seria mais complicado. No nosso caso é 'simplérrimo'", argumentou. "Eu estou consciente que sou interino. Então, para deixar a presidência e a interinidade, não precisa de nenhum tipo de articulação, pressão, nada disso. É um ato puro e simples do presidente efetivo, que ele faz e pronto. Não depende de mim e de mais ninguém. Só do presidente efetivo."
Pouco mais de uma dezena de deputados federais do PSDB se reuniram na noite desta segunda-feira em um jantar de mais de quatro horas, para deliberar sobre o "comportamento" de Jereissati. "Aconselhados" pelo governador de Goiás, Marconi Perillo, e acompanhados dos ministros Bruno Araújo (Cidades) e Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), os parlamentares pró-governo decidiram que vão pedir a "correção" ou "substituição" do senador do comando da legenda.
Nas palavras do deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), Jereissati tem tornado público uma posição distinta da majoritária. "Desde aquela reunião ampliada da executiva, já começou esse comportamento. O partido decide uma coisa e, em público, o porta-voz se posiciona de maneira diferente", acusou ontem. O senador respondeu a essas acusações. "Não sei do que ele (Marinho) está falando. A gente sempre está fazendo reuniões com as maiores lideranças do partido, com toda certeza, coordenadas com a maioria do partido."
Jereissati ironizou também os pedidos para que ele entregue o posto. O senador cearense afirmou que não recebeu nem um cartão postal dos parlamentares que criticam seu mandato interino. "Nunca me falaram nada. Espero que venham falar comigo alguma coisa. Se estão falando por trás, venham falar pela frente. Nunca me procuraram, nem por nota, nem bilhete, nem cartão postal, nem em telefonema, nem Whatsapp", disse.
O presidente interino do PSDB ainda minimizou qualquer possibilidade de se desfiliar do partido diante do racha. "Eu não saio. Aécio assumindo, não assumindo, eu não saio do partido. Eu fico no partido. Minha vida foi dedicada a esse partido, fui presidente do PSDB nos primórdios do partido e fui talvez o primeiro governador a eleger um governador do partido. Eu não saio desse partido. Se tiver alguma diferença a ser discutida, a gente discute democraticamente", argumentou.
O estopim para a nova crise interna no partido é o programa partidário tucano, veiculado em cadeia de rádio e TV na semana passada, que faz uma autocrítica sobre posicionamento do PSDB em relação ao que chama de "presidencialismo de cooptação".
 

Juventude do PSDB critica relação de deputados com o MBL

A juventude do PSDB paulista criticou ontem a aproximação de deputados da ala jovem do partido na Câmara - os chamados "cabeças-pretas" - com integrantes do MBL (Movimento Brasil Livre).
Em nota, o grupo afirma que não vê mais "utilidade" no movimento de direita que ganhou notoriedade como um dos protagonistas dos atos pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), e diz que sua agenda está "esgotada". "(...) não se observa mais utilidade a essa organização que, aliás, nunca deixou clara sua origem, seu funcionamento e, principalmente, seu método de financiamento", diz o texto.
Ontem, a Folha de S.Paulo publicou que deputados da ala jovem do partido e integrantes do MBL planejam união para as eleições de 2018, em que o movimento pretende lançar ao menos 15 candidatos para deputado federal, incluindo o coordenador Kim Kataguiri. "A maioria deles (cabeças-pretas) nunca fez parte da juventude do partido", afirmou o secretário-geral da juventude tucana paulista, Marcos Saraiva. "Respeitamos a posição dos deputados, mas eles não podem falar pela juventude."
Na nota, a juventude tucana diz ainda que o MBL "adota como prática a intimidação e a ridicularização dos seus adversários políticos" e tem um "humor tosco de quem gosta de ostentar um intencional desconhecimento sobre os desafios do Brasil e da sua juventude".
"Alguns membros da juventude paulista têm relação com o MBL, mas nós acreditamos que a participação do jovem na política deve se dar por meio de partidos", afirma Saraiva.
O texto afirma que "os parlamentares a que a matéria da Folha faz referência já não compõem mais, ou jamais compuseram, o Secretariado de Juventude do PSDB e, ainda que tragam novo vigor à bancada tucana no Congresso Nacional, respondem cada um por seu mandato e não pelo Secretariado de juventude do partido. "
A JPSDB-SP afirma ainda que o partido "deve se dedicar à construção de base e a observância de seu programa fundador" e que não há "elo que sirva para justificar tal coalizão tão sem propósito".
"Em nossa leitura, o MBL como movimento político, hoje, tem sua agenda esgotada e não se observa mais utilidade a essa organização que, aliás, nunca deixou clara sua origem, seu funcionamento e, principalmente, seu método de financiamento", acresenta a nota.
Sobre o racha do PSDB entre aqueles que querem deixar o governo do presidente Michel Temer (PMDB) e aqueles que querem o desembarque, Saraiva evitou se posicionar e afirma que a juventude seguirá "a decisão do partido".

Aliados temem que conflito leve a uma implosão

"Não vejo como Tasso Jereissati permanecer na presidência do partido e nós ficarmos no governo. Ou ele se afasta, o que seria um gesto de grandeza de quem percebeu que está em conflito com a visão majoritária, ou podemos caminhar para uma implosão." O diagnóstico é do deputado federal Marcus Pestana (MG), fundador do PSDB e, agora, espécie de porta-voz informal da ala da sigla que defende o apoio ao presidente Michel Temer (PMDB).
Aliado de Aécio Neves (PSDB-MG), Pestana diz que erra quem encara a divisão do PSDB como uma disputa entre o senador mineiro e o cearense. "A divergência é real e natural em qualquer partido, mas tem que haver unidade de ação. E isso é conquistado com habilidade, respeito ao divergente. Tasso Jereissati é uma pessoa querida e admirada, mas ninguém esperava que, nessa presidência interina, ele fosse agir contra a posição majoritária", diz.
Pestana afirma que o presidente interino da legenda tem imposto aos quatro nomes do PSDB que ocupam ministérios no governo uma situação constrangedora. Para ele, o cearense desrespeita entendimentos e avisa que, se Tasso Jereissati permanecer no comando, há o risco de uma debandada.