Em mais um capítulo do aprofundamento das divisões internas do PSDB, o diretório do partido na cidade de São Paulo divulgou uma nota, neste domingo, em que "repudia veementemente" qualquer tentativa de articulação política entre o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o presidente Michel Temer (PMDB).
"A presença de Aécio Neves hoje, em reuniões internas ou públicas, só nos causa desconforto e embaraços. Prove sua inocência, senador, e aí, sim, retorne ao partido", diz o comunicado do diretório, publicado pelo vereador Mario Covas Neto, presidente do PSDB paulistano. Que fique claro: quem pode falar em nome do PSDB é quem está no exercício da presidência. No caso, o senador Tasso Jereissati (CE)", acrescenta a nota.
Aécio se licenciou da presidência da legenda em maio, após ter sido gravado pelo empresário Joesley Batista pedindo R$ 2 milhões, e foi alvo de denúncia da Procuradoria-Geral da República ao STF (Supremo Tribunal Federal). Em seu lugar, Jereissati assumiu interinamente.
O grupo ligado a Aécio e ministros tucanos do governo Temer tem criticado decisões tomadas por Jereissati, como um programa partidário em que se refere ao atual sistema de governo como "presidencialismo de cooptação" e defende o parlamentarismo. Esse grupo se movimenta para que Aécio reassuma o comando da sigla. O senador tem se reunido com o presidente Temer nos últimos meses e faz parte da ala que defende que os tucanos continuem no governo federal.
Já Jereissati tem defendido que o PSDB entregue os quatro ministérios ao Planalto. o João Doria critica a permanência de Aécio no comando do partido.