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Crise Política

- Publicada em 16 de Agosto de 2017 às 16:37

PMDB vai mudar de nome e volta a ser o antigo MDB

Reunião da Executiva do PMDB se reuniu ontem em Brasília

Reunião da Executiva do PMDB se reuniu ontem em Brasília


VALTER CAMPANATO/ABR/JC
De olho em uma candidatura própria em 2018 e no centro da enorme crise política que se abate sobre o presidente Michel Temer (PMDB), a executiva nacional do PMDB se reuniu ontem e anunciou uma reformulação geral no programa e na marca da legenda para "ganhar as ruas" e se transformar em uma "força política".
De olho em uma candidatura própria em 2018 e no centro da enorme crise política que se abate sobre o presidente Michel Temer (PMDB), a executiva nacional do PMDB se reuniu ontem e anunciou uma reformulação geral no programa e na marca da legenda para "ganhar as ruas" e se transformar em uma "força política".
Com a estratégia de tentar retomar o prestígio das lutas pela redemocratização lideradas por figuras como Ulysses Guimarães e Teotônio Vilela, a primeira mudança será no nome do partido, que perderá o "P" e retornará ao antigo Movimento Democrático Brasileiro (MDB).
O atual presidente nacional do PMDB, senador Romero Jucá, afirma que a intenção não é fugir do desgaste do PMDB e se esconder em outro nome. O ofício comunicando a mudança do nome do PMDB, que será oficializado em convenção nacional em 27 de setembro, já foi encaminhado ao Tribunal Superior Eleitoral.
"Estamos iniciando o processo de discussão da marca, do antigo nome. Na verdade quero aqui rebater críticas de que o PMDB estaria mudando de nome para se esconder. Não é verdade. Estamos resgatando a nossa memória histórica e retirando o último resquício da ditadura dentro do PMDB. Esse "P" foi uma determinação do regime militar para se colocar antes do Movimento. Existia MDB e Arena, MDB virou PMDB e Arena virou PDS", disse Jucá.
O presidente do PMDB anuncia que não será apenas uma mudança de nome, mas uma reformulação programática e de conceito para ganhar as ruas.
"Movimento é mais forte, a gente quer realmente ganhar as ruas, com uma nova programação, bandeiras nacionais regionais. Queremos ser muito mais do que um partido, queremos ser uma força política, e nós vamos ser sim", argumentou, o presidente da sigla Romero Jucá.
Além da crise de governo, o PMDB enfrenta disputas internas, puniu dissidentes com suspensão de atividades partidárias por terem votado a favor da denúncia contra o presidente Temer, o Conselho de Ética avalia processo de expulsão dos senadores Kátia Abreu (TO) e Roberto Requião (PR). Mas o barulho maior é feito pelo ex-líder do partido no Senado, Renan Calheiros (AL), que rompeu com o governo e se transformou em uma metralhadora dentro e fora do partido.
Depois de participar da reunião, Renan disse que o PMDB está virando cada vez mais o partido do "ame-o ou deixe-o". E cobrou a eleição de uma nova executiva nacional. Jucá disse que prefere que Renan fique, mas se for inevitável, não tem o que fazer.
"Espero que ele fique no ame, mas se for inevitável..." No caso da suspensão dos deputados, foi uma decisão solicitada pela bancada federal.
 

Deputados retaliados entram com recurso contra punição

Os cinco deputados federais retaliados pelo PMDB por votar pelo prosseguimento da denúncia por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer (PMDB) no plenário da Câmara entraram com recurso ontem no qual pedem a suspensão da punição imposta pelo partido. Celso Pansera (RJ), Laura Carneiro (RJ), Jarbas Vasconcelos (PE), Veneziano Vital do Rêgo (PB) e Vitor Valim (CE) assinaram juntos o documento, que pede ao presidente da sigla, senador Romero Jucá, para reconsiderar a decisão.
"A base é que não foi cumprido o estatuto do partido nem o regimento. Fizeram uma punição absurdamente arbitrária sem nos ouvir, pelo menos. E não passou pelo Conselho de Ética (do partido), não passou por nada. Então, fizemos o recurso, que tem efeito suspensivo (da punição). Vamos ver se suspendem ou não", disse a deputada Laura Carneiro.
De acordo com a parlamentar, o documento pede que, inicialmente, Jucá reconsidere a decisão. Caso isso não aconteça, aí sim o documento prevê o pedido de suspensão da retaliação.
"Cabe ao presidente, senador Romero (Jucá), examinar. Primeiro é um pedido de reconsideração e, não reconsiderando, é um pedido de recurso. É assim que funciona tecnicamente", explicou Laura, que disse que os deputados definiram o procedimento na última quinta-feira.
"Acertamos isso na quinta-feira passada. Ontem (terça-feira), colhemos as assinaturas e protocolamos hoje (quarta-feira) de manhã. Todos os cinco assinam juntos o pedido de reconsideração e, se não aceitaram, aí sim o recurso."
Segundo o comunicado da executiva peemedebista, a punição consiste em suspender os parlamentares de suas funções partidárias por 60 dias. Ou seja, os deputados ficam proibidos de atuar em atividades da executiva ou de diretórios do partido nos estados.
Durante o período de 60 dias, o Conselho de Ética do PMDB analisa as punições que serão aplicadas. No fim do processo, os deputados poderão sofrer desde uma advertência, até a expulsão do partido, se esse for om caso dos envolvidos.