Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Política

- Publicada em 15 de Agosto de 2017 às 22:15

Aprovada inspeção privada em produtos animais

Marcus Meneghetti
Os deputados estaduais aprovaram, ontem, com 34 votos favoráveis e 14 contrários, o projeto de lei do Executivo que autoriza frigoríficos a contratarem veterinários para inspecionar a produção de alimentos de origem animal. A matéria recebeu uma emenda, garantindo que a inspeção às pequenas agroindústrias vão ser feitas por servidores públicos do Estado. 
Os deputados estaduais aprovaram, ontem, com 34 votos favoráveis e 14 contrários, o projeto de lei do Executivo que autoriza frigoríficos a contratarem veterinários para inspecionar a produção de alimentos de origem animal. A matéria recebeu uma emenda, garantindo que a inspeção às pequenas agroindústrias vão ser feitas por servidores públicos do Estado. 
Esta era uma das duas matérias que trancavam a pauta do Legislativo, pois foi protocolada em regime de urgência pouco antes do recesso parlamentar, em julho. A outra - que propõe um encontro de contas entre credores e devedores do Estado - teve a urgência retirada pelo governo José Ivo Sartori (PMDB). 
A votação gerou articulações entre servidores públicos e entidades patronais do setor agropecuário. Em um lado das galerias, representantes de entidades favoráveis ao projeto - como a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) e a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) - torciam pela aprovação do texto. No outro, membros da Associação dos Fiscais Agropecuários do Rio Grande do Sul (Afagro) gritavam palavras de ordem e exibiam faixas contra o projeto.
Até mesmo o secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Irrigação, Ernani Polo (PP), circulou entre as cadeiras dos parlamentares argumentando a favor do projeto. "O projeto busca atender a uma demanda represada de aproximadamente 30 empresas que estão querendo abrir ou ampliar suas atividades, mas que não conseguem porque não temos como atender a essa produção", justificou Polo, entre uma e outra conversa com parlamentares da base aliada.
Ao se pronunciar, o deputado Vilmar Zanchin (PMDB) citou que, segundo a Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Animal, da pasta da Agricultura, as empresas que ainda não foram inspecionadas teriam gerado ao Estado cerca de R$ 20 milhões em pagamento de ICMS. 
Por outro lado, quem apontou os principais problemas no projeto foi a Afagro e os parlamentares oposicionistas. Um dos diretores da Afagro, o veterinário Antônio Augusto Medeiros, fez duas críticas à proposta. "O novo sistema prejudica os pequenos produtores, porque não têm recursos suficientes para pagar o custo elevado dos veterinários particulares. Além disso, põe em cheque a qualidade dos alimentos, uma vez que o próprio produtor vai contratar, vai pagar quem vai inspecioná-lo", argumentou Medeiros.
Preocupados com o prejuízo aos produtores menores, membros da própria base aliada - como o deputado Elton Weber (PSB) - pressionaram o governo a apresentar uma emenda que garantisse a inspeção pública às agroindústrias familiares. A proposta foi acolhida pela pasta da Agricultura. "A emenda garante um sistema de inspeção misto: pode ser feito por fiscais agropecuários do Estado ou por médicos veterinários habilitados para isso", esclareceu o secretário. Medeiros avaliou que a emenda ameniza o impacto sobre os pequenos produtores. Entretanto, alerta para a diferença de tratamento que pode surgir a partir dos dois tipos de inspeção - terceirizado e estatal. 
 
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO