Em janeiro de cada ano, as equipes de técnicos da área operacional e de planejamento do Dmae avaliam o comportamento do sistema de abastecimento da cidade, nos últimos 12 meses. Dados como produção de água, número de horas de funcionamento das bombas, níveis de reservatórios são confrontados com o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) de Porto Alegre, um planejamento para os próximos 20 anos.
Ações operacionais são desencadeadas para viabilizar o abastecimento até o próximo verão e dar fôlego ao gestor para traçar um plano de investimento a médio e longo prazo. Essa avaliação é importante porque existem áreas na periferia que crescem desordenadamente e passam a demandar mais água, exigindo calibragem contínua dos dados. Contudo, com as mudanças empreendidas pela nova administração na estrutura da prefeitura municipal, o Dmae perdeu totalmente a autonomia para gerir seus investimentos. Contratos em andamento, e novos processos licitatórios ficaram submetidos a um comitê financeiro central.
Compras de materiais como insumos para tratamento de água ficaram sem contrato. Após seis meses, o governo municipal devolveu 80 processos que estavam no comitê financeiro, para serem licitados na Celic/Dmae. Com isso, os materiais e equipamentos para o Programa Verão 2017/2018 não chegarão a tempo para serem instalados e testados. Apesar do alerta dos técnicos do Departamento para os riscos advindos da sua decisão, o governo resolveu ignorar o aviso e, em decorrência disso, haverá falta d'água na cidade no próximo verão, especialmente em localidades da periferia.
Engenheiro aposentado do Dmae