Guru é condenado a 10 anos de prisão por estupro

Um tribunal indiano anunciou ontem que o guru Gurmeet Ram Rahim Singh, de 50 anos, foi condenado a 10 anos de prisão por estupro. Na sexta-feira, protestos violentos por todo o país deixaram ao menos 38 mortos após o líder espiritual ter sido declarado culpado pela mesma corte.

Conhecido por gostar de joias e por suas roupas chamativas, Singh lidera a seita Dera Sacha Sauda e afirma ter mais de 50 milhões de adeptos em todo o mundo. Seus advogados já afirmaram que vão recorrer da sentença.

Singh foi condenado pelo estupro de duas seguidoras em 2002 na sede de seu movimento, na cidade de Sirsa. O guru, entretanto, é acusado por ter feito mais vítimas. "Consideramos que pelo menos outras 48 vítimas foram agredidas sexualmente e teriam morrido ou muito medo de romper o silêncio", disse o advogado Utsav Singh Bains.

Ao tornar a sentença pública, as autoridades reforçaram a segurança na cidade de Rohtak (estado de Haryana), onde o guru está detido, para evitar uma nova onda de violência. Além disso, redes de internet móvel foram cortadas e postos de controle policial, instalados nas estradas. "Se a situação exigir o uso de armas de fogo, meus oficiais têm total liberdade", afirmou o chefe de polícia de Rohtak.

Na sexta-feira, milhares de simpatizantes de Singh protestaram em defesa do guru. Houve confronto com a polícia e estações de trem, postos de combustível e emissoras de televisão foram depredados. Singh nega as acusações e, na semana passada, gravou um vídeo pedindo calma aos manifestantes.

Esta não é a primeira vez que o guru se encontra no centro de uma polêmica. Em 2015, ele foi acusado de ter incentivado 400 de seus discípulos a se castrarem para ficar mais próximo dos deuses. Além disso, é investigado pelo assassinato de um jornalista em 2002.