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Internacional

- Publicada em 02 de Agosto de 2017 às 14:59

Governo da Venezuela teria manipulado votação da Assembleia Constituinte

Mugica, da Smartmatic, afirma 'sem qualquer dúvida' que houve alteração

Mugica, da Smartmatic, afirma 'sem qualquer dúvida' que houve alteração


NIKLAS HALLE''N/NIKLAS HALLE'N/AFP/JC
A empresa responsável pelo processo de votação da Assembleia Constituinte na Venezuela afirmou ontem que o número de eleitores que foram às urnas no domingo passado foi manipulado pelo governo. Segundo o CEO da Smartmatic, Antonio Mugica, os resultados registrados pelos sistemas da companhia e os relatados pelo Conselho Eleitoral Nacional (CNE) da Venezuela indicam "sem qualquer dúvida" que os números de participação oficial na eleição foram inflados.
A empresa responsável pelo processo de votação da Assembleia Constituinte na Venezuela afirmou ontem que o número de eleitores que foram às urnas no domingo passado foi manipulado pelo governo. Segundo o CEO da Smartmatic, Antonio Mugica, os resultados registrados pelos sistemas da companhia e os relatados pelo Conselho Eleitoral Nacional (CNE) da Venezuela indicam "sem qualquer dúvida" que os números de participação oficial na eleição foram inflados.
"Nós estimamos que a diferença entre a participação de fato e a anunciada por autoridades seja de ao menos 1 milhão de votos", disse Mugica em Londres. Segundo o governo venezuelano, mais de 8 milhões de pessoas (41,53% do total de eleitores do país) votaram na Constituinte.
O número é contestado por opositores, que dizem que o processo é concebido para dar ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, poderes para suprimir o Congresso dominado pela oposição. A presidente do CNE, Tibisay Lucena, disse que a denúncia é "irresponsável" e "sem fundamento".
A Smartmatic foi criada por venezuelanos e começou a fornecer equipamentos de votação em 2004, durante a presidência de Hugo Chávez. Atualmente, a empresa fornece tecnologia eletrônica de votação para vários países.
De acordo com Mugica, a companhia conseguiu detectar a manipulação por causa do sistema eleitoral automatizado da Venezuela. Uma auditoria permitirá conhecer a quantidade exata de participação. Segundo ele, o sistema desenvolvido pela empresa foi concebido para "revelar qualquer manipulação de resultados".
Contudo, segundo Mugica, os números produzidos pelo sistema "podem ser ignorados pelas autoridades, que podem anunciar números errôneos no lugar". Por isso, o CEO ressaltou a necessidade de auditorias pelos partidos de oposição para validar os números proclamados. Durante a eleição da Assembleia Constituinte, "a oposição não participou" do controle dos números, informou. 
Mais cedo, a agência de notícias Reuters afirmou que só 3,7 milhões de pessoas haviam votado até as 17h30min (horário local) de domingo, o que lança dúvidas sobre os números, já que a votação terminou por volta das 19h.
O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Julio Borges, pedirá à procuradoria uma investigação. Borges diz que as informações divulgadas pela Smartmatic fornecem "confirmação completa" do que a oposição e os analistas independentes já suspeitavam. Protestos da oposição contra a instalação da Assembleia Constituinte previstos para ontem foram transferidos para hoje. 
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