Guilherme Daroit
Localizada em meio à Região Metropolitana de Porto Alegre, é natural que grande parte dos visitantes da Expointer seja urbana. E é pensando nesse público que a Emater-RS trouxe à feira deste ano, entre outros projetos, alguns exemplos de canteiros para pequenos espaços. Estas hortas, que podem ser suspensas ou mesmo em contato com o chão, são usadas para a olericultura - cultivo de hortaliças e outras pequenas plantas comestíveis, como temperos e chás. "Cada vez mais, as pessoas têm medo quanto ao consumo de químicos; então, onde é possível, preferem plantar para terem garantias quanto à origem do alimento", argumenta o engenheiro agrônomo da Emater de Portão, Felipe Pereira Dias.
O espaço pode ser delimitado com materiais como madeira, tijolo ou concreto. Para que o cultivo dê certo, porém, são necessários alguns cuidados, segundo Dias. Um dos principais é fazer cobertura da terra com materiais como palha, grama ou folhas, que ajudam na retenção da água. "Além disso, a ideia é que todo material vegetal utilizado na propriedade fique na própria propriedade, nada vai fora", acrescenta o agrônomo. A adubação, nessa mesma linha, pode ser feita com materiais compostados, desde que não contenham sal. O ideal é que a compostagem seja feita separada do canteiro; e a terra, transportada à horta apenas depois, já estabilizada.
A recomendação também é de fazer cultivos misturados, evitando canteiros com apenas uma variedade. Primeiro, porque possuem tamanhos diferentes, então é possível otimizar o espaço, que é limitado. Segundo, porque uma beneficia a outra. Chás e temperos, por exemplo, são ótimos repelentes para os insetos que atacam as verduras, enquanto as flores ajudam a atrair os predadores benéficos, que se alimentam das possíveis pragas.
Essas hortas são utilizadas, geralmente, por uma categoria chamada de agricultores urbanos. São aqueles produtores que vivem em cidades e possuem, por exemplo, dois terrenos - um onde mora e outro onde mantém uma pequena plantação, quase sempre voltada para o autoconsumo. "É uma demanda que vem crescendo, inclusive nos próprios pedidos de acompanhamento na Emater", conta Dias, que cita também o surgimento de hortas comunitárias em locais como Canoas e Porto Alegre.