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Infraestrutura

- Publicada em 11 de Setembro de 2017 às 21:15

Investimentos privados tendem a crescer

Empresas estão retomando aportes na expectativa de ter o mercado restabelecido, diz Biolchi

Empresas estão retomando aportes na expectativa de ter o mercado restabelecido, diz Biolchi


MARCELO G. RIBEIRO/MARCELO G. RIBEIRO/jc
O recente anúncio de novos investimentos da General Motors (GM) no complexo automotivo de Gravataí, movimentando cerca de R$ 1,4 bilhão, é um destaque importante no cenário dos novos empreendimentos no Rio Grande do Sul. O processo de atração de empresas para o Estado tende a se intensificar, com reflexos diretos e indiretos no setor da construção civil. Pelas contas da Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect), nos últimos dois anos, já foram aprovados e implantados 64 novos negócios no Estado, gerando cerca de 10 mil empregos e movimentando ao todo R$ 4 bilhões - número que se torna mais expressivo por não incluir os valores anunciados pela GM.
O recente anúncio de novos investimentos da General Motors (GM) no complexo automotivo de Gravataí, movimentando cerca de R$ 1,4 bilhão, é um destaque importante no cenário dos novos empreendimentos no Rio Grande do Sul. O processo de atração de empresas para o Estado tende a se intensificar, com reflexos diretos e indiretos no setor da construção civil. Pelas contas da Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect), nos últimos dois anos, já foram aprovados e implantados 64 novos negócios no Estado, gerando cerca de 10 mil empregos e movimentando ao todo R$ 4 bilhões - número que se torna mais expressivo por não incluir os valores anunciados pela GM.
A carteira de projetos da Sala do Investidor - espécie de central de atendimento físico e virtual aos empreendedores interessados em desenvolver projetos no Estado - contabiliza outros 49 projetos em andamento, com possibilidade de gerar cerca de 5 mil empregos, envolvendo R$ 4,7 bilhões. As 119 propostas ainda pendentes sugerem um potencial importante para os próximos anos, podendo chegar a quase R$ 30 bilhões.
"Desses investimentos, em média, 30% a 40% acabam repercutindo na construção civil. Até as empresas que já têm suas instalações precisam adaptar ou ajustar alguma coisa", estima o titular da Sdect, Márcio Biolchi. O secretário acrescenta que muitos dos projetos são voltados ao setor de energia, como usinas e parques eólicos, o que envolve um bom volume de obras. Ele ressalta ainda que a Sdect - em conjunto com a Secretaria de Minas e Energia, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), o Badesul e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) - relançou um programa voltado à instalação de unidades como Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs). "Isso tem um potencial de gerar 12 mil empregos, com 91 projetos e R$ 10 bilhões de investimentos", destaca Biolchi.
A intensa movimentação de empresários e autoridades na Sala sugere que os investimentos realmente poderão se acelerar. Inclusive com recursos vindos de outros países: em agosto, por exemplo, a secretaria recebeu comitivas de países como Índia, França e China. Deste último país, por exemplo, o governo ouviu sugestões e propostas da China Railway Rolling Stock (CRRC), considerada uma das maiores fornecedoras mundiais de equipamentos de transporte ferroviário. "O pronto-atendimento (aos possíveis investidores), por mais subjetivo que seja, demonstra a disposição do Estado (em atrair negócios). Ouço muito dos empresários a frase: 'É muito bom saber que o Estado quer receber'. A 'parte anímica' conta muito", explica Biolchi.
Um exemplo mencionado pelo secretário também está relacionado com o setor automotivo: "Já recebemos outras seis empresas que irão investir no Estado também, em função da GM. No processo de disputa por fornecimento (para a GM), algumas já foram selecionadas. Algumas já estão no Estado, outras vão vir". Para Biolchi, essa movimentação sugere que a retomada do desenvolvimento não está distante. "Estamos começando a perceber a perspectiva de um novo ciclo econômico, reaquecendo a produção. As empresas estão retomando investimentos, na expectativa de ter o mercado restabelecido em um ou dois anos", prevê o secretário.

Construtoras aguardam novo ciclo no Brasil

Silber acredita em um novo cenário só a partir de 2019

Silber acredita em um novo cenário só a partir de 2019


JONATHAN HECKLER/ JONATHAN HECKLER/JC
As construtoras voltadas a obras de maior porte - especialmente nos setores industrial e corporativo - avaliam com cautela as perspectivas para o ano de 2017. Nessa área, as restrições impostas pelo período recessivo acabam se refletindo em uma desaceleração nos investimentos - e, por consequência, no início de novas obras. "O ano de 2016 ainda foi bom, mas neste ano tivemos redução na carteira. Os anos de 2014 e 2015 foram razoáveis, e 2017 deverá ser razoável também, em função de projetos antigos. Os projetos novos têm suas decisões postergadas, ainda em função da instabilidade política", explica o diretor-presidente da construtora Tedesco, Pedro Silber.
Integrante do grupo alemão HTB, a Tedesco está envolvida em obras importantes, como o novo prédio do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre - que está por ser concluído -, e a expansão do parque industrial da Yara Fertilizantes, em Rio Grande. Esta última, cujo investimento total será próximo de R$ 1 bilhão, figura entre as maiores obras privadas no Estado e deve se estender até 2019. Silber acredita que só em 2019 o País deverá começar um novo ciclo de grandes obras, em função das incertezas do cenário político e econômico. "Poderão surgir projetos pontuais. Mas é improvável que haja mudanças mais significativas até a eleição", prevê o empresário. "O setor (da construção) acaba sendo o primeiro que para e o último que anda. Nosso ciclo de maturação é muito longo, e a atividade demanda capital muito importante", observa Silber.
No interior do Estado, as construtoras também percebem uma redução nos investimentos, em função do contexto nacional. Mas há quem possa comemorar desempenhos positivos. A construtora Zagonel, de Lajeado, por exemplo, teve em 2016 o ano de melhor resultado de suas quatro décadas de atividade, com faturamento 18% maior do que o de 2015. "Procuramos balancear as atividades entre os setores em que atuamos, o imobiliário, o corporativo e a urbanização. Todos vêm registrando crescimento. Existem muitas oportunidades. Empresas organizadas e estruturadas geralmente continuam a investir, mesmo em meio à crise", explica o diretor-presidente da empresa, José Zagonel.
Com obras corporativas em andamento em Porto Alegre e Santa Cruz do Sul, a Zagonel concluiu recentemente o novo centro administrativo da Sicredi em Lajeado. Na área imobiliária, há lançamentos planejados em Gramado, Teutônia e no Mato Grosso do Sul. "Nossa expectativa para o ano de 2018 é crescer 30% em faturamento", adianta o presidente, para quem a conjuntura nacional deve melhorar no médio prazo. "O Brasil está conseguindo debater temas delicados, como a reforma da Previdência e a modernização das relações do trabalho. Isso deve favorecer a sociedade como um todo e melhorar o ambiente de negócios", destaca Zagonel.