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Conjuntura

- Publicada em 21 de Agosto de 2017 às 00:17

Crescimento da economia está generalizado no País, segundo BC

Tulio Maciel disse que uma das principais causas do bom resultado vem do campo

Tulio Maciel disse que uma das principais causas do bom resultado vem do campo


FREDY VIEIRA/JC
O crescimento da atividade econômica no Brasil, segundo o Banco Central (BC), está acontecendo de forma generalizada em todas as regiões. Depois de divulgar o resultado nacional do Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) até junho, que superou as expectativas com um crescimento de 0,25%, o órgão divulgou também os dados regionais do indicador. Embora tenha defasagem, já que analisa os dados apenas até maio, o boletim regional do BC complementa a visão de retomada, apresentando dados positivos em todo o território.
O crescimento da atividade econômica no Brasil, segundo o Banco Central (BC), está acontecendo de forma generalizada em todas as regiões. Depois de divulgar o resultado nacional do Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) até junho, que superou as expectativas com um crescimento de 0,25%, o órgão divulgou também os dados regionais do indicador. Embora tenha defasagem, já que analisa os dados apenas até maio, o boletim regional do BC complementa a visão de retomada, apresentando dados positivos em todo o território.
O IBC é calculado com base em diversas séries estatísticas e, embora não tenha a complexidade do Produto Interno Bruto (PIB), é relevante como uma espécie de termômetro do indicador principal, que tem maior defasagem na divulgação. No trimestre encerrado em maio (em comparação com o anterior, encerrado em fevereiro), o maior crescimento foi visto na região Nordeste, na base de 2,9%, bem acima do resultado nacional, de 0,5%. A região era, também, a única que não tinha apresentado crescimento no início do ano, embora tenha ficado estável naquele período, com variação nula.
Já a região Sul, que tinha o melhor resultado até fevereiro, quando cresceu 2,6%, viu diminuir o ritmo de sua recuperação, com 0,4% de expansão. Ainda assim, o resultado é melhor do que o das regiões Sudeste (0,2%) e Centro-Oeste (0,3%). A região Norte teve crescimento de 0,9%.
Segundo o chefe do departamento econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel, uma das principais causas do bom resultado vem do campo. "A safra é uma notícia boa em todo o País, e uma motivadora da reação econômica", argumentou. A produção de grãos nesta temporada está estimada com 31,1% de acréscimo em relação à safra passada, e, regionalmente, chega a ter aumentos de 90,7%, como acontece no Nordeste, que teve quebra considerável em 2016 por conta da seca.
No Sul, o aumento da produção é menor, na casa dos 17,2%, mas também bastante relevante, uma vez que significa um aumento em cima de uma safra que já havia sido historicamente grande no ano anterior. "Boa parte do resultado do PIB que vimos no primeiro trimestre veio da dinâmica do setor primário", complementou Maciel. O diretor ressalta, entretanto, que a maior parte dos benefícios econômicos da produção agrícola é apropriada no indicador no primeiro semestre e, portanto, não deve repetir o desempenho na parte final do ano.
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Mais permanentes, porém, devem ser os bons resultados vistos também no comércio e em alguns setores industriais. No segundo trimestre de 2017, a produção física do setor secundário nacional teve expansão de 0,9% em relação ao primeiro, mas, regionalmente, ainda tem comportamento instável. Na região Sul, por exemplo, houve queda no período, de 0,9%, movimento repetido também pelas fábricas do Centro-Oeste, outra região de desempenho negativo, com queda de 1,7% no volume transformado. "A indústria tem mais aderência ao ciclo, depende mais da atividade econômica", justifica Maciel.
Já no comércio ampliado, o crescimento é mais abrangente, visto em todas as regiões do Brasil. O volume de vendas no País, no segundo semestre, cresceu 1,7% em relação ao primeiro, e o Sul apresentou o melhor resultado, com crescimento de 2,8%. As causas, segundo Maciel, são três. O primeiro é que, mesmo com uma taxa de desemprego ainda elevada, o arrefecimento da inflação teria ajudado a manter o poder de compra dos salários. Além disso, com a queda nos juros, há uma retomada no crédito para pessoa física. E, claro, há o efeito da liberação das contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que aqueceu o varejo. "Tirando o efeito do FGTS, os outros dois devem continuar no resto do ano", projeta o diretor.

Retomada da atividade no Rio Grande do Sul deve ser moderada nos próximos trimestres

Junto ao seu boletim regional, o BC apresentou, também, análise especial referente à economia gaúcha. No trimestre encerrado em maio, o IBC do Estado registrou alta de 0,7%, crescimento mais baixo do que o visto no período encerrado em fevereiro, que havia sido de 3%. Para o futuro, a perspectiva do BC é de que a recuperação da atividade econômica gaúcha ocorrerá de forma moderada nos próximos trimestres, de maneira compatível com reação do mercado de trabalho e puxada pelas exportações e pela agricultura.
Na situação do emprego, o Estado ainda segue eliminando vagas formais (foram perdidos 18,1 mil empregos celetistas no trimestre até maio), mas acompanha o movimento de "esgotamento" do aumento da desocupação, como define o chefe do departamento econômico do Banco Central, Tulio Maciel. No segundo trimestre de 2017, segundo a Pnad Contínua, o Rio Grande do Sul teve 8,4% de desempregados, volume que chegara a 9,1% no primeiro trimestre - no Brasil, a queda foi de 13,7% para 13%. A região Sul como um todo possui, historicamente, os níveis mais baixos do País.
Já sobre o mercado externo, Maciel ressaltou a tendência de aumento das importações (que cresceram 13% no primeiro semestre) e das exportações (que cresceram 7,8% no período). "A perspectiva de comércio exterior robusto ajuda nas expectativas positivas para o Brasil e as regiões", argumenta o diretor. No Estado, o destaque nas exportações continua sendo a soja, vendida quase toda para a China, e também de veículos. Já nas importações, tem se percebido aumento nas compras de insumos e bens intermediários, algo visto como "natural em época de retomada", de acordo com Maciel.
Como um todo, o Rio Grande do Sul pode ser um dos estados mais beneficiados pela recuperação econômica do Brasil por conta de sua estrutura produtiva. Isso porque, no Estado, há maior participação no PIB da indústria de transformação (16,8%, contra 12% no Brasil), e do comércio (15%, contra 13,6% no País), setores que são mais dependentes do ambiente econômico para prosperarem.