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transportes

- Publicada em 10 de Agosto de 2017 às 22:10

Pesquisa CNT revela que 42,7% das rodovias federais são boas ou ótimas

Para a Confederação, os mais de 50% de trechos ruins mostram falta de prioridade

Para a Confederação, os mais de 50% de trechos ruins mostram falta de prioridade


JORGE WOLL/JORGE WOLL/DER/DIVULGAÇÃO/JC
O estado das rodovias públicas federais brasileiras melhorou 24 pontos percentuais, passando de 18,7% com classificação ótimo ou bom em 2004 para 42,7%, em 2016. É o que diz o estudo Transporte Rodoviário - Desempenho do Setor, Infraestrutura e Investimentos divulgado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). A pesquisa avalia a evolução da qualidade da infraestrutura, os investimentos no setor e propõe ações para solucionar entraves. Essa é a primeira análise da série histórica da Pesquisa CNT de Rodovias, compreendendo o período de 2004 a 2016. Na avaliação de 100% da malha federal, a CNT destaca que, apesar da evolução da qualidade, 57,3% das estradas analisadas apresentam condição inadequada ao tráfego, enquanto 42,7% foram consideradas ótimas ou boas.
O estado das rodovias públicas federais brasileiras melhorou 24 pontos percentuais, passando de 18,7% com classificação ótimo ou bom em 2004 para 42,7%, em 2016. É o que diz o estudo Transporte Rodoviário - Desempenho do Setor, Infraestrutura e Investimentos divulgado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). A pesquisa avalia a evolução da qualidade da infraestrutura, os investimentos no setor e propõe ações para solucionar entraves. Essa é a primeira análise da série histórica da Pesquisa CNT de Rodovias, compreendendo o período de 2004 a 2016. Na avaliação de 100% da malha federal, a CNT destaca que, apesar da evolução da qualidade, 57,3% das estradas analisadas apresentam condição inadequada ao tráfego, enquanto 42,7% foram consideradas ótimas ou boas.
Em 2016, cerca de 31 mil quilômetros apresentavam deficiências no pavimento, na sinalização e na geometria. Esses problemas aumentam o custo operacional do transporte, comprometem a segurança nas rodovias e causam impactos negativos ao meio ambiente. A pesquisa aponta que, nos 13 anos analisados, é possível perceber uma relação direta entre a qualidade das rodovias brasileiras e os investimentos federais em infraestrutura rodoviária. Em 2011, por exemplo, a União investiu o maior valor em infraestrutura de transporte: R$ 15,73 bilhões. Naquele ano, o percentual de rodovias consideradas ótimas ou boas foi de 41,3%.
Já em 2004, quando houve a menor aplicação de recursos no período analisado (R$ 3,90 bilhões em investimentos federais), apenas 18,7% das rodovias tiveram avaliação positiva na pesquisa da CNT. Para a confederação, o histórico indicando que mais de 50% dos trechos pesquisados estão inadequados demonstra a falta de prioridade de investimentos em infraestrutura de transporte ao longo dos anos, apesar de a maior parte das cargas brasileiras e dos passageiros ser transportada pelas estradas. O levantamento registrou ainda que, entre 2015 e 2016, houve aumento no número de pontos críticos (trechos com buracos grandes, quedas de barreiras, pontes caídas e erosões), passando de 327 para 414 ocorrências. Desses, 230 e 304, respectivamente, são trechos com buracos grandes.
A pesquisa apontou que a qualidade do pavimento das estradas recebeu avaliação de “regular, ruim ou péssimo” em 48,3% dos trechos avaliados. Na sinalização, 51,7% das rodovias pesquisadas apresentaram algum tipo de deficiência, enquanto para a geometria da via o percentual da extensão pesquisada que mostrou inadequações foi de 77,9%. A Região Sudeste tem a melhor malha rodoviária do País, com 55,4% da extensão pesquisada classificada com estado geral “ótimo ou bom”. Já a região com as piores condições é a Norte, com apenas 23,4% das rodovias pesquisadas em condições “ótimo ou bom”.
A análise da CNT considera como possível solução dos problemas nas rodovias a maior participação da iniciativa privada em obras de infraestrutura, oferta de segurança jurídica e condições atraentes para os investidores, diversificação das formas de financiamento, transparência e eficiência na comunicação do governo com o setor privado. “Precisamos diminuir o custo do transporte, reduzir os acidentes e as emissões de poluentes.Os transportadores rodoviários precisam de mais segurança, de redução de custos e de aumento da competitividade”, avalia a CNT.
O Brasil possui 1.720.756 km de rodovias, dos quais apenas 211.468 km são pavimentados, o que representa 12,3% da extensão total. Essa quilometragem resulta em uma densidade de infraestrutura rodoviária de 24,8 km por 1.000 km² de área. Segundo a CNT, o valor é considerado baixo quando comparado a outros países de dimensão territorial semelhante.

Caminhoneiros dizem que alta de impostos inviabiliza profissão

Em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado, representantes dos caminhoneiros criticaram o decreto que aumentou os tributos sobre os combustíveis, o que está tornando inviável a atividade autônoma, e prometem intensificar os protestos contra a medida.
Líder do movimento dos caminhoneiros de Mato Grosso, Odilon Pereira da Fonseca, classificou o decreto de "criminoso" e disse que a categoria não tem dinheiro para rodar com os caminhões. "Com os três rodotrens (caminhão de nove eixos) que tenho rodando, se eu conseguir colocar 12 viagens de Querência, no Mato Grosso, a Barcarela, no Pará, eu vou pagar R$ 15.380,00 a mais", disse, acrescentando que a viagem de 1.551 quilômetros de distância fica inviabilizada.
Sobre o repasse do aumento para o valor dos fretes, Fonseca acredita que isso pode impactar na inflação e no fornecimento de itens básicos para a população, como alimentos. De acordo com a Agência Nacional de Transporte de Cargas (ANTC), o aumento do imposto poderá refletir em alta de até 4% no preço do frete. O combustível representa 40% do frete, conforme a agência. "Nós estamos falidos, não conseguimos honrar com nossas contas. Nós queremos trabalhar e não queremos causar transtorno, mas no fim do mês quero conseguir pagar minhas contas", argumentou Rogério Alberto Reame, líder da categoria de São Paulo.
Durante a audiência, o representante dos cegonheiros do Paraná, Wanderlei Alves, contou que a mobilização da categoria contra o aumento teve início assim que o Ministério da Fazenda anunciou a medida. Desde o dia 1 de agosto, grupos de caminhoneiros estão protestando com bloqueios de trechos de rodovias. Manifestações foram registradas em São Paulo, Minas Gerais, na Bahia, em Mato Grosso, em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul, em Goiás e no Espírito Santo.
Alves argumentou que os organizadores dos protestos não estão bloqueando as rodovias. "Estamos parando nas rodovias e convidando os caminhoneiros a participarem da greve, ou o transporte dos caminhoneiros autônomos no País vai morrer."