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- Publicada em 01 de Agosto de 2017 às 18:29

Amparo aos artistas gaúchos

Do ambiente das grandes rádios silenciadas pela televisão, Gomes hoje é um dos nove moradores da CAR

Do ambiente das grandes rádios silenciadas pela televisão, Gomes hoje é um dos nove moradores da CAR


FREDY VIEIRA/FREDY VIEIRA/JC
Por mais de 20 anos, Wilson Gomes vivenciou o ambiente das grandes rádios do Estado. Ator de rádio, produtor e roteirista estão entre as atividades que foram desenvolvidas por ele. Aos 16 anos, o radioator fugia dos seus pais para poder exercer a profissão que amava. Encerrou carreira na Rádio Princesa, onde acompanhou de perto o fim do radioteatro, que, aos poucos, foi perdendo espaço para a televisão. Os microfones se silenciaram por completo, e Gomes foi obrigado a trabalhar em serviços de limpeza para sobreviver. "Fui faxineiro e não me arrependo, aprendi muito", relembra.
Por mais de 20 anos, Wilson Gomes vivenciou o ambiente das grandes rádios do Estado. Ator de rádio, produtor e roteirista estão entre as atividades que foram desenvolvidas por ele. Aos 16 anos, o radioator fugia dos seus pais para poder exercer a profissão que amava. Encerrou carreira na Rádio Princesa, onde acompanhou de perto o fim do radioteatro, que, aos poucos, foi perdendo espaço para a televisão. Os microfones se silenciaram por completo, e Gomes foi obrigado a trabalhar em serviços de limpeza para sobreviver. "Fui faxineiro e não me arrependo, aprendi muito", relembra.
O artista é um dos nove moradores da Casa do Artista Riograndense (CAR). No local, tem a possibilidade de praticar a sua segunda paixão: a pintura. As paredes da casa, localizada no bairro Glória, zona Sul de Porto Alegre, são cobertas por diversos desenhos artísticos, pensados e executados por ele. A CAR foi fundada por Antônio Francisco Amábile, cantor gaúcho de serestas. Em 1949 - quatro anos antes de falecer -, Amábile fundou a casa para receber artistas profissionais, impossibilitados, pela idade ou por motivo grave, de prover o próprio sustento, dando-lhes abrigo, alimentação e condições dignas de sobrevivência. Ao longo desses anos, o projeto abrigou atores, músicos, radialistas, radioatores, modelos, técnicos de rádio e TV, entre outros artistas profissionais.
Luciano Fernandes integrava o Sindicado dos Artistas do Rio Grande do Sul, entidade com a meta de ajudar a casa, porém, era necessário organizar a administração do lugar. Fernandes assumiu a presidência e, desde então, é responsável pela administração do projeto, que se mantém, principalmente, com ajuda do Fundo Municipal do Idoso - Fumid. Em geral, os recursos foram investidos para realizar a manutenção da sede. Reparos na pintura, recuperação da rede hidráulica, adequação dos banheiros, entre outros setores, receberam manutenção com recursos do fundo.
Atualmente, a casa está executando a construção do mausoléu, visando à criação de um jazigo para sepultamento dos artistas abrigados na CAR. A construção está sendo feita no Cemitério São João, na zona Norte de Porto Alegre. Com assinatura do arquiteto Vinícius Vieira, serão construídos 14 túmulos - inclui também jardim e uma obra de arte no entorno do espaço para apresentações e homenagens. "Um morador faleceu, e nós e a família não tínhamos dinheiro. Acabou sendo enterrado como indigente", diz Fernandes.
José Carlos Peixoto, mais conhecido como Zé da Terreira, é mais um grande artista que luta para seguir exercendo sua profissão. O cantor e compositor desenvolve a performance solo Cartagena, espetáculo que se passa na época das navegações e retrata a história do andarilho Rubião, que, a partir da descoberta de um livro, é assombrando pelos fantasmas dos marinheiros Fernão de Magalhães e Cartagena.
Para Fernandes, está cada vez mais difícil aos integrante do projeto exercerem suas profissões, isso porque, segundo ele, os recursos disponibilizados pela prefeitura para incentivo à cultura estão cada vez mais escassos. Há três anos, o projeto aguarda a verba do Funproarte para executar e finalizar a iniciativa Casa do Artista e Memória Viva do Rádio Teatro em Porto Alegre.
A meta é tornar pública e valorizar a relação dos seus moradores com o gênero radioteatro, através da produção de um livro CD, com tiragem de 200 exemplares. O livro reúne documentos, fotos e depoimentos de artistas e pessoas que conheceram e participaram da casa desde sua origem. O CD é composto por um áudio de três histórias inéditas de radioteatro. A CAR foi aprovada no edital com mais 31 projetos que, até hoje, não receberam a verba da prefeitura. No Sarau da Casa, todos têm a oportunidade de reviver sua arte. O objetivo do evento é valorizar a arte e melhorar a autoestima dos moradores da casa, já que muitos não possuem mais condições plenas de trabalho. O espaço é aberto a todos que desejam exercer sua arte. A próxima edição ocorrerá no dia 26 de agosto, das 15h às 19h.

A Casa do Artista Riograndense aceita:

- Doações de alimentos perecíveis.
- Doações de alimentos não perecíveis.
- Doações de material de limpeza.
- Doações financeiras que podem ser depositadas na conta do projeto: 
  • CNPJ: 88.316.366/0001-09 
  • Caixa Econômica Federal 
  • Conta: 033 – 1.618-9
  • Agência: 0073