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Operação Lava Jato

- Publicada em 31 de Julho de 2017 às 17:50

Em discurso, Lula pede que PT retorne às ruas

Petista discursou ao lado da atual presidente do partido Gleisi Hoffmann

Petista discursou ao lado da atual presidente do partido Gleisi Hoffmann


PAULO PINTO/AG. PT/ FOTOS PÚBLICAS/DIVULGAÇÃO/JC
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, em reunião do diretório nacional do PT ontem, que o partido realize uma série de reformas e vá "para a rua" retomar o contato com os movimentos sociais. Ele cobrou maior interferência da sigla em decisões sobre candidaturas e pediu maior atenção a cargos do Legislativo.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, em reunião do diretório nacional do PT ontem, que o partido realize uma série de reformas e vá "para a rua" retomar o contato com os movimentos sociais. Ele cobrou maior interferência da sigla em decisões sobre candidaturas e pediu maior atenção a cargos do Legislativo.
"O PT precisa aprender que ele tem que ir para a rua conversar com as pessoas, conversar com os movimento sociais. Recuperar o nosso poder de convencimento", declarou.
O petista discursou ao lado da atual presidente do partido, Gleisi Hoffmann, em evento realizado na Fundação Perseu Abramo, em São Paulo. Como de costume, utilizou metáforas cotidianas para explicar situações da política brasileira; ao mencionar que muitos eleitores se afastaram do PT por envolvimento com casos de corrupção, disse que seria similar a uma "briga de casal".
"Quem ficou com raiva do PT foi como uma briga de casal. O cara se afastou, mas nem ele arrumou outra, nem ela arrumou outro. Estão os dois esperando para ver se voltam. Eu acho que chegou a hora de a gente voltar, de ter esse reencontro com a sociedade brasileira", comentou.
Lula defendeu uma revisão de novas candidaturas pelo partido. Ele criticou que "interesses pessoais" foram colocados acima da direção nacional na escolha de novos candidatos e sinalizou que a sigla deve ter a última palavra sobre os postulantes a cargos públicos.
"O partido tem que decidir se a pessoa merece ser candidata do partido. Às vezes, as pessoas decidem ser e impõem ao partido uma candidatura", observou.
De olho nas eleições em 2018, Lula mostrou preocupação em não deixar que o foco do PT seja voltado para os cargos do executivo. O ex-presidente citou, mais de uma vez, que a sigla deveria procurar novos postos no Legislativo para se adequar aos perfis de cada estado; a medida poderia garantir maior atuação do partido em estados nos quais conseguem poucos votos.
"Nessas eleições de agora, a gente vai ter que pensar. Tem estado que a gente tem que ter candidato a governador, mas em outros estados é melhor nem ter. Às vezes, é melhor ter um candidato a deputado, a senador. A gente tem que fazer política enxergando a politica."
A preocupação com o Congresso foi estendida para além dos cargos que poderiam ser ocupados pelo PT. Lula cobrou maior atenção com as alianças propostas para conseguir aprovar os seus projetos.
"Quem quer que seja que vai ganhar as eleições sabe que, para fazer o que a gente está pensando em fazer, é preciso olhar a correlação de forças no Congresso. Se a gente não levar isso em conta, a gente vai ter que fazer aliança com quem a gente pensa que não precisa fazer aliança. É bom pensar em como a gente vai votar."

Ministério Público recorre e defende pena maior para Lula

A força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) na Operação Lava Jato recorreu ao juiz Sérgio Moro ontem por uma pena mais pesada ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e também pela condenação do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, no caso triplex no Guarujá. O petista foi condenado a 9 anos e seis meses de prisão por suposta corrupção e lavagem de dinheiro de
R$ 2,2 milhões, que envolvem o valor empregado pela OAS no imóvel, no condomínio Solaris, no Guarujá, litoral paulista, e em suas respectivas reformas.
Os procuradores querem também que Lula seja condenado pelo armazenamento de bens que recebeu, enquanto exerceu a presidência da República, pela empresa Granero - despesas também custeadas pela OAS. Lula chama esses bens de "tralhas". Eles sustentam que "resta evidente que o conteúdo do contrato celebrado não consistiu em erro, mas se apresenta como clara fraude contratual, na tentativa pelos denunciados de ocultarem e dissimularem a real propriedade dos bens armazenados e o financiamento de despesas atinentes ao ex-presidente Lula e ao Instituto Lula pelo Grupo OAS".
A procuradoria quer que Paulo Okamotto, absolvido por Moro, seja condenado por lavagem de dinheiro por intermediar a negociação envolvendo as "tralhas" do petista.
"Entretanto, inobstante tenha dado seu aceite à proposta da Granero, Paulo Okamotto, tutelando os interesses do ex-presidente Lula e aproveitando o fato de que o Grupo OAS, consoante anteriormente descrito, possuía pendências de vantagens indevidas a serem transmitidas para representantes do Partido dos Trabalhadores - PT - no âmbito do esquema criminoso que se erigiu no seio e em desfavor da Petrobras e que beneficiava, além de empreiteiras, agentes públicos e políticos, notadamente Lula, convocou uma reunião no Instituto Lula nos últimos meses de 2010 e solicitou a Léo Pinheiro, que assumisse os gastos com o armazenamento dos bens pertencentes ao ex-presidente da República", sustenta a força-tarefa.