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RIO DE JANEIRO

- Publicada em 03 de Julho de 2017 às 16:18

PF desvenda esquema e prende cúpula das empresas de ônibus

A Polícia Federal prendeu ontem a cúpula das empresas de ônibus do Rio de Janeiro, todos sob suspeita de comandar um esquema de repasse de propina a políticos. Segundo as apurações, os pagamentos ocorrem ao menos desde a década de 1990 e foram movimentados R$ 500 milhões de 2010 a 2016.
A Polícia Federal prendeu ontem a cúpula das empresas de ônibus do Rio de Janeiro, todos sob suspeita de comandar um esquema de repasse de propina a políticos. Segundo as apurações, os pagamentos ocorrem ao menos desde a década de 1990 e foram movimentados R$ 500 milhões de 2010 a 2016.
A Operação Ponto Final, desdobramento da Lava Jato, foi antecipada em razão da prisão do empresário Jacob Barata Filho no domingo, quando ia para Lisboa. Dos outros 11 alvos de mandados de prisão, apenas um não foi encontrado até o fechamento desta edição. É o empresário do setor José Carlos Lavoura, que também está em Portugal. A operação teve como base principalmente a delação do doleiro Álvaro Novis, responsável pelo caixa de dinheiro vivo da Fetranspor (federação das empresas de ônibus) desde a década de 1990. Preso por duas vezes em desdobramentos da Lava Jato, ele conseguiu recuperar dados da movimentação financeira a partir de 2010 em seus arquivos.
É atribuído ao ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) o repasse de R$ 122,8 milhões. O Ministério Público Federal afirma que o peemedebista recebia "prêmios" após decisões que beneficiassem o setor, como o reajuste do preço da passagem de ônibus.
 

Delação de doleiro detonou esquema nos transportes

A operação "Ponto final", que prendeu o empresário Jacob Barata e os principais dirigentes da Fetranspor acusados de comandar junto a Sérgio Cabral um esquema de corrupção no setor de ônibus no Estado do Rio que desviou ao menos R$ 260 milhões, foi consolidada a partir da delação premiada do doleiro Álvaro José Novis, um velho conhecido dos investigadores da Lava-Jato e apontado como um dos operadores do ex-governador.
Preso temporariamente na 26ª fase da Lava-Jato, em março do ano passado, na operação "Xepa" - desdobramento da operação "Acarajé" que arrastou a Odebrecht e os marqueteiros João Santana e Mônica Moura para o turbilhão de denúncias, Novis voltou a ser preso na operação "Eficiência", em janeiro deste ano, cujo alvo principal foi o empresário Eike Batista.
O doleiro também é personagem da operação "Quinto do Ouro", deflagrada em março deste ano a partir da delação do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Jonas Lopes de Carvalho, que levou à prisão cinco conselheiros acusados de receber propina para fazer "vista grossa" em processos contra a Fetranspor.
A exemplo de Jonas Lopes, Novis viu aí sua oportunidade de se entender com a Justiça e também firmou esquema de colaboração, entregando principalmente o presidente do Conselho de Administração da Fetranspor e da Viação Flores, José Carlos Lavouras, um dos alvos da operação de hoje.