Milhares voltaram a se reunir em Caracas, capital da Venezuela, para um protesto neste sábado (22) em direção ao Supremo Tribunal, em uma tentativa de impedir que o presidente Nicolas Maduro prossiga com seus planos de reescrever a constituição.
A oposição convoca os venezuelanos para tomar as ruas e pressionar os juízes da oposição na Suprema Corte, nomeados pela Assembleia Nacional na sexta-feira, e rapidamente rejeitados pelo governo. Organizadores esperam que o protesto deste sábado seja o maior antes da eleição, agendada para 30 de julho. Em quase quatro meses de manifestações contra o governo, 97 pessoas morreram e milhares ficaram feridas ou estão detidas.
Agentes do Sebin (serviço secreto venezuelano) detiveram neste sábado (22) Ángel Zerpa Aponte, um dos 33 juízes apontados durante a semana pela Assembleia Nacional, controlada pela oposição, para substituir os atuais integrantes do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ). De acordo com o deputado Winston Flores, da agremiação opositora MUD (Mesa de Unidade Democrática), o magistrado foi detido por volta das 18h (19h em Brasília) em uma rua de Caracas e levado em uma caminhonete cinza. Os agentes teriam disparado contra o veículo da irmã de Aponte.
O ex-presidenciável Henrique Capriles, governador do Estado de Miranda, afirmou que o Sebin recebeu ordem para prender os juízes recém-apontados e submetê-los à Justiça Militar. A indicação dos juízes, não reconhecida pelo TSJ, foi um gesto da oposição para aumentar a pressão contra o governo de Nicolás Maduro após milhões de venezuelanos votarem em plebiscito informal no domingo (16) contra a Assembleia Constituinte convocada pelo líder chavista, cuja eleição se dará no próximo dia 30.
A escolha dos juízes cabe, segundo a Constituição, à Assembleia Nacional, a partir de lista enviada pelo Conselho Moral Republicano. O Legislativo, porém, está em desacato desde janeiro de 2016 por empossar três deputados impugnados.
Com agências Estado e Folhapress