Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Internacional

- Publicada em 10 de Julho de 2017 às 15:50

Violência policial tenta calar oposição na Venezuela, diz Anistia Internacional

Armas letais foram usadas contra opositores de Maduro em protestos

Armas letais foram usadas contra opositores de Maduro em protestos


FEDERICO PARRA/FEDERICO PARRA/AFP/JC
O ilegítimo uso de força contra a população de forma recorrente, a criação de mecanismos de Estado dedicados à repressão e o repetido discurso de incitação à violência por parte do chavismo indicam uma política premeditada de silenciar qualquer dissidência política na Venezuela, afirma a ONG Anistia Internacional.
O ilegítimo uso de força contra a população de forma recorrente, a criação de mecanismos de Estado dedicados à repressão e o repetido discurso de incitação à violência por parte do chavismo indicam uma política premeditada de silenciar qualquer dissidência política na Venezuela, afirma a ONG Anistia Internacional.
Em relatório publicado ontem, a entidade avalia ainda que a aproximação da eleição para a Assembleia Constituinte convocada pelo presidente Nicolás Maduro deve agravar a crise social que já deixou ao menos 91 mortos e 1.400 feridos nos mais de 100 dias de protesto desde abril. "Uma análise dos fatos indica que esses atos de repressão violenta não são apenas uma reação descontrolada de alguns agentes de segurança, mas fazem parte de uma prática premeditada de uso da violência para sufocar vozes críticas", afirma o relatório.
A ONG aponta o uso de força não letal por parte da Polícia e da Guarda Nacional Bolivariana contra opositores, citando o caso de Juan Pablo Pernalete, 20 anos, que morreu em abril após ser atingido no peito por uma bomba de gás lacrimogêneo. Armas letais também foram usadas, relata a Anistia, como no caso de Fabián Urbina, assassinado a tiros em junho. Enquanto atos de opositores são alvo de repressão, manifestações convocadas por aliados ocorrem sem incidentes e sob a proteção das forças de segurança, lembra a ONG.
Para a diretora da Anistia Internacional das Américas, Erika Guevara-Rosas, "o que pareciam ser reações isoladas de autoridades venezuelanas em meio aos protestos indicam, de fato, uma estratégia planejada do governo do uso de violência e força ilegítima contra a população para neutralizar qualquer criticismo".
O governo vem apelando à chamada união civil-militar estabelecida em 2014 para lidar com os protestos diários convocados pela oposição, a quem acusa de tentar promover um golpe de Estado. Em abril, Maduro anunciou a ampliação em 500 mil homens da Milícia Nacional Bolivariana, força civil com treinamento militar. Um mês depois, o governo criou um "comando especial de segurança antiterrorista".
Ataques realizados pelas forças de segurança contra a população civil relatados em maio também estão documentados. Em um deles, no estado de Carabobo, bombas de gás foram lançadas aleatoriamente contra residências, e tiros disparados contra a comunidade de La Isabelica. Outros ataques do tipo foram registrados nos estados de Lara, Barinas, Táchira, além da capital, Caracas, "indicando que essas práticas não estão limitadas a uma região do país, mas muito mais generalizadas".
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO