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Geral

- Publicada em 12 de Julho de 2017 às 22:00

Servidora do GHC é demitida após denunciar assédio

Isabella Sander
Higienista concursada no Hospital Nossa Senhora da Conceição, pertencente ao Grupo Hospitalar Conceição (GHC), desde março de 2015, Raquel Furtado, de 34 anos, recebeu com surpresa a notícia, na segunda-feira, de que estava sendo demitida por justa causa. A demissão ocorreu após conclusão de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) referente, segundo Raquel, à sua postagem, em abril, no Facebook, denunciando assédio sexual cometido por um médico.
Higienista concursada no Hospital Nossa Senhora da Conceição, pertencente ao Grupo Hospitalar Conceição (GHC), desde março de 2015, Raquel Furtado, de 34 anos, recebeu com surpresa a notícia, na segunda-feira, de que estava sendo demitida por justa causa. A demissão ocorreu após conclusão de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) referente, segundo Raquel, à sua postagem, em abril, no Facebook, denunciando assédio sexual cometido por um médico.
"O setor de higienização sempre sofreu perseguição, com os servidores recebendo recorrentes advertências e suspensões por atrasos, faltas e participação em manifestações. Quando eu fui assediada sexualmente, denunciei, conforme fui orientada pela minha supervisora, e nada aconteceu", relata a higienista.
Conforme relato da servidora, no ano passado um médico a apalpou e encostou com o corpo em suas nádegas no corredor do Conceição. Depois da denúncia, Raquel foi transferida de setor e até mesmo de hospital durante um período. "Enquanto isso, ele seguiu onde estava, sem penalização", destaca.
Em abril, quando o ator José Mayer foi denunciado por assédio sexual por uma figurinista, a servidora do GHC abriu o jogo publicamente e falou sobre o seu caso no Facebook. "Depois disso, a diretoria me chamou para entender a questão e alegou não ter tomado conhecimento do assunto antes. Aí, abriu PAD contra o médico, por assédio sexual, e contra mim, por supostamente ter 'denegrido' a imagem do GHC", conta.
O processo administrativo durou 60 dias, e sua conclusão envolveu uma advertência por escrito à higienista. Pouco mais de uma semana depois, veio a demissão por justa causa. "Eles alegam insubordinação e má conduta", afirma Raquel. O PAD sobre o assédio do médico ainda não foi concluído, e a servidora teve negado seu pedido de informação a respeito.
Para a higienista, retaliações ocorreriam independentemente do que tivesse escrito. "Contei a minha história, o que realmente aconteceu. Eu fui assediada, busquei ajuda e me foi negada. Não tive intenção de denegrir o hospital", critica.
Mesmo assim, Raquel não se arrepende de ter feito a denúncia. "Quando somos vítimas, não temos que nos envergonhar. Fiz concurso, passei, estava no meu direito de trabalhar naquele hospital. Quem deve ter vergonha são o médico e o GHC, que está acobertando o caso", defende. O recurso contra a demissão está correndo judicialmente, com a supervisão do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem, Técnicos, Duchistas, Massagistas e Empregados em Casas de Saúde do Rio Grande do Sul (SindiSaúde-RS).
Em nota, o GHC informou que, "em respeito à profissional, que não faz mais parte dos quadros desta instituição de saúde", o estabelecimento, "seguro dos procedimentos administrativos", não irá se manifestar sobre o caso.
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