Dólar recua ante euro e iene, após divulgação de e-mails de filho de Trump

O dólar se desvalorizou em relação ao euro e o iene, após o filho mais velho do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump Jr., divulgar e-mails nos quais ele marca uma reunião com uma advogada ligada à Rússia para obter informações potencialmente danosas sobre a então candidata democrata Hillary Clinton na campanha presidencial do ano passado.

No fim da tarde em Nova Iorque, o dólar caía a 113,86 ienes e o euro avançava a US$ 1,1467. A moeda americana ainda recuava ante várias divisas de países emergentes e ligados a commodities.

Na avaliação de Boris Schlossberg, que atua na estratégia cambial do BK Asset Management, o mercado não gostou do que viu na troca de e-mails, "já que elas indicam algum tipo de conluio com o governo russo". "Isso mostrou que há uma chance real de que tenha havido atividade criminal no governo Trump", afirmou ele. Schlossberg notou, porém, que o recuo da moeda foi relativamente modesto.

Mais cedo, o dólar havia atingido a máxima em quatro meses ante o iene. A notícia vinda de Washington, porém, enfraqueceu a divisa americana.

Agora, há expectativa pelos depoimentos da presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Janet Yellen, que fala na Câmara dos Representantes na quarta-feira e no Senado na quinta-feira. Os dirigentes do Fed têm dito que planejam elevar os juros ao menos mais uma vez em 2017, além de começar a reduzir o balanço do banco central.

Além disso, nesta quarta-feira haverá reunião de política monetária do Banco Central do Canadá. A expectativa é de que a instituição eleve os juros, após sinais fortes disso em discursos recentes de dirigentes. O analista sênior Craig Erlam, da Oanda, afirmou que uma provável elevação do BC canadense ocorrerá em um quadro em que vários bancos centrais importantes adotam uma postura de maior aperto monetário, "mesmo que os indicadores econômicos não necessariamente apoiem esse movimento".

Entre outras moedas em foco, o dólar neozelandês recuou ante o dólar, após dados abaixo da expectativa de gastos dos consumidores na Nova Zelândia.