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Economia

- Publicada em 09 de Julho de 2017 às 23:32

Citros sofrem perdas em função das chuvas

Valor pago pelas fábricas é apenas metade do preço do fruto de mesa

Valor pago pelas fábricas é apenas metade do preço do fruto de mesa


/IVAN DE ANDRADE/PALÁCIO PIRATINI/JC
Carolina Hickmann
O clima chuvoso e nublado das primeiras duas semanas de junho prejudicou a produção de citros do Rio Grande do Sul. Segundo o informativo conjuntural da Emater, o período aumentou o apodrecimento de frutos e reduziu em média 20% a produção de frutas por planta. Por outro lado, a entidade assegura que a safra volta a melhorar a medida que o tempo permanece estável.
O clima chuvoso e nublado das primeiras duas semanas de junho prejudicou a produção de citros do Rio Grande do Sul. Segundo o informativo conjuntural da Emater, o período aumentou o apodrecimento de frutos e reduziu em média 20% a produção de frutas por planta. Por outro lado, a entidade assegura que a safra volta a melhorar a medida que o tempo permanece estável.
A visão do presidente da Cooperativa dos Citricultores Ecológicos do Vale do Caí (Ecocitrus), Ernesto Kasper, é semelhante. "Não chegamos a ter uma perda de fruta significativa, mas de um pouco de qualidade do fruto", comenta. As variedades mais afetadas foram as precoces, como a bergamota Caí, que estava pronta para a colheita durante o período de chuvas. O produtor Jonathan Cunha da Silva, de Montenegro, conta que esperava colher 3,8 toneladas desta variedade, mas acabou com 3 toneladas em razão do tempo.
Essa variação, segundo o produtor, não chega a deixar prejuízos financeiros. "A fruticultura sempre está sujeita ao clima, a gente já prevê essas perdas pequenas", avalia Silva, que administra um pomar de mil pés de bergamota há dois anos, mas já participava da atividade anteriormente. Caso as condições climáticas sejam as adequadas, o produtor espera colher ainda 6 toneladas da variedade Pareci e mais de 10 toneladas da tradicional Montenegrina, que estão no início da colheita.
Silva comenta que a maior consequência deixada pela adversidade climática foi no aspecto do fruto, que ficou prejudicado. Como o destino de sua produção é para a indústria, não houve maiores consequências em sua propriedade - uma vez que a aparência é fundamental apenas nas frutas para a mesa. O destino de parte da produção - que seria de mesa - para sucos é apontada como solução.
O coordenador da Câmara Setorial dos Citros, Paulo Lipp, conta que parte dos produtores do Estado já tem o costume de separar os citros mais bonitos para a mesa e destinar a outra parte à indústria. "A bonita sempre fica para a mesa, assim que funciona", esclarece. Lipp comenta que as seis indústrias do Estado que compram citros começaram a processar sucos há 20 dias, mas o preço é inferior ao pago pelo produto destinado ao consumo in natura.
Segundo Lipp, o valor pago pela indústria é apenas a metade do preço dos produtos para mesa. A última divulgação de valores da Emater registrou R$ 0,60/kg pela bergamota Pokan, e R$ 0,85 pela Pareci. A expectativa do coordenador é de que os preços aumentem no Estado com o avançar da colheita, que se estende até novembro.
A preocupação do presidente da Ecocitrus, no entanto, segue sendo o clima. "Estamos no inverno, e ainda não tivemos geada", argumenta Kasper, ao lembrar que o fenômeno é diretamente ligado à qualidade das frutas cítricas. Sua preocupação é que o clima quente para esta época do ano não gere demanda e também traga pragas, como a mosca da fruta, para as variedades tardias.
A expectativa de produção, somente na região do Vale do Caí, maior produtora do Estado, é de 162 mil toneladas de frutas, sendo 107 mil de bergamotas, 48 mil de laranja e 7,5 mil de limões. Kasper estima que cerca de 40% da produção da região já foi colhida. No Estado, cerca de 10 mil famílias possuem pomares comerciais de citros.
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