O deputado federal Thiago Peixoto (PSD-GO), presidente da Frente Parlamentar Mista de Economia Digital e Colaborativa, esteve na sede da Fecomércio-RS ontem para falar sobre os principais desafios da agenda de transformação digital no País, durante o Debate Brasil Competitivo. Visando discutir com lideranças públicas do cenário político atual os caminhos e as soluções para o desenvolvimento tecnológico, o encontro foi promovido pela Capacità. Segundo Peixoto, os setores mais tradicionais da economia têm usado as leis para impedir que empresas de economia digital e colaborativa possam avançar, a exemplo da Uber, que causa polêmica desde que chegou ao Brasil.
Criada recentemente, a Frente Parlamentar "busca ter uma pauta proativa na demanda por regulamentação de novos setores da economia, sem proibi-los, uma vez que a sociedade quer ter acesso a eles e precisa ter o direito de escolha", explicou o deputado. Ele destacou que, "apesar de tudo o que representam e por estarem presentes de forma muito forte no cotidiano de todos", as empresas de economia digital não tinham um ponto de convergência, e não trabalhavam no mesmo sentido dentro do Congresso Nacional.
Peixoto lembrou que, hoje em dia, é muito comum as pessoas usarem economia digital para se deslocar pela cidade, para comer, ou mesmo para viajar. "No entanto, a legislação que temos é antiga e analógica, e precisa ser atualizada." De acordo com o deputado, a economia digital no mundo "já representa duas vezes" o PIB do Brasil. O palestrante ressaltou que novos setores vêm avançando, enquanto os tradicionais tentam barrar seu crescimento. "As leis devem ser focadas no indivíduo, e não no corporativismo. Além disso, proibir este avanço seria tirar a competitividade do País e desestimular a inovação, impedindo a sociedade de ter acesso à economia digital.
"Estamos atentos à expansão do mundo digitalizado e, inclusive, oferecemos ferramentas para pequenas lojas criarem canais digitais", afirmou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn. "Temos apoiado a criação de estratégia digital brasileira, em função de tratar os aspectos legais para que ambas economias ocorram sem prejudicar o direito do cidadão", reforçou o presidente do Movimento Brasil Competitivo, Claudio Gastal. Ele destaca que atualmente existe uma série de impasses jurídicos e que tratar deste assunto é permitir também que setores estabilizados tenham isonomia jurídica.