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- Publicada em 17 de Julho de 2017 às 17:57

O Brasil das afrontas

Um vergonhoso projeto de lei do deputado federal Vicente Cândido (PT-SP) quer incluir um adendo na reforma política, impedindo a prisão de presumíveis candidatos até oito meses antes das eleições. E não mais apenas 15 dias antes, como é a atual legislação eleitoral. Trata-se de um desplante e mais uma afronta ao cidadão brasileiro. Uma ideia legislativa que deveria levar a fotografia do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Um vergonhoso projeto de lei do deputado federal Vicente Cândido (PT-SP) quer incluir um adendo na reforma política, impedindo a prisão de presumíveis candidatos até oito meses antes das eleições. E não mais apenas 15 dias antes, como é a atual legislação eleitoral. Trata-se de um desplante e mais uma afronta ao cidadão brasileiro. Uma ideia legislativa que deveria levar a fotografia do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Pessoas de bem precisam se dar conta de que, se a cândida maluquice virar lei, qualquer bandido - mesmo que não seja parlamentar, governador, ministro etc. - poderia se apresentar como possível candidato para estar livre da prisão por oito meses.
E o que é pior: neste Brasil infestado pela cafajestada, ficaria chancelada a abertura, aos partidos políticos, da venda de vagas para a imunidade.

O Brasil das mamatas

Em périplo internacional para, alegadamente, contestar o impeachment, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) gastou, do erário, no primeiro semestre de 2017, em passagens e diárias - para a sua equipe - três vezes mais do que todos os ex-presidentes juntos. Foram R$ 522.697.
É conveniente saber que, segundo decreto de 2008, todo ex-presidente da República tem direito a oito servidores de livre nomeação, além do uso de dois automóveis (com combustível, limpeza e manutenção). A presidência paga, por toda a vida dos ex-presidentes, salários, diárias e passagens desses assessores. Desde que Lula deixou seu segundo mandato, em 1 de janeiro de 2011, seus assessores são os campeões de gastos. Foram R$ 3,1 milhões - ou seja R$ 40.269 mensais.
De janeiro a 21 de junho deste 2017, os outros gastos com as equipes foram: Lula, R$ 88.543; Collor, R$ 78.465; FHC, R$ 7.670; Sarney: R$ 2.808.

Dos dicionários

Mamata, substantivo feminino:
1. Definição brasileira figurada - "Instituição pública ou privada, na qual é fácil obter ganho ilícito por meio de fraude, suborno, desvio, lei protecionista etc.".
2. Definição usual - "O negócio ou o procedimento incomum ou desonesto em que esses ganhos são obtidos; ladroeira, negociata, roubalheira".

Romance forense: Rifa íntima


REPRODUÇÃO/JC
A secretária do advogado porto-alegrense, solteiro, com escritório em prédio classe A, informa seu chefe que uma possível nova cliente quer marcar hora, para uma "causa de família". Ela solicita urgência e pede recebimento reservado.
Fica então agendada a consulta para a quinta-feira, 15h, tarde tipo veranico de maio. Chega então a cliente: bem maquiada, sapatos impecáveis, bolsa de grife, maquiagem discreta, mas eficiente. E chamativas blusa decotada e minissaia.
Os primeiros minutos do encontro profissional são meras questões protocolares. De repente, a surpresa.
Sou garota de programa de luxo, cobro R$ 2 mil pelos meus eficientes serviços e o quadro brasileiro de agruras financeiras e políticas me fez mudar de estratégia. Depois de gerente de vendas, dedico-me agora a serviços prestados de cama... - diz ela.
O advogado arregala os olhos já temeroso e a visitante complementa:
Estou fazendo uma rifa. É assim: são 100 números e cada um custa R$ 50. Corre pela Mega-Sena, todos os sábados. Os ganhadores são atendidos, um por dia, de segunda-feira a sábado. Quem for sorteado, o senhor sabe... receberá o meu carinho.
O advogado empalidece, levanta-se, procura abreviar a conversa para evitar avanços e incômodos. E monossilabicamente repete, enquanto levanta-se da poltrona.
Não, não, não. Por favor...
OK, não se preocupe. Sou discreta, já estou saindo. Mas pelo menos me ajude, estou pedindo, então, apenas R$ 100 neste momento difícil.
Em meio minuto, a visitante levanta-se - desculpando-se e despedindo-se - sai, pega o elevador e desaparece.
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Adivinhem se o advogado deu, ou não, a ajuda financeira?
E-mails com palpites para [email protected].
 

Algemas de perna

Quem se interessou em acompanhar as curiosas solturas do ex-ministro Geddel Vieira Filho (PMDB) e do ex-assessor da presidência Rodrigo Rocha Loures (PMDB) ficou sabendo da dificuldade em encontrar, Brasil afora, tornozeleiras eletrônicas para uso por facínoras. A paranaense Spacecom, líder no mercado brasileiro no setor, confirmou que espécimes de sua engenhoca estão sendo usados, no momento, por 22 mil sentenciados. O crescimento foi de 30% ao ano, a partir de 2014 quando a Lava Jato engrenou.
A empresa foi fundada em 1996, operando por comunicação via satélite. Ingressou no ramo de monitoramento de presos em 2010, quando o então presidente Lula sancionou o uso dos equipamentos por presos com liberdade vigiada. O aluguel de cada peça custa R$ 280 aos governos.

Brasil 2017

O leitor já se deu conta de que neste julho, por três dias, a presidência da República foi exercida pelo senador cearense Eunício Oliveira (PMDB)? A que ponto chegamos!

Bacharéis na cadeia

Os dados são apenas do Rio de Janeiro, mas podem ter ricochetes Brasil afora. Em 2016, no estado carioca, aumentou para 2,34% o número de presos em flagrante que têm curso superior. Em 2015 eram 1,85%. Os números são da Defensoria Pública.
Detalhe: desses presos que tinham completado a faculdade, 40% cursaram Ciências Jurídicas e Sociais. Ou, objetivamente: Direito. Mas não andaram direito.

Frases e visões

"Não há dúvida que se deve tirar a política das páginas policiais. Mas isso se resolve tirando o crime da política e não tirando a liberdade de imprensa." Sérgio Moro, na sentença que condenou Lula a 9 anos e meio de prisão.
"Pau que mata Michel mata Lula. Pau que matou Lula pode matar Michel." Antonio Cláudio Mariz, advogado de defesa do atual presidente da República.
"Se alguém pensa que, com essa sentença, me tirou do jogo, pode saber que eu estou no jogo." Lula, reagindo à sentença condenatória.
"Em direito é muito difícil falar em 'É'. E é mais fácil falar em 'PODE' ser." Desembargador federal João Gebran Neto, um dos que vai julgar a futura apelação de Lula.
"Em ambiente de liberdade de expressão, cabe à imprensa livremente noticiar os fatos. O sucessivo noticiário negativo em relação a certos políticos parece ser mais o reflexo do cumprimento pela imprensa de seu dever." Sérgio Moro, também, no mesmo julgado monocrático.